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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Dieta cetogênica no tratamento da epilepsia.

Dieta cetogênica no tratamento da epilepsia.

A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por crises recorrentes, causada pode desequilíbrios nas funções neurais do cérebro que provocam crises de convulsões, incluindo perda de consciência e movimentos bruscos irregulares.
A epilepsia é um dos transtornos neurológicos mais frequentes nos Estados Unidos, junto com o mal de Alzheimer e crises de enxaqueca. Cerca de 1% dos americanos sofrem de crises epilépticas e dados indicam que uma porcentagem maior já sofreu ou sofrerá alguma crise em determinado momento da vida, mais comumente na infância e na terceira idade.
60 a 70% dos casos de epilepsia são de causas desconhecidas ou não aparentes, sendo que no restante dos casos ocorre como consequência de outros problemas neurológicos, como contusões cerebrais e derrames. Uma parte das crises apresentam convulsões focadas em áreas específicas e outros casos consistem em crises generalizadas
Os indivíduos com epilepsia possuem predisposição genética para esta condição, sendo este o fator que desencadeia as crises na infância, principalmente. No entanto, fatores ambientais são críticos na ativação de um conjunto de genes necessários para que haja os ataques epiléticos, alguns dos quais não podem ser facilmente manipulados para que silenciem estes genes.
Em cerca de 2/3 dos casos, o tratamento com medicação é eficiente em reduzir ou eliminar as crises epiléticas e em alguns casos ela se resolve sem nenhuma intervenção (não é recomendado). No entanto a alimentação é fundamental no seu tratamento e em muitos casos fator preponderante na cura,pois ela já vem sendo estudada e tratado há muito tempo com uma dieta cetogênica/low-carb, desde o começo do século passado ou mais cedo, com uma taxa de sucesso substancialmente alta.
Em torno de 1/3 das crianças com epilepsia não obtém nenhum benefício com medicamentos antiepilépticos, o que torna esta parte da população mais vulnerável e sem muitas opções de tratamento, exceto a mãe natureza (dieta cetogênica). Nestes indivíduos, de acordo uma série imensa de evidências,a dieta cetogênica consegue curar de 20-30% dos casos e reduzir substancialmente os números de episódios diários da crise, intensidade e duração em uma boa parcela do restante dos indivíduos com crises que não podem ser tratadas por medicações.
A natureza humana muitas vezes encontra uma forma de colocar a nossa casa em ordem.  =) Nada Mal,Um sucesso e uma eficiência inquestionável!
Em geral, os estudos indicam que uma dieta cetogênica tem um potencial de curar, ou reduzir os sintomas de doenças neurológicas, sendo que Alzheimer e epilepsia têm sido as mais estudadas, seguidos de outros transtornos como a Síndrome de Tourette, transtorno obsessivo compulsivo, entre outros. Ela se mostra muito promissora no tratamento de Alzheimer embora, o volume maior de estudos e tratamentos tem sido conduzido em indivíduos com epilepsia.
Especificamente no caso da Epilepsia, não é incoerente afirmar que o ser humano em seu estado natural, não venha a apresentar sintomas de epilepsia. Me permitam abordar melhor esta questão. Como observado por populações primitivas, a dieta humana em seu habitat natural é de natureza cetogênica cíclica, ou seja nossos ancestrais e os membros de populações primitivas vivem em privação parcial de carboidratos, seja ao longo de períodos quando as fontes de carboidratos não estão disponíveis, durante períodos de jejum, ou durante jejuns que são praticados involuntariamente com frequência.
Visto que em pelo menos 20% das crianças com epilepsia resistentes a drogas antiepiléticas são totalmente curadas com a dieta cetogênica e uma porcentagem maior sofrem redução nos sintomas, não seria insensato supor que estas crianças não teriam esta condição se já seguissem antes uma dieta cetogênica, ou uma dieta cetogênica cíclica como os nossos ancestrais, ou populações tradicionais seguem. De fato esta doença não é identificada em populações primitiva por médicos e historiadores ao longo dos últimos 2 séculos.
Particularmente, a incidência do mal de Alzheimer aumentou drasticamente durante as últimas 5 décadas. Principalmente com relação ao começo do século passado quando a incidência era extremamente menor (em uma base de idade estatisticamente ajustada) em uma população da terceira idade com mais 10 milhões de adultos. Para mais informações leia (Taubes; Weston  A. price, Stefan, Nina Teicholz, Staffan Lindeberg, etc)
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Segue uma revisão de 5 estudos feitos com ADULTOS sofrendo de epilepsia que ilustram bem a situação:
“Dietas de baixo teor de carboidratos, e alta em gordura, tipo cetogênica ou A dieta Atkins modificada pode reduzir crises epilépticas, em adultos com epilepsia resistente a outros tratamentos, de acordo com uma revisão do estudo publicado em 29 de outubro de 2014, edição online da Neurology.
A epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso em que as células nervosas do cérebro funcionam de maneira anormal, causando convulsões. Cerca de 50 milhões de pessoas têm epilepsia em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde.
“Precisamos de novos tratamentos para os 35 por cento das pessoas com epilepsia, cujas convulsões não são impedidas por medicamentos”, disse o autor do estudo Pavel Klein, do  Mid- Atlantic Epilepsia e Sleep Center , em Bethesda, EUA., e um membro da Academia Americana de Neurologia. ” A dieta cetogênica é usada frequentemente em crianças, mas pouca pesquisa tem sido feita em termos de como ela é eficaz em adultos. “
O cetogênica e a dieta Atkins modificada incluem itens como bacon, ovos, creme de leite, manteiga, vegetais verdes folhosos e peixes. A dieta cetogênica consiste em uma proporção de gordura para proteína/carboidratos de 3/1 ou 4/1 por peso. A dieta Atkins modificada tem a proporção de 1/1 de gordura para carboidrato/ proteína.
Cientistas revisaram cinco estudos sobre a dieta cetogênica com um total de 47 pessoas incluídas na análise e cinco estudos com a dieta de Atkins modificada com 85 pessoas incluídas.
Os pesquisadores descobriram que em todos os estudos, 32 por cento das pessoas tratadas com a dieta cetogênica e 29 por cento dos pacientes tratados com a dieta de Atkins modificada sofreram uma redução de 50 por cento ou mais em suas convulsões. 9% por cento no grupo de tratamento cetogênica e 5% no grupo da dieta Atkins modificada tiveram uma redução maior do que 90 por cento das convulsões.
Os resultados positivos ocorreram rapidamente com ambas as dietas, dentro de dias a semanas. O efeito persistiu a longo prazo, mas, ao contrário das crianças, os resultados não continuaram depois que os participantes pararam de seguir a dieta. Os efeitos colaterais de ambas as dietas foram semelhantes e não são graves, com perda de peso o efeito colateral mais comum.”
Eu conheço muitas pessoas que gostariam de sofrer estes efeitos colaterais, ainda por cima =)
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Comparação entre a dieta cetogênica e a dieta Atkins modificada
Mais uma vez divulgo o que uma parte da literatura científica sobre a dieta cetogênica no tratamento de doenças neurológicas.
Neste estudo recente conduzido no ano passado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Pauloa dieta cetogênica se mostrou inegavelmente superior do que as drogas no tratamento de epilepsiaO estudo ganhou o prêmio saúde de 2014.
O estudo constatou que os corpos cetônicos produzidos pela gordura da dieta causam um aumento nos níveis do neurotransmissor Gaba, um neurotransmissor antiexcitatório, responsável por atenuar a carga elétrica em áreas do cérebro, onde ocorre o ataque epilético. Ou seja a dieta cetogênica afeta a neuroquímica cerebral de maneira favorável aos portadores de epilepsia.
O original encontra-se aqui: http://www.premiosaude.com.br/vencedores/
Leiam o estudo:
Uma dieta para controlar a epilepsia resistente
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 0,7% da população mundial sofre com essa desordem neurológica que provoca convulsões. Isso significa que são 50 milhões de indivíduos no planeta com o problema. Infelizmente, entre 30% das crianças com o distúrbio, as drogas antiepiléticas simplesmente não funcionam. É a chamada epilepsia refratária, que aumenta inclusive o risco de o paciente morrer. De olho nisso, os autores desse trabalho finalista avaliaram o impacto de uma alimentação especial em 26 jovens com esse tipo resistente da doença.
Durante seis meses, eles foram incentivados a seguir uma dieta cetogênica, que substitui carboidratos por proteínas e gorduras. Ao final desse período, 68% dos jovens apresentaram uma redução nos espasmos — em sete dos casos, eles pararam totalmente. Ainda houve uma diminuição de 26% no uso de anticonvulsivantes, medicamentos que não são livres de efeitos colaterais. Está aí uma medida ao alcance de todos os pais para garantir maior qualidade de vida às crianças com epilepsia refratária.
Impacto da dieta cetogênica nas características oxidativas, físicas e lipídicas de lipoproteínas de crianças e adolescentes com epilepsia refratária
Autores: Patricia Azevedo de Lima, Daniela Kawamoto Murakami, Leticia Pereira de Brito Sampaio, Nágila Raquel Teixeira Damasceno.
Instituições: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo e Instituto da Criança do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo”
E o que uma revisão da literatura científica diz a respeito do tratamento da epilepsia com a  dieta cetogênica.

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