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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O que os exercícios ao ar livre podem fazer pela sua saúde

O que os exercícios ao ar livre podem fazer pela sua saúde

Um estudo, realizado pela universidade de Essex, no Reino Unido,  foi feito com o objetivo de identificar um beneficio sinergético ao realizar atividades físicas ao mesmo tempo em que se é exposto a natureza, o que foi chamado de “exercício verde” pelos pesquisadores.
Benefícios-à-Saúde-Andar-de-Bicicleta-01
Segundo os pesquisadores, existem três níveis de interação com a natureza, sendo eles:   a visualização da natureza por meio de uma janela ou pintura; estar próximo a natureza, o que pode ocorrer juntamente com outra atividade, como uma leitura no parque ou caminhar na praia e; participação ativa e envolvimento com a natureza, como praticar jardinagem,  acampar, fazer trilha, entre outras atividades.
O primeiro nível de interação foi o estudado pelos pesquisadores. 100 sujeitos, divididos em 5 grupos de 20, homens e mulheres, de idades de 18 a 60 anos, observaram projeções de 30 cenas em uma parede, enquanto caminhavam na esteira. As categorias das cenas expostas eram: paisagens rurais prazerosas, paisagens rurais desprazerosas, paisagens urbanas prazerosas, paisagens urbanas desprazerosas. O grupo de controle não observou paisagem nenhuma. A pressão sanguínea e duas medidas psicológicas (autoestima e humor) foram analisadas antes e depois do experimento.
Exemplo de imagens usadas no estudo
fotos
Houve um efeito nítido do exercício e das cenas apresentadas nos marcadores analisados. O exercício por si só reduziu significantemente a pressão sanguínea, aumentou a autoestima e teve um efeito positivo em 4 dos 6 medidores de humor. Tanto as paisagens rurais e urbanas prazerosas produziam um efeito positivo significante na autoestima, comparado ao grupo de controle. Isso mostra um efeito sinergético no exercício verde tanto em regiões urbanas quanto nas rurais. As paisagens rurais e urbanas desprazerosas tiveram o efeito mais dramático, deprimindo os efeitos benéficos do exercícios nas 3 diferentes medidas de humor. Aparentemente, as ameaças ao ambiente rural tem um efeito negativo ainda maior no humor do que as imagens desprazerosas da cidade.
Se tais resultados foram apresentados em uma interação relativamente leve com a natureza, imagine o que uma interação mais profunda e frequente com a natureza pode fazer pela saúde e bem estar?
Em outro estudo, realizado pela universidade Medica e Dental de Tóquio, foi analisada a relação entre áreas verdes publicas próximas às residências e a longevidade dos cidadãos idosos de uma metrópole desenvolvida.
Os pesquisadores analisaram a sobrevivência por mais 5 anos (de 1992 a 1997) de 3144 pessoas, nascidas em 1903, 1908, 1913 e 1918. 2211 cidadãos sobreviveram e 897 faleceram. A probabilidade de sobrevivência aumentou de acordo com o espaço para efetuar caminhadas, parques e lugares arborizados próximos às residências e a preferência por continuar vivendo na mesma comunidade. Após controlar os efeitos da idade, sexo, estado civil e estado socioeconômico dos residentes, os fatores “ruas verdes para praticar caminhada” e “lugares arborizados próximo as residências” mostraram um valor preditivo significante para a sobrevivência dos cidadãos idosos ao longo dos 5 anos.
O que estes dois estudos demonstram é que, mesmo em grandes cidades e ambientes tipicamente urbanos, a presença da natureza, seja em ruas arborizadas ou em ambientes verdes como parques e praças, contribuem significantemente para a saúde geral e longevidade. Infelizmente, com a falta de planejamento para o crescimento das cidades brasileiras, muitos bairros ou grandes áreas carecem de um ambiente verde que esteja disponível para a população e com fácil acesso, prejudicando enormemente a qualidade de vida dos moradores urbanos. Soma-se isso a criminalidade, abandono  e falta de segurança que eventualmente ocorrem alguns destes espaços dificultam ainda mais o acesso dos habitantes das grandes cidades à um ambiente verde.
A disponibilidade de espaços verdes nas cidades tem sido associada a diversos benefícios a saúde, além da melhora da pressão sanguínea, humor, autoestima e longevidade, como falamos acima, os benefícios incluem também a facilidade no contato social, alivio de stress e maiores oportunidades para a pratica de atividades físicas. Outro estudo, realizado pela universidade de Edinburgo no Reino Unido, investigou a relação dos espaços verdes nas cidades com resultados na saúde individual e se a atividade física era provável de ser um mediador nesta relação.
caminhada
A disponibilidade de espaços verdes foi linkada as respostas de 8157 respondentes da Pesquisa de Saúde da Nova Zelândia, em 2006/07. Quatro resultados na saúde foram avaliados, que são fortemente relacionados com a interação com o espaço verde: doenças cardiovasculares, sobrepeso, saúde pobre em geral e saúde mental pobre.
As vizinhanças com mais espaço verde tiveram os menores riscos de saúde mental pobre. O risco de doenças cardíacas foi reduzido em todas as vizinhanças com mais de 15% de espaço verde disponível. A disponibilidade de espaço verde não foi relacionada ao sobrepeso ou a saúde pobre em geral.  De uma maneira geral, os níveis de atividade física foram maiores nas vizinhanças verdes, mas os ajustes para este fator atenuaram muito pouco a relação entre o espaço verde e a saúde.
Ter acesso fácil e constante a espaços verdes é, sem dúvida alguma, benéfico de muitas formas para o ser humano. A sensação de bem estar é inerente ao contato com a natureza e o nosso distanciamento atual dos espaços verdes é um fator contribuinte para uma piora na saúde mental e nos níveis de estresse. No entanto, para a prevenção de doenças ou mesmo controle do peso, outros fatores como alimentação e exercícios físicos tem um papel mais significante. Associar a pratica de exercícios físicos com o contato com a natureza se prova cada vez mais proveitoso para uma vida longa e saudável.


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