quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Diretrizes em nutrição: entre a ciência e o fiasco




O mais importante de defender um conjunto de entendimentos que podem ser francamente falaciosos, e mesmo perigosos para a população é não dar o braço a torcer nem sob tortura e se fazer parecer sério, com a pompa de estar na mídia ou mesmo usar métodos intimidatórios... mas um dia essas técnicas inevitavelmente sucumbem! Isso não vai ser diferente com as diretrizes nutricionais americanas, baseadas nos velhos conceitos emergentes nos anos 50 do capitalismo alimentar, da industrialização dos gêneros alimentícios e da transformação da comida em produtos de consumo, derivados de commodities, que transfiguraram, destruíram e poluíram o ambiente natural. Temos informação de qualidade que poderá proteger as pessoas dos crescentes fracassos em saúde que esse modelo tem promovido. Mas esse seriado de suspense e trapaças ainda está nos capítulos iniciais. 

DE QUE FORMA UMA ENTIDADE COMO A CSPI CORROMPE A CIÊNCIA, A NUTRIÇÃO E AS DIRETRIZES DIETÉTICAS DOS ESTADOS UNIDOS

Título do artigo original:
do Conselho Americano para Ciência e Saúde

How CSPI Undermines Science, Nutrition, and U.S. Dietary Guidelines


As diretrizes dietéticas dos EUA nasceram de boas intenções. Elas foram criadas para tornar os americanos mais saudáveis.
As orientações, no entanto, não foram inscritas em tábuas de pedra e entregues para a humanidade. Em vez disso, eles são o resultado de um processo burocrático e, como tal, são suscetíveis a conclusões duvidosas e influências negativas por grupos ativistas.
Nina Teicholz
Em 2015, a jornalista Nina Teicholz realizou um inquérito, publicado no BMJ, que criticou as diretrizes dietéticas por serem baseadas em "padrões científicos fracos" e "vulneráveis a polarização interna, bem como às agendas (conjunto de interesses) externas".
Por exemplo, as diretrizes recomendam contra a gordura saturada, que geralmente é creditada ser causa de doenças cardiovasculares. Mas esta noção amplamente disseminada é baseada em informações desatualizadas; os melhores e mais recentes estudos não mostram nenhuma correlação. No entanto, a Comissão que ofereceu as orientações dietéticas, ignorou.
A srª.  Teicholz alega que a Comissão está inclinado para promover dietas com restrições á carne, e à base de plantas que são em grande parte não suportadas por evidências científicas. O Comitê dietético parece escolher seletivamente a pesquisa que mais gosta e ignorar as demais. Isso está longe de ser uma receita baseada em evidências. Na verdade, Sra. Teicholz escreve:

"As omissões parecem sugerir uma sub-reptícia relutância da Comissão de considerar no relatório as evidências que contradigam os últimos 35 anos de aconselhamento nutricional." 

A srª. Teicholz não é a única pessoa a criticar fortemente as diretrizes dietéticas dos EUA. Em um artigo condenatório para RealClearScience, o pesquisador de obesidade Edward Archer concluiu que as orientações são uma "fraude" baseada em "uma vasta coleção de anedotas quase sem fundamento".
Como reagiram a ativistas de comida a estas críticas? Como de costume, ao invés de responderem às críticas com dados robustos, simplesmente tentam desconsiderá-los. O inapto denominado Centro para Ciência ao Interesse Público (CSPI) advogou para a retração do relatório da srª. Teicholz. Embora houvesse alguns erros factuais que o BMJ posteriormente corrigiu, a revista respondeu, "peritos independentes não encontraram nenhum motivo para a retração." Indo mais longe, o BMJ endossou os resultados e as conclusões do artigo do Sr. ª Teicholz.
Problema resolvido, certo? Errado. Esse CSPI disparou um comunicado à imprensa afirmando que BMJ teria "mancha[do] sua reputação."
Quanta insanidade! Uma revista biomédica não retrata um artigo simplesmente porque um grupo de ativistas chateados vociferaram. O BMJ é uma respeitável revista que publicou um artigo que submeteu a revisão por pares. Em resposta às críticas, a revista examinou o artigo uma segunda vez. Assim, depois de duas análises independente de ponto a ponto, assim o jornal concluiu que o artigo detinha seus próprios méritos.
Ao invés de aceitar essas conclusões  baseadas em evidências, a CSPI se rebaixa. Em vez de aplaudir os esforços do BMJ, essa CSPI está minando a revisão por pares. E em vez de recair em rigorosa e delongada investigação que realmente iria servir ao interesse público, a CSPI ironicamente abraça informações obsoletas. 
Talvez essa CSPI - que quer rótulos de "risco de cãncer" ao bacon - esconda essas agendas"exteriores" tem aquele BMJ avisou.

LINK do artigo original AQUI

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