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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Orientações para redução de sal na dieta são equivocadas

Orientações para redução de sal na dieta são equivocadas

Salt
Medicina baseada em evidências deveria ser a base das diretrizes de tratamentos, mas por que a medicina baseada em evidência não se traduzir em políticas baseadas em evidências? Os governos e as organizações de saúde em todo o mundo estão defendendo a ingestão de sal reduzida, mas pouca evidência existe para apoiar uma redução de sal para a população em geral. De fato, os poucos ensaios clínicos randomizados (ECR) disponíveis não apoiaram fortemente o benefício de redução de sal nas populações de pessoas que não tem hipertensão.
A maioria dos estudos indicam que a hipertensão arterial está associada a maiores eventos cardiovasculares, mas será que ela é desencadeada pelo sódio? O nível em que a ingestão de sal é considerada como alta demais não é, no entanto, estabelecida pela ciência. Ainda mais preocupante é que as evidências para o benefício dos níveis-alvo preconizadas de ingestão de sal são praticamente inexistente; não há ensaios clínicos e randomizados (RCTs) que medem os resultados de saúde quando a ingestão de sódio é inferior a 2 a 3 g por dia (5 g de sal).
O artigo de Andrew Mente e colegas publicado no ilustre jornal britânico Lancet fornece evidências razoavelmente boas ​​de que os níveis dietéticos atuais de sal na maioria das populações estão associados com uma menor incidência de eventos cardiovasculares. Mais importante, eles mostram que as reduções propostas para menos de 3g de ingestão diária de sódio por dia (6g de sal) são susceptíveis de resultar em danos na saúde tanto em pessoas hipertensas quanto não hipertensas. Apesar de estes não serem dados gerados a partir de um ensaio clínico (RCT), estes dados são muito robustos. No mínimo, estes dados devem exigir reavaliação da “sabedoria convencional” da redução dos níveis de sal na dieta sem evidências de qualidade para apoiar tais reduções.
Antes de programas de redução de redução de sal serem impostos, o público deve exigir que as orientações vigentes, sejam baseadas exclusivamente em provas científicas sólidas. Decretar mudanças potencialmente prejudiciais sem fortes evidências de suporte deve ser evitado.

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