Páginas

segunda-feira, 28 de março de 2016

A Roupa Nova do Colesterol

A Roupa Nova do Colesterol

A História do Colesterol e o Mito de Morte
A Roupa Nova do Rei
A Roupa Nova do Rei
Como na história da “Roupa Nova do Rei”, todo mundo via que o rei estava nú mas a propaganda dos alfaiates fazia com que todo mundo dissesse ‘como era linda a roupa do monarca’, até que um único e ingênuo menino que não sabia da vaidade gerada pela trapaça, desmascarou o jogo e o rei se viu nú…
Um dos maiores engodos da mídia da indústria farmacêutica diz respeito aos medicamentos para reduzir o colesterol do sangue. Somos atualmente bombardeados pela idéia de que o colesterol é o principal responsável pelos infartos cardíacos e derrames cerebrais e que a sua redução garante mais saúde e longevidade.
Placa ateromatosa
Placa ateromatosa
Vamos ver ao longo destas páginas que isto é um grande engano, desenvolvendo novas formas de avaliar este tema. Lembre-se do conceito da “versão do vencedor” que coloquei no início deste site; eu chamo a isto a “regra do jogo”: se você quer jogar, tem que aceitar as regras do jogo em questão. E atualmente a regra é o que dá lucro; o capitalismo vem dominando o mundo e “ganhar cada vez mais” é o mote mundial. O egoísmo desenfreado e a busca pelo prazer e pela felicidade a qualquer preço é o que move o mundo atualmente, embalado e estimulado pelo marketing, a “arte de criar necessidades”.
"Santo remédio"
"Santo remédio"
Para começarmos a abrir nossas mentes para a possibilidade de outras idéias, vou colocar abaixo quatro reportagens e pesquisas que abalam as crenças comuns.
De onde vem o colesterol? [1]
- Da alimentação com aproximadamente 30% do colesterol.
- E da produção do nosso fígado com 70% do colesterol do nosso corpo.

Funções do colesterol:
  • Construção e manutenção das membranas celulares;
  • Participa na produção de hormônios esteróides (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona, estrogênio, etc);
  • Participa na produção de ácidos biliares. Os ácidos biliares são armazenados na vesícula biliar e liberados no intestino quando o nosso corpo percebe a presença de gorduras neste local. Pois os ácidos biliares vão ajudar a digerir a gordura que ingerimos através da alimentação;
  • Fundamental na produção da vitamina D (e a vitamina D é essencial no processo de formação óssea).
Maior parte dos infartados possui colesterol normal [2]
Um novo estudo realizado nos EUA aponta que quase 75% dos pacientes que foram hospitalizados depois de sofrer um infarto estavam com os níveis do LDL (colesterol ruim) considerados normais — abaixo de 100 mg/dL –, o que está de acordo com as diretrizes atuais.
O estudo foi realizado na Universidade da Califórnia e publicado na edição de janeiro do “American Heart Journal”. Os pesquisadores analisaram 136.905 pacientes que foram hospitalizados entre 2000 e 2006 em 541 hospitais do país.
Já existem alguns estudos brasileiros que seguem a mesma linha e apontam que em cerca de 50% dos casos de infarto o colesterol dos pacientes está normal. Por isso, os resultados americanos voltam a colocar em discussão a intenção dos cardiologistas de reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL) em pacientes que possuem fatores de risco associados, como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade ou hereditariedade.
Hoje, as diretrizes nacional e internacional de cardiologia apontam que um paciente sem histórico ou risco associado deve manter o colesterol ruim abaixo de 130 mg/dL. Quem tem histórico de doença cardíaca deve manter os níveis do colesterol abaixo de 100 mg/dL.
“Há algum tempo existe uma discussão para reduzir os níveis do colesterol ruim de 100 mg/dL para 70 mg/dL. O novo valor ainda não consta das diretrizes, mas já é preconizado por muitos médicos. Quanto mais baixo, melhor”, diz o cardiologista Marcelo Sampaio, do Instituto Dante Pazzanese.
O cardiologista Ari Timerman, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) afirma que o colesterol é um importante fator de risco cardíaco, mas não pode ser olhado isoladamente nos casos de infarto. “Muitas pessoas têm outros fatores importantes associados, como doença cardíaca preestabelecida, diabetes, tabagismo, obesidade”, disse.
Segundo Sampaio, embora exista a discussão sobre baixar os níveis de colesterol para pacientes com histórico, ainda há resistência porque o tratamento tem que ser obrigatoriamente medicamentoso e ainda não se sabe o limite adequado.
“Será que um paciente com colesterol ruim 20 está mais protegido que o paciente que está com 70? Ou será que ele tem os mesmos benefícios?”
O cardiologista Luiz Antonio Machado César, diretor da Unidade Clínica de Coronariopatias Crônicas do InCor (Instituto do Coração), diz que existe risco de infarto mesmo para aqueles pacientes que tomam remédios para controlar o colesterol.
“O fato de uma pessoa tratar e baixar o colesterol não significa que ela eliminou o risco de sofrer um infarto. O paciente apenas reduziu os riscos em cerca de 30%”, disse.
É preciso também controlar os outros fatores associados, como diabetes, hipertensão, tabagismo e obesidade.
O estudo também mostrou que 54,6% dos pacientes estavam com o HDL (colesterol bom) abaixo de 40 mg/dL – o que também é ruim. Hoje, é preconizado um HDL superior a 45 mg/dL para homens e 55 mg/dL para mulheres.
“O HDL é um fator de proteção contra doenças cardiovasculares. Ele baixo é tão ruim para o organismo quanto o LDL alto”, disse César.
Artimanhas da indústria farmacêutica [3]
Você ainda acredita na indústria farmacêutica, ou em qualquer outra? Se acredita, leia; se não acredita, leia também:
O New York Times de 14/1/08 publicou uma matéria que desmascara as intenções dos fabricantes de medicamentos.
Um teste clínico do Zetia, uma droga redutora do colesterol, prescrita para um milhão de pessoas por semana, não conseguiu comprovar nenhum benefício médico da droga, revelaram a Merck e a Schering-Plough.
Os resultados aumentam as preocupações acerca do Zetia e do Vytorin (Ezetimiba + Sinvastatina), uma droga que combina o Zetia com outro redutor de colesterol em uma pílula só. Cerca de 70% dos pacientes que tomam Zetia o fazem na forma do Vytorin, combinação do Zetia com o já bem antigo Zocor (Sinvastatina).
Embora o Zetia reduza o colesterol entre 15 e 20% na maioria dos pacientes, não há evidências de que possa diminuir os ataques cardíacos e infartos, ou nem mesmo de que reduza o crescimento das placas de gordura nas artérias.
O teste pretendia mostar que o Zetia podia reduzir o crescimento das placas (ateromas). Em vez disso, as placas, na verdade, crescem mais rápido em pacientes tomando Zetia juntamente com o Zocor do que naqueles que tomavam apenas o Zocor.
Pacientes no teste clínico que tomaram a combinação de Zetia com Zocor o faziam na forma do Vytorin.
Dr. Steven Nissen, da Cleveland Clinic, disse que os resultados são “chocantes”. Pacientes não devem receber prescrição do Zetia a menos que outras drogas anticolesterol tenham falhado, disse. “Milhões de pacientes podem estar tomando um droga que não lhes traz nenhum benefício, aumentando o risco de ataques cardíacos e expondo-os a efeitos colaterais potenciais.
Os resultados também aumantam a controvérsia sobre a demora em liberar os resultados do teste, conhecido como Enhance. A Merck e a Schering-plough terminaram o teste em abril de 2006, e planejavam divulgá-los só em março de 2007, mas desrespeitaram vários prazos estabelecidos por elas mesmas, dizendo não idéia sobre a data em que seria publicado.
Mês passado, após vários artigos acusarem a demora, elas finalmente decidiram divulgar os resultados “em breve”.
As duas companhias dividem o mercado do Zetia e do Vytorin, e os analistas calculam que 70& do lucro da Schering depende destes produtos. E a Merck é a responsável pelo Vioxx, retirado do mercado americano em setembro de 2004.
Os efeitos da maior ou menor agressividade na redução do LDL quanto a progressão da placa arterial [4]
Pesquisadores do Beth Israel Medical Center examinaram o desenvolvimento da placa coronária em 182 pacientes que tomaram estatinas para redução do nível do colesterol. Um grupo de pacientes tomou uma dose mais agressiva (>/= 80 mg/dl) enquanto outro grupo tomou uma dose menor (<80 mg/dl).
Usando a tomografia computadorizada por feixe de elétrons, os pesquisadores mediram a placa em todos os pacientes antes e após o estudo que durou mais de um ano. A despeito do sucesso na redução dos lipídios nos dois grupos, não aconteceram diferenças na progressão da calcificação da placa (9.3%/ano vs 9.1%/ano).
Os autores concluíram que, com relação a redução do colesterol LDL, “quanto mais baixo é melhor” não é suportado por mudanças no progresso de calcificação da placa. Estudo posterior, igualmente usando a tomografia computadorizada por feixe de elétrons, confirmou que a terapia através de estatinas é incapaz de atenuar a progressão da calcificação arterial coronária após 12 meses (80, 155).

As estatinas e a redução na mortalidade total e nos eventos coronários x nível do colesterol

Estudo realizado no Japão envolveu 47.294 pacientes com colesterol elevado, os quais tomaram Sinvastatina (5-10 mg/dia) durante 6 anos, sendo monitorados dentro de condições padrão. O objetivo desse estudo, denominado J-LIT (36), foi o de determinar a ocorrência de eventos coronários e sua relação com as concentrações de lipídios no sangue durante o tratamento com baixas doses de sinvastatina.
Como resultado o J-LIT não mostrou nenhuma existência de correlação entre o montante da redução de LDL e a taxa de mortalidade entre os pacientes, os quais foram agrupados pelo nível de redução conseguido no LDL (Figura). Alguns deles não tiveram redução nos níveis de LDL enquanto outros tiveram uma queda moderada e outros tiveram reduções mais largas no LDL.
Os grupos no J-LIT que obtiveram os níveis mínimos de colesterol, <160 e 170 ± 10mg/dL, tiveram acima do dobro das taxas de mortalidade daqueles com 240 ± 20mg/dL.
Quanto menor o LDL, maior a Mortalidade!
Quanto menor o LDL, maior a Mortalidade!
OS DESAFIADORES GRÁFICOS QUE RELACIONAM TAXAS DE COLESTEROL COM LONGEVIDADE [5]
Os gráficos abaixo, baseados em dados bastante atuais relacionam três aspectos de qualidade de vida de 86 países, utilizando estatísticas que inclui a OMS – Organização Mundial da Saúde.
Esse primeiro gráfico mostra que quanto maior a taxa de colesterol menor a incidência de doença cardio-circulatória. Isso mesmo doença cardiovascular!!!
Níveis de Colesterol e Números de Infartos (Clique para ampliar)
Níveis de Colesterol e Números de Infartos (Clique para ampliar)
Nesse outro gráfico temos a expressão do Dr. Uffe Ravnskov confirmada: mulheres mais velhas com colesterol mais elevado  vivem MAIS!!!
Níveis de Colesterol e Longevidade em Mulheres (Clique para ampliar)
Níveis de Colesterol e Longevidade em Mulheres (Clique para ampliar)
Nesse terceiro gráfico temos um aspecto interessante sobre mortalidade geral em comparação com o colesterol. Basicamente essa tabela informa que quanto maior a taxa de colesterol médio de uma população MENOR a mortalidade geral dessa mesma população.
Níveis de Colesterol e Mortalidade em Homens (Clique para ampliar)
Níveis de Colesterol e Mortalidade em Homens (Clique para ampliar)
De acordo com esses dados vale a pena se preocupar com o seu colesterol?
Resumo
Alguns (raros) estudos mostram a respeito do colesterol os seguintes fatos que contrariam o “consenso” multibilionário dos laboratórios:
1. 70% do colesterol circulante é fabricado no próprio fígado e isso acontece porque ele é essencial à vida: fabrica as membranas celulares, os hormônios, a mielina dos neurônios, os sais biliares e a vitamina D.
2. 75% dos pacientes que sofreram infarto estavam com os níveis do LDL considerados normais!
3. Apesar de reduzir os lipídeos do sangue, as vastatinas não causam diferenças na progressão da calcificação da placa ateromatosa e possuem importantes efeitos colaterais e até letais!
4. Pesquisas em grandes populações mundiais mostram que quanto maior a taxa de colesterol menor a incidência de doença cardio-circulatória e menor a mortalidade!
[1] [http://www.nutricaofacil.ntr.br/materias_det_view.asp?cod_auto=84]
[2] Fernanda Bassette, da Folha de S. Paulo 21/01/2009
[http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u492645.shtml]
[3] Luiz Leitão – 14 de Janeiro de 2008
[http://detudoblogue.blogspot.com/2008/01/artimanhas-da-indstria-farmacutica.html]
[4] [http://www.infarctcombat.org/polemica-31/icem.html]
[5] [http://www.umaoutravisao.com.br/artigos/colesterol/graficoscolesterol.htm]

Nenhum comentário:

Postar um comentário