Páginas

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Colesterol e resposta autoimune

Colesterol e resposta autoimune



A Ativação da Célula T: Um modelo baseado no Colesterol


Reportagem da revista Immunity sobre uma nova função do colesterol descoberta recentemente, e potencialmente muito importante pois pode estar relacionada a prevenção de quadros autoimunes, ao impedir que receptores de células brancas sejam acionados sem a presenção de um antígeno ("invasor") real entrar contato com essas células. Ao final dessa reportagem a autora lembra que o colesterol é formado pela própria célula, mas efetivamente todo o mecanismo de abastecimento do colesterol é influenciado pela alimentação que pode refletir em maior ou menor síntese pelo fígado e demais mecanismos envolvidos na sua produção. No final do artigo o link do artigo científico original.


(Título original: T Cell Activation: A Cholesterol Based Model)

Autor: Milla Bengtsson
Publicado em 29/05/2016
O colesterol previne uma resposta imune, ainda que um antígeno não esteja presente - foi demonstrado por biólogos da Universidade de Freiburg.
O colesterol tem um papel crítico na ativação de uma célula T , pois liga-se e estabiliza receptores inativos. As células T são capazes de mudar a sua conformação de um estado inativo para um estado ativo espontaneamente sem quaisquer antígenos presentes foi o que os  imunologistas Prof. Dr. Wolfgang Schamel e a Drª. Susana Minguet, da Universidade de Freiburg , e sua equipe de pesquisadores, demonstraram.
Pesquisadores acreditavam anteriormente que um antígeno tal como um patógeno tem que se ligar a um receptor de células T, de modo a ativá-la, provocando assim uma resposta imunitária.
"Nós demonstramos que não é a ligação a um antígeno que faz com que o interruptor se acione por configuração; isso acontece espontaneamente", disse Schamel.

ESTADOS DOS RECEPTORES DA CÉLULA T
receptor das células T , que está localizado na membrana exterior, reconhece os antígenos, em outras palavras, as substâncias estranhas, e se liga a elas. Esse receptor pode ter duas estruturas diferentes: o receptor de células T em repouso num estado inativo, e o chamado receptor ligado, que está numa conformação ativa.
No estado ativo, o conjunto de receptores das células T ligam o movimento das rotas de sinalização na célula T que acionam uma resposta imune - os ataques das células T ao intruso. Schamel & Minguet descobriram que um receptor de células T alterna entre estes dois estados, mesmo na ausência de um antígeno.
Quando um antígeno entra um organismo, ele só pode se ligar a um receptor de células T ativo, que é um receptor de conformação ativa, e não um receptor em repouso. Quando isso acontece, o número de receptores ativos aumenta, e a célula T é ativada.
SÍNTESE DE COLESTEROL
Um receptor inicializado é suficiente para ativar a célula T sem que a ligação a um antígeno seja necessária. Isto significa que, embora nenhum antígeno esteja presente, uma resposta imune pode ser desencadeada erroneamente, se há muitos receptores instruídos.
Um mecanismo específico evita isto: o colesterol, um lipídeo abundante na membrana, se liga apenas a receptores no estado inativo e, consequentemente, os estabiliza. Isto reduz o número de receptores de células T que espontaneamente podem mudar para o estado ativo, e a célula T não é ativada.
Assim, apenas quando um antígeno se ligar a um receptor de células T será iniciado a mudança dos receptores de um estado inativo para o ativo e as células T serão ativados.
Uma vez que apenas o colesterol pode se ligar a um receptor de células T inativa, isto é uma interação específica.

"Estamos entre os primeiros investigadores sendo capazes de demonstrar um efeito funcional de uma interação de um lipídeo com uma proteína trans-membrana," disse Schamel, que ainda explica:  “Esta interação regula a conformação e, portanto, a atividade do receptor".

A célula sintetiza o colesterol necessário, o que significado que ingerir mais ou menos colesterol através de alimentos não influencia na quantidade deste lipídeo na membrana celular.
Artigo do artigo científico original AQUI (Revista Immunity)
Artigo original que foi traduzido AQUI (reliawire.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário