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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Estudo com ratos x estudo com ratos - quem tem mais razão?

Estudo com ratos x estudo com ratos - quem tem mais razão?


ESTUDOS COM RATOS E RESULTADOS DIFERENTES: QUEM TEM MAIS RAZÃO?


Várias revistas e magazines publicaram um artigo que estudava os efeitos da dieta low carb em ratos, documentando que haveria um efeito negativo nos animais de laboratório. Não deveriam ter esquecido que os ratos são presumivelmente omnívoros eventuais, mas positivamente mais herbívoros. Ainda assim esse tipo de artigo pode ganhar algum espaço na mídia. Isso talvez tenha mais a ver com a discussão que está posta ao redor das dietas low-carb/paleo, considerando ser um dos tópicos mais pesquisados no google nos últimos dois anos em todo o planeta.
Mas é interessante que esse estudo se contrapõe a outros como esse, cujo resumo é publicado a seguir.
Se trata de um estudo com menos repercussão na mídia, algo curioso, mas eventualmente compreensível diante dos embates que possivelmente estejam ocorrendo nos tempos de hoje, o que nos leva a crer que há algum tipo de seletividade na divulgação de temas de pesquisa no campo da nutrição.
Link desse artigo com o seguinte título:
Mudanças adapatativas no metabolismo de amino-ácidos permite longevidade normal em ratos que consomem um dieta cetogênica com redução de carboidratos.
(Adaptive changes in amino acid metabolism permit normal longevity in mice consuming a low-carbohydrate ketogenic diet.)

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26170063



A ingestão de uma dieta cetogênica com um teor muito reduzido em carboidratos (KD) está associada com a perda de peso, diminuição da glicose e dos níveis de insulina e de uma melhora da sensibilidade à insulina sistêmica. No entanto, os efeitos benéficos da ingestão no longo prazo têm sido objeto de debate. Por isso, foi estudado os efeitos do consumo ao longo da vida nesta dieta, em ratos. As análises metabólicas completas foram realizadas após 8 e 80 semanas de dieta. Além disso foi realizada uma análise metabólica pelo sangue e analisada a expressão gênica hepática. O consumo ao longo da vida sob a KD não teve efeito sobre a morbidade ou mortalidade (KD vs. Ração, 676 vs. 630 dias), apesar da esteatose hepática e inflamação em camundongos KD. Os ratos perderam peso alimentados sob a KD inicialmente como já relatado anteriormente e mantiveram-se com menos peso e menos gordura na massa corporal (Kennedy et al., 2007); os camundongos que consumiram a KD tinham níveis mais elevados de gasto de energia, melhoria da homeostase da glicose e os níveis circulantes mais elevados de β-hidroxibutirato e triglicérides do que os controles alimentados com a ração habitual. A expressão hepática dos reguladores metabólicos críticos incluindo o fator de crescimento de fibroblastos 21 também foram mais elevados em ratos alimentados com a dieta cetogênica (KD), enquanto os níveis de expressão das enzimas lipogênicas tais como a delta-9 desaturase foi reduzida. A análise metabólica revelou alterações de compensação no metabolismo de aminoácidos, envolvendo principalmente a sub-regulação de processos catabólicos, o que demonstra que os ratinhos que comem a KD podem deslocar o metabolismo de aminoácidos para conservar os níveis de aminoácidos. A alimentação KD no longo prazo causa profundas e persistentes alterações metabólicas, a maioria das quais são vistas como promotoras da saúde, e não teve efeitos adversos sobre a sobrevivência em camundongos

Artigo de debate aqui:
http://www.nature.com/nutd/journal/v6/n2/full/nutd20162a.html

Outro artigo do mesmo pesquisador deixa uma dúvida sobre seus interesses:

http://www.heraldsun.com.au/news/victoria/how-sugar-with-a-burger-could-be-healthier/news-story/b806e60ee1ded5da9b1c248a498c3a0a

Não devemos crer - precisamos ler, estudar e criticar...

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