sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Estratégias Sem Remédios para Diminuir a Pressão Arterial

Estratégias Sem Remédios para Diminuir a Pressão Arterial

Pressão Arterial


13 Setembro 2017

Por Dr. Mercola

 
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention-CDC), um em cada três adultos (cerca de 70 milhões de pessoas) tem pressão alta.

Cerca de metade possui uma hipertensão descontrolada, o que aumenta seu risco de desenvolver diversos problemas de saúde graves, incluindo: 

  • Doença cardíaca
  • Derrame
  • Doença renal
  • Declínio cognitivo, demência e mal de Alzheimer
Globalmente, mais de um bilhão de pessoas luta contra a hipertensão arterial e a prevalência quase dobrou nas últimas quatro décadas.

Em geral, os homens tendem a ter uma pressão arterial mais elevada do que as mulheres e, embora as nações com alta renda tenham visto um declínio significativo na hipertensão, a prevalência em países de baixa e média renda, como o sul da Ásia e a África, tem aumentando. 


O que Causa uma Pressão Arterial Elevada?

  • Resistência à insulina e à leptina. À medida que seus níveis de insulina e leptina aumentam, isso faz com que sua pressão arterial aumente.
  • Níveis elevados de ácido úrico também estão significativamente associados à hipertensão, de modo que qualquer programa adotado para tratar a pressão arterial elevada também precisa normalizar seu nível de ácido úrico
  • Foi demonstrado que ter tido uma má nutrição na infância aumenta o risco de hipertensão na idade adulta
  • Exposição ao chumbo
  • Poluição do ar. A poluição do ar afeta a pressão arterial ao causar inflamação, enquanto a poluição sonora impõe um efeito através dos seus sistemas nervoso e hormonal.

Você Tem Uma Pressão Arterial Elevada?

A leitura da pressão arterial mostra dois números. O número superior ou o primeiro é a leitura da sua pressão arterial sistólica. O número inferior ou o segundo é a sua pressão diastólica. Por exemplo, uma leitura da pressão arterial de 120 sobre 80 (120/80) significa que você tem uma pressão arterial sistólica de 120 e uma pressão arterial diastólica de 80.

Sua pressão sistólica é a maior pressão nas suas artérias. Ocorre quando os ventrículos se contraem no início do seu ciclo cardíaco. A pressão diastólica refere-se à menor pressão arterial e ocorre durante a fase de repouso do seu ciclo cardíaco. Idealmente, sua pressão arterial deve ser de cerca de 120/80 sem medicação.

Se você tem mais de 60 anos, sua pressão sistólica é o fator de risco cardiovascular mais importante. Se você tem menos de 60 anos e não possui outros fatores de risco importantes para doenças cardiovasculares, sua pressão diastólica é considerada um fator de risco mais importante.

De acordo com as orientações emitidas pelo Joint National Committee (JNC) sobre Prevenção, Detecção, Avaliação e Tratamento da Pressão Arterial Elevada em 2014, as seguintes classificações de pressão arterial são usadas para determinar se você pode estar sofrendo de hipertensão:

Classificação da pressão arterial Pressão Sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg) 

Normal                                               <120 br="" nbsp="">

Pré-hipertensão                                120-139                                    80-89


Hipertensão Estágio 1                       140-159                                    90-99


Hipertensão Estágio 2                       ≥160                                          ≥100 

Como Evitar um Falso Diagnóstico de Hipertensão

  • Tamanho incorreto do manguito de pressão arterial: se você está com excesso de peso, fazer sua leitura de pressão arterial com um manguito de tamanho “médio” pode levar a uma leitura falsa de pressão arterial elevada, portanto, verifique se o seu médico ou profissional de saúde está usando o manguito com o tamanho certo para o seu braço.
  • Posição incorreta do braço: se a sua pressão arterial for tomada enquanto seu braço estiver paralelo ao seu corpo, sua leitura pode ser até 10 por cento maior do que ela realmente é. As leituras de pressão sanguínea sempre devem ser tomadas com o braço em um ângulo reto em relação a seu corpo.
  • Nervosismo: a “hipertensão do jaleco branco” é um termo usado para quando uma leitura da pressão arterial elevada é causada pelo estresse ou medo associado a uma visita ao médico ou ao hospital. Essa pode ser uma preocupação transitória porém séria. Se isso se aplica a você, a redução do estresse é a chave.
Para diminuir o risco de ser falsamente diagnosticado com hipertensão nesta situação, tome um momento para se acalmar (certifique-se de chegar à sua consulta antes da hora para que você possa relaxar), então respire profundamente e relaxe quando estiver tomando sua pressão arterial.
 

O Suco de Beterraba pode Ajudar a Diminuir a Pressão Arterial

Outro alimento que se descobriu ter um efeito benéfico sobre a pressão arterial é o suco de beterraba. Em um pequeno teste controlado com placebo, um copo (250 mililitros ou 8,5 onças) de suco de beterraba por dia durante um mês reduziu a pressão arterial naqueles com diagnóstico de hipertensão em uma média de 8 mmHg na pressão sistólica e 4 mmHg na pressão diastólica.

Esta redução de 8/4 mmHg é muito próxima da proporcionada por mediações de pressão arterial, que tipicamente podem reduzir a pressão arterial em cerca de 9/5 mmHg e, para muitos, foi suficiente para reduzir a sua pressão arterial para níveis normais. O grupo de tratamento também viu uma melhoria de 20% na capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos e uma redução de 10 por cento na rigidez arterial.

No entanto, dentro de duas semanas após terem parado de tomar o suco, a pressão arterial retornou aos seus níveis anteriores, então você teria de continuar a beber o suco regularmente. Por esse motivo, eu recomendaria não considerar o suco de beterraba como a solução principal. Uma estratégia melhor seria incorporar um copo de suco de beterraba como uma solução de curto prazo enquanto você está implementando outras mudanças na dieta e exercícios.

Os efeitos benéficos estão relacionados ao nitrato (NO3) encontrado no suco de beterraba. Seu corpo converte o NO3 em nitrito bioativo (NO2) e óxido nítrico (NO), sendo que este último ajuda a relaxar e a dilatar os vasos sanguíneos e ajuda a prevenir coágulos sanguíneos. Outros 
vegetais ricos em NO3 incluem:  
  • Rabanetes
  • Couve
  • Aipo
  • Folhas de mostarda
  • O topo do nabo
  • Espinafre
  • Repolho
  • Berinjela
  • Alho-poró
  • Cebolinha
  • Vagens
  • Cenouras

Estratégias Principais de Estilo de Vida para Diminuir a Pressão Arterial

Em resumo, aqui estão várias sugestões que podem ajudar a diminuir sua pressão arterial naturalmente.

Trate a sua resistência à insulina e à leptina 

Como mencionado anteriormente, ter uma pressão arterial elevada está tipicamente associado à resistência à insulina, que resulta de uma dieta muito rica em açúcar. À medida que seu nível de insulina se eleva, o mesmo acontece com a sua pressão arterial.

A insulina armazena o magnésio, mas se seus receptores de insulina estão embotados e suas células se tornam resistentes à insulina, você não pode armazenar o magnésio e ele sai do seu corpo através da urina.

O magnésio armazenado em suas células relaxa os músculos. Se o seu nível de magnésio é muito baixo, seus vasos sanguíneos se constringem em vez de relaxar, e essa constrição aumenta a pressão arterial.

A frutose também eleva o ácido úrico, que aumenta a sua pressão arterial ao inibir o NO nos seus vasos sanguíneos (o ácido úrico é um subproduto do metabolismo da frutose. Na verdade, a frutose normalmente gera ácido úrico poucos minutos após ser ingerida). O NO ajuda seus vasos a manter sua elasticidade, portanto, a supressão do NO leva ao aumento da pressão arterial.

Se você é saudável e quer manter-se assim, a regra geral é manter seu consumo total de frutose em 25 gramas por dia ou menos. Se você tiver resistência à insulina e/ou tem pressão alta, mantenha seu consumo total de frutose em 15 gramas ou menos por dia até seu problema de saúde ser resolvido.

Coma comida de verdade 


Uma dieta com alimentos processados, repleta de carboidratos líquidos (carboidratos sem fibra como açúcar, frutose e grãos) e gorduras trans (margarinas e óleos vegetais) é uma receita para a hipertensão. Em vez disso, faça dos alimentos in-natura, idealmente orgânicos, o foco da sua dieta.

Também lembre-se de trocar os carboidratos sem fibra por gorduras saudáveis, como abacates, manteiga feita a partir de leite orgânico cru de animais alimentados com capim, gemas de ovos orgânicos de animais criados com pasto, cocos e óleo de coco, oleaginosas cruas como pecãs e macadâmia, carnes de animais alimentados com grama e carne de aves alimentadas com pasto.

Leve em conta a sua proporção de sódio X potássio

De acordo com Lawrence Appel, o principal pesquisador da dieta DASH e diretor do Centro Welch para Prevenção, Epidemiologia e Pesquisa Clínica da Universidade Johns Hopkins, sua dieta como um todo é a chave para controlar a hipertensão - não somente a redução de sal.
 

 Ele acredita que uma grande parte dessa equação se deve a esse equilíbrio de minerais - ou seja, a maioria das pessoas precisa de menos sódio e mais potássio, cálcio e magnésio. De acordo com Appel: “Níveis mais elevados de potássio embotam os efeitos do sódio. Se você não consegue ou não vai reduzir o sódio, adicionar potássio pode ajudar. Mas fazer os dois é melhor”.

Realmente, manter uma proporção adequada de potássio X sódio na sua dieta é muito importante, e a hipertensão é apenas um dos muitos efeitos colaterais de um desequilíbrio. Uma dieta com alimentos processados praticamente garante que você terá uma proporção desequilibrada de muito sódio para potássio. Fazer a troca de alimentos processados por alimentos in-natura irá melhorar automaticamente seus índices.

Consuma Muitos Vegetais 

Fazer sucos de vegetais (Juicing) é uma maneira simples de aumentar a quantidade de
vegetais na sua dieta, e muitos vegetais ricos em NO3 (que elevam o seu nível de NO) são adequados a essa técnica, como beterrabas, couves, aipo, espinafre, cenouras e muito mais. O alho, alho-poró, chalota e cebolinha ricos em alicina também ajudam a melhorar a sua pressão arterial e são fáceis de adicionar a saladas e a vários pratos.
 

Otimize seu nível de vitamina D 

Aumente o seu consumo de ômega-3 de origem animal 

A melhor maneira de aumentar o seu ômega-3 é comer bastantes peixes oleosos que possuam pouco mercúrio e outros poluentes. Boas opções incluem o salmão selvagem do Alasca, sardinha e anchovas. Alternativamente, tome um suplemento de óleo de krill ou de peixe de alta qualidade. Conforme observado anteriormente, o óleo de krill tem certas vantagens sobre o óleo de peixe, e é por isso que eu o prefiro.

Considere fazer jejum intermitente 


O jejum intermitente é uma das formas mais eficazes que eu encontrei para normalizar sua sensibilidade à insulina/leptina. Não é uma dieta em termos convencionais, mas sim uma forma de programar sua alimentação de forma a promover o uso eficiente de energia.

Essencialmente, o jejum intermitente significa consumir suas calorias durante uma janela de tempo específica do dia e escolher não comer alimentos durante o resto dele. Quando você come, seu corpo reage elevando a insulina e a leptina.

Exercite-se regularmente 


Um programa de condicionamento físico completo pode ajudar muito a recuperar sua sensibilidade à insulina e normalizar sua pressão arterial. Para colher os maiores benefícios, recomendo incluir exercícios intervalados de alta intensidade à sua rotina.

Se você tiver resistência à insulina, você também deve incluir treinamento com pesos. Quando você exercita grupos musculares individuais, você aumenta o fluxo sanguíneo para esses músculos e um bom fluxo sanguíneo aumentará sua sensibilidade à insulina.

Eu também recomendo treinar a respiração pelo nariz quando for se exercitar, pois a respiração bucal durante o exercício pode elevar a frequência cardíaca e a pressão arterial, resultando em fadiga e tonturas.

Evite fumar e outras formas de poluição 

É sabido que o tabagismo contribui para uma pressão arterial elevada, assim como outras formas de poluição do ar, e até mesmo a poluição sonora. Para resolver isso, evite fumar, considere usar tampões de ouvido durante o sono se você mora em um bairro barulhento (uma vez que você não possa se mudar) e tome medidas para melhorar a qualidade do ar dentro da sua casa.

Ande com os pés descalços 

Andar com os pés descalços o ajudará a aterrar-se à terra. As experiências mostram que caminhar com os pés descalços do lado de fora (também conhecido como ligação à terra ou aterramento) melhora a viscosidade do sangue e o fluxo sanguíneo, o que ajuda a regular a pressão arterial. Então, faça um favor a si mesmo e livre-se dos seus sapatos de vez em quando.

O aterramento também acalma seu sistema nervoso simpático, o que dá suporte à variabilidade da sua frequência cardíaca. Isto, por sua vez, promove homeostase, ou equilíbrio, no seu sistema nervoso autônomo. Em essência, sempre que você melhora a variabilidade da frequência cardíaca, você está melhorando seu corpo inteiro e todas as suas funções.

Trate o seu estresse 

A conexão entre o estresse e a hipertensão está bem documentada, mas ainda não recebe a ênfase que merece. Na verdade, foi demonstrado que as pessoas com disfunção cardíaca podem reduzir o risco de eventos cardíacos subsequentes em mais de 70% simplesmente ao aprenderem a administrar seu estresse.

As emoções negativas suprimidas, como medo, raiva e tristeza, podem limitar severamente a sua capacidade de lidar com os inevitáveis estresses da vida diária. Os próprios eventos estressantes por si só não são prejudiciais, mas sim a sua falta de capacidade de lidar com eles.

A boa notícia é que existem estratégias para transformar rápida e efetivamente suas emoções suprimidas e negativas e aliviar o estresse. Meu método preferido são asTécnicas de Libertação Emocional (Emotional Freedom Techniques (EFT), uma técnica fácil de aprender e fácil de usar para liberar as emoções negativas.

A EFT combina a visualização com uma respiração calma e relaxada, enquanto se emprega toques suaves para “reprogramar” padrões emocionais profundamente enraizados.



OBS: Veja também este artigo.

Fonte:

http://portuguese.mercola.com/sites/articles/archive/2017/09/13/como-reduzir-a-pressao-arterial.aspx?utm_source=facebook.com&utm_medium=referral&utm_content=facebookmercolaport_lead&utm_campaign=9132017_como-reduzir-a-pressao-arterial

OS ASSUSTADORES RISCOS DE VIVER SEM CARNE À SAÚDE MENTAL

OS ASSUSTADORES RISCOS DE VIVER SEM CARNE À SAÚDE MENTAL

Fiquei um pouco em dúvida sobre traduzir o artigo abaixo, porque algumas das afirmações feitas, sobre uma alimentação sem carne ser boa para perder peso e para combater o câncer, me parecem pouco embasadas. Não são citadas referências, embora saibamos que o famoso Estudo de Saúde das Enfermeiras associou uma dieta rica em vegetais e pobre em carboidratos a uma chance menor de câncer de mama.

Ainda assim, acredito que é um texto importante de se ler: porque peso, risco de câncer e afins são apenas parte do estado complexo que chamamos de "saúde". E o que se passa em nossas cabeças faz parte também...

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

por Jill Waldbieser



Mais e mais mulheres estão se deixando de lado o consumo de carne... e isso pode ter impacto em suas mentes. Novas pesquisas sugerem que embora possa ajudar com o excesso de peso, reduzir o risco de câncer e aumentar a expectativa de vida, o vegetarianismo pode vir com efeitos colaterais menos conhecidos: ataques de pânico. Transtorno obsessivo-compulsivo. Depressão. Aqui investigamos o incômodo golpe de viver sem comer carne - e como comer apenas plantas, sem ficar ter problemas mentais.

Seus sintomas foram repentinos e graves. A paciente de Drew Ramsey, de 35 anos, sempre esteve apta e ativa, mas sua energia despencou. Quando conseguia arrastar-se para a academia, não adiantava. Sentia-se ansiosa e muitas vezes ficava à beira das lágrimas sem motivo, mesmo quando estava com amigas. O pior de tudo foram seus ataques de pânico, uma ocorrência rara no passado, mas agora tão comum que ela estava com medo de perder seu emprego porque tinha problemas para sair da cama: ela ficava aterrorizada em pegar o metrô de Nova York.

Ramsey, um professor e psiquiatra da Universidade de Columbia com 14 anos de experiência, queria colocá-la sob medicação. Sua paciente relutava. Ela estava tão consciente do que colocava em seu corpo, e tinha até mesmo desistido da carne havia um ano, tendo ouvido falar de todos os benefícios para a saúde do vegetarianismo. Então Ramsey prescreveu outra coisa: bife de gado alimentado com pasto.

Pode soar como um episódio de House, mas Ramsey teve um pressentimento. Ele já havia visto um vínculo dramático entre humor e comida (e pesquisou isso para o seu próximo livro "Eat Complete") e adivinhou que a dieta bem-intencionada, sem carne, de sua paciente, era o próprio fato causador da sua deterioração mental. Dito e feito, seis semanas depois de adicionar proteína animal de volta ao seu prato, sua energia se recuperou e seus ataques de pânico caíram 75%.

Seu caso está longe de ser único. "Eu ouço dos vegetarianos todos os dias, eles têm essa terrível depressão e ansiedade , e eles não entendem o porquê", diz Lierre Keith, autor de O Mito Vegetariano. "As pessoas pensam que estão comendo uma dieta linda e justa, mas eles não percebem que há um lado escuro potencial".

É verdade que muitos dos estimados 8 milhões de vegetarianos americanos são atraídos pela promessa da dieta de ter um peso, coração e planeta mais saudáveis. Eles deixam de lado a carne bovina, aves e suína, sem saber que um crescente corpo de pesquisas sugere uma ligação entre a alimentação sem carne e o risco elevado de transtornos mentais sérios.

Mesmo se não pensarmos em paleo, há décadas que o consumo de carne foi considerado verdadeiramente saudável. Praticamente todos os dias, parece, um novo estudo emergente mostrando que as dietas vegetarianas são a chave para tudo, desde perder peso até bater câncer. Um grupo de pesquisadores da Califórnia até encontrou evidências de que a deixar a carne pode aumentar mais de três anos em sua vida útil.

O amor a viver só de plantas foi bem além da opinião médica - tornou-se parte de uma mudança cultural. Cerca de 29 milhões de adultos dos EUA agora participam da "Segunda-feira sem carne". A Amazon apenas, tem mais de 7.000 livros de receitas veganos em seu inventário (60 deles são best-sellers). A Open Table possui dezenas de listas de "melhores restaurantes para vegetarianos", destacando chefs estelares experimentando com refeições de zero carne. Até cadeias como Wendy e White Castle têm hambúrgueres vegetarianos.

É difícil argumentar com a ciência - e com um movimento aprovado por todos de Gandhi a Beyoncé. E é natural assumir que o máximo da saúde mental e uma atitude perpetuamente brilhante são apenas mais dois efeitos colaterais do estilo de vida vegetariano brilhante.

Por isso, foi surpreendente no ano passado, quando pesquisadores australianos revelaram que os vegetarianos relatavam ser menos otimistas quanto ao futuro do que os comedores de carne. Além disso, eles eram 18% mais propensos a relatar depressão e 28% mais propensos a sofrer ataques de pânico e ansiedade. Um estudo alemão separado sustenta isso, encontrando que os vegetarianos eram 15% mais propensos a condições depressivas e duas vezes mais propensos a sofrer transtornos de ansiedade.

Mesmo os profissionais acham as estatísticas confusas, no estilo "o ovo ou a galinha". "Nós não sabemos se uma dieta vegetariana causa depressão e ansiedade, ou se as pessoas que estão predispostas a essas condições mentais gravitam para o vegetarianismo", diz Emily Deans, uma psiquiatra de Boston que estuda o vínculo entre comida e humor.

Provavelmente, diz Deans, há verdade em ambas as teorias. As pessoas com tendências ansiosas, obsessivas ou neuróticas podem estar mais inclinadas a micro-gerenciar seus pratos (em um estudo, os vegetarianos tiveram três vezes maior o risco de desenvolver um transtorno alimentar em comparação com os amantes da carne). No entanto, todos os especialistas concordam que, independentemente de onde você classificar em uma escala de 1 para o TOC, o que você mastiga e engole desempenha um papel importante no que acontece na sua cabeça.

"A alimentação é um fator na saúde mental", diz Ramsey. "Devemos falar sobre isso. Você não pode apenas fazer uma mudança radical em sua dieta e esperar que não tenha nenhum efeito sobre você mentalmente".

Nutrição arriscada


Rápido: Nomeie alguns "alimentos bons para o cérebro". Bem, há abacate. Azeite. Nozes. Carne vermelha? Não muito. No entanto, as evidências antropológicas mostram que, muito antes de podermos optar por subsistir em queijo de caju e tofu, a carne animal forneceu calorias densas em energia necessárias para alimentar os cérebros em evolução. Sem carne, nunca teríamos amadurecido além da capacidade mental dos herbívoros, como os gorilas.

Hoje, cérebros mais fortes ainda são alimentados por carne de bovino ou, pelo menos, por muitos dos nutrientes comumente encontrados em proteínas animais. No topo da lista estão vitaminas do complexo B, que o seu miolo precisa para bombear neurotransmissores como o glutamato; baixos níveis delas têm sido associados a depressão, ansiedade e TOC (soa familiar?). Da mesma forma, escassos níveis de zinco e ferro, dois nutrientes muito mais prevalentes em carnes do que plantas, podem se manifestar como mau humor ou pior. "Atendi vegetarianos que pensavam estar tendo ataques de pânico quando era realmente uma deficiência de ferro", diz Deans. Sem ferro para ajudar o sangue a transportar o oxigênio pelo corpo, o cérebro recebe menos O2, deixando-o lento e mais propenso a falhar. Depois, há o triptofano, um aminoácido essencial encontrado quase que exclusivamente em aves. Seu corpo não consegue fabricá-lo e precisa dele para produzir serotonina, um hormônio que age como antidepressivo natural no cérebro.

Alguns vegetarianos, inadvertidamente, cavam um buraco ainda mais fundo enchendo-se de pão branco, arroz e macarrão; cereais carregados de açúcar; e cookies. Esta assim chamada "dieta do carboidrato" é livre de carne mas é rica em problemas, diz o médico Vincent Pedre, autor de "Happy Gut". "A gangorra de açúcar no sangue e níveis de hormônio pode levar a mais irritabilidade, depressão e ansiedade".

A carne no meio


Naturalmente, muitos vegetarianos nunca experimentam nada nem parecido com problemas de saúde mental, e os experientes conseguem comer dietas que contornam as deficiências nutricionais acima mencionadas. Claramente, é possível ajustar-se, e até prosperar, com uma existência sem carne.

Mas deixar a carne não deve ser feito de maneira impensada, adverte Deans. Consulte previamente um nutricionista ou médico, especialmente se você é suscetível a transtornos de humor ou tem uma história familiar deles. Em seguida, corte gradualmente. "Comece a usar a carne como um enfeite em um prato e não como a principal atração", sugere Diana Rice, RD, uma nutricionista na cidade de Nova York. Outras maneiras saudáveis ​​para se encaixar em uma alimentação baseada em vegetais: reduza para apenas uma refeição carnuda por dia; coma carne apenas nos fins de semana ou certos dias da semana; ou pratique o flexitarismo - o termo para quando se come carne apenas em ocasiões especiais; ou não quando não se come carne, mas ainda se comem produtos lácteos, ovos e peixes.

À medida que você progredir, mantenha um diário sobre como se sente, física e mentalmente. "Todo mundo responde a virar vegetariano de forma diferente", diz Rice. "Alguns sentem-se fantásticos imediatamente, mas alguns podem sentir o mesmo e ainda assim perceberem que estariam melhor com um pouco de proteína animal em suas dietas, afinal".

Isabel Smith, 27, foi uma das últimas. Assim como a paciente de Drew Ramsey, ela era ativa e enérgica e pensou que uma dieta vegetariana era o complemento perfeito para seu estilo de vida consciente da saúde. Mas depois de algumas semanas, sem carne, ela se encontrou inusitadamente chorosa. "Eu estava cansada, frustrada e ficava chateada com mais facilidade, especialmente sobre coisas que normalmente não me incomodavam", diz ela. "Eu ficava triste por nenhuma razão". Pouco depois ela começou a comer carne de novo, e notou uma melhora no humor.

A pegadinha? Smith é uma nutricionista formada. Uma que agora entende pessoalmente o que estuda profissionalmente: nem todos são feitos para uma vida sem carne. Para muitas pessoas, é crucial perceber que a ênfase no conselho popular do autor Michael Pollan para comer "principalmente plantas", nem sempre deve ser na segunda palavra.

A indústria do açúcar está enganando você!

A indústria do açúcar está enganando você!  

Não é preciso ser nenhum especialista na área da saúde para enxergar que estamos vivendo uma epidemia crescente de obesidade, diabetes e todas as doenças correlatas no mundo inteiro e que o problema central é o que estamos comendo. E parece que escolher o que comer tem ficado cada vez mais difícil, porque cada dia pipoca na imprensa um estudo que nega o benefício de um alimento antes beatificado e outro que o recomenda como cura de todos os males.Mas se tem algo que quase todos os profissionais de saúde e o público geral concordam é que estamos comendo açúcar, sal e gordura demais, nos alimentos ultraprocessados e que esse é um dos pontos centrais nessa epidemia de diabesidade, que é um termo novo e quase sempre indissociável.
Para a indústria alimentícia, o açúcar, o milho, o trigo e a soja são as minas de ouro inesgotáveis e o consumo de açúcar no mundo só cresce, ao mesmo tempo que aumenta a incidência de doenças cardíacas, diabetes e obesidade. Comemos cada vez mais açúcar, mas não porque estamos usando mais açúcar no café, chá ou na salada de frutas e sim porque o açúcar é adicionado e está escondido em cerca de 75% dos alimentos industrilizados e está em quantidades anormais em bebidas adoçadas e refrigerantes.
Não tem como fugir do açúcar, ele está sorrateiramente presente, em quantidades brutais, mesmo alimentos impensáveis, como molhos salgados, salsichas, bacon, bolachas, cereais e laticínios. A indústria descobriu maneiras de potencializar o consumo, através do que ficou conhecido como bliss point, que é a concentração otimizada de açúcar, sal e gordura no alimento industrializado, que estimula a sua palatabilidade ao ponto máximo. Não à toa, o marketing diz: é impossível comer um só!
Os problemas associados com essa estratégia fabril de alimentação e confinamento constante dos seres humanos, estão em todas as casas do mundo. Em praticamente todos os países, as taxas de sobrepeso, obesidade e diabetes estão crescendo de maneira exponencial e os custos dessas doenças no sistema de saúde só aumenta. Há especialistas que estimam a quebra do sistema de saúde americano em 2030, caso a população continue adoecendo no ritmo atual (75% com sobrepeso/obesidade e 30% diabéticos).
Se eu pegar os meus livros do tempo da faculdade, o diabetes tinha duas formas: o diabetes tipo 1, ou infanto juvenil, e o diabetes tipo 2, do adulto. Hoje, temos crianças de 6 anos de idade com diabetes tipo 2 e pela primeira vez na história recente do mundo, há possibilidade de que a atual geração viva menos que seus pais.
E não há dúvida que o chefe dessa quadrilha é o açúcar escondido. E que esse bandido vai te matar.

A reação ao redor do mundo.

A reação é crescente no mundo, não há mais como enfrentar o problema sem recomendar a diminuição do consumo do açúcar refinado/adicionado/escondido e dos alimentos ultraprocessados entupidos com ele, especialmente nas bebidas adoçadas, como refrigerantes, sucos e leites. Mas a influência da industria  e suas estratégias de publicidade e incentivo ao consumo são tão subliminares, que os países que estão tendo sucesso no combate à essa questão, só o conseguem banindo a publicidade infantil dos alimentos ultraprocessados e aumentando os impostos dos refrigerantes, a principal fonte de açúcar da dieta.
A industria bombardeia as crianças todos os dias.
A indústria convence cientistas de renome a participar de estudos de qualidade duvidosa e os faz espermer e escamotear números para enganar os jornalistas e impor suas manchetes. A imprensa é tomada pela informação duvidosa e quem a refuta, corre o risco de ser perseguido, como aconteceu na inglaterra com o cientista John Yudkin nos anos 70.
Essa semana, foi publicado um estudo em dos um periódicos médicos mais respeitados do mundo, o JAMA, jornal da associação americana de medicina, onde os autores conseguiram demonstrar, com acesso aos documentos internos da indústria do açúcar dos Estados Unidos, como sua influência oculta e seu financiamento da ciência, colocou sob o açúcar uma aura de anjo e tornou as gorduras as culpadas pelas doenças modernas.
No Brasil, nada disso é diferente e dia desses, me deparei no Facebook com uma postagem onde era exaltado o consumo “consciente” do açúcar. A luz vermelha acendeu em minha mente e já conhecendo as artimanhas da indústria, em pouco tempo já tinha desvendado o mistério da campanha Doce Equilíbrio.

O Raio-X do inimigo.

A partir de agora irei dissecar ponto a ponto a campanha e seu modo de fazer propaganda do demônio, para que ele pareça um anjo de candura e te empurre para o abismo do pré diabetes, depois diabetes, depois infarto e depois uma morte lenta, dolorosa e sofrida.
Matéria

PASSO 1

Use uma manchete que chame a atenção,  mesmo que  não corresponda aos verdadeiros dados da pesquisa. No final, vou mostrar porque essa manchete só serve para uma coisa: te enganar. A tática da indústria é espremer os dados, generalizar, para depois que for desmascarada, dizer que não é bem assim ou questionar a reputação de quem a contesta.
Matéria dois

PASSO 2

Use o nome de um prestigiado e sério instituto. A ver se há algum tipo de aporte financeiro à instituição, o que no mínimo já colocaria em questão os possíeis aspectos éticos e os conflitos de interesse do estudo e dos autores, que não estão claros.
Matéria 3

PASSO 3

Já que não é possível diminuir a balança para um menor entrada de comida no seu corpo, a nova moda é colocar a culpa na sua falta de atividade física. Apesar da atividade física ser essencial para uma boa saúde, os estudos que avaliam o aumento dela, isoladamente, para perda de peso,  sem mudança alimentar, atestam sua falta de eficácia à longo prazo. Sem modificar a alimentação e consequentemente sem DIMINUIR o açúcar adicionado nos alimentos ultraprocessados na dieta, quase ninguém consegue recuperar a saúde e perder peso.
Parte 4

PASSO 4

A afirmação do colega endocrinologista é perfeita, o sedentarismo pode ser considerado o novo tabagismo, porém, como coloquei anteriormente, querer colocar a culpa na sua preguiça, é esquecer que o açúcar adicionado, que está presente em 75% dos alimentos industrializados e CAUSA inatividade física, por alterações no centro executor/motor do cérebro, literalmente te prendendo no sofá, é ocultar o principal.
Você não consegue se exercitar porque é um desgraçado preguiçoso e sim porque a tua alimentação industrial te torna assim.
No final do texto, com os dados completos da pesquisa, mostrarei, matematicamente que a população do estudo é uma ínfima parte do conjunto da população brasileira, portanto o estudo não representa o indivíduo comum, como a manchete quer induzir você a concluir.
 Parte 5

PASSO 5

Obviamente, estamos carecas de saber que a obesidade é mutifatorial. Mas também é óbvio que estamos vivendo uma epidemia mundial de diabesidade e os estudos não patrocinados pela indústria, identificam no açúcar adicionado, consumido junto aos alimentos ultraprocessados, especialmente nas bebidas adoçadas, a causa de um ciclo vicioso de fome infinita (você sente isso), a desregulação metabólica e hormonal  basal, que leva à inflamação e resistência à insulina, ambas raízes das doenças metabólicas modernas.
Vou aqui entrar em alguns detalhes bioquímicos para você entender  que a afirmação acima que a sacarose não aumenta mais a glicemia do que outros carboidratos com quantidade equivalente é completamente irrelevante.
O açúcar refinado/adicionado/escondido tem calorias vazias, ou seja, não acrescenta absolutamente nada do ponto de vista nutricional para o indivíduo. Na verdade, açúcar não pode ser considerado comida, porque a definicação técnica de comida, segundo o dicionário Medical Free Dictionary, é: “um material que contém nutrientes essenciais, que são assimilados pelo organismo para produzir energia, estimular o crescimento e manter a vida”.
Acontece que para que o açúcar refinado/adicionado (sacarose tem uma molécula de glicose e uma de frutose e zero vitaminas ) produza energia, ele retira energia e nutrientes do organismo, tanto dos alimentos, quanto das reservas do próprio corpo. Para metabolização da glicose, o corpo necessita de vitaminas do complexo B, como a riboflavina, tiamina e niacina e além disso libera insulina em quantidades crescentes quanto maior o consumo, que além de causar acúmulo de gordura, causa fome. E fundamental, a glicose retira magnésio do corpo, pois o combustível celular, o ATP é uma molécula magnesiaa e para fazer o ATP com a glicose, o corpo necessita também de magnésio.
Para a metabolização da frutose no fígado é necessário o fosfato que é proveninente do ATP, a reserva de combustível das mitocôndrias. Então, para que a frutose gere energia, ela ocasiona um diminuição de energia celular. Além disso, o excesso de frutose, fato incontestável da alimentação com ultraprocessados e bebidas adoçadas, leva à estresse oxidativo, aumento do ácido úrico e inflamação, consequentemente dano à mitocôndria, nossa geradora de energia da célula, aos rins e aos vasos sanguíneos.
Resumindo: o açúcar adicionado/refinado só serve para te deixar um caco e você não consegue controlar o seu consumo.
Então, para um diabético, obviamente que a sacarose não aumenta a glicemia em quantidades equivalentes de glicose, simplesmente porque a sacarose tem frutose e glicose e a glicose é pura glicose! Mas a sacarose, pelo conteúdo de frutose, causa estresse metabólico e inflamação, aumenta a pressão arterial, o ácido úrico e como a própria indústria já propaga, é impossível comer uma só, você não consegue se controlar e com a queda de energia celular, o indivíduo precisa se reabastecer constantemente e o ciclo vicioso se fecha. Você não para de comer!
Parte 6

PASSO 6

Os dados da pesquisa tem um grau de evidência sofrível. Qualquer estudante secundarista poderia fazer esse estudo e este seria recusado por qualquer periódico sério do mundo. As pessoas sequer se lembram à noite do que comeram no café da manhã, imagine um questionário 24 horas depois. Além disso, como já disse, o problema não parece ser o açúcar do açucareiro, aquele que adoça o cafezinho e o chá, mas essencialmente o consumo do açúcar que está escondido nos alimentos processados e especialmente nos refrigerantes e bebidas adoçadas, e que você sequer tem noção que está consumindo.
Parte 7

PASSO 7

O Dr. Magnoni faz uma afirmação perfeita, se não estivéssemos lidando com um ingrediente que vicia! Isso, vicia! Colocar no rótulo da cerveja, beba com moderação, resolve? Será que dizer para o drogado, cheire cocaína com moderação, resolve? Com o açúcar vale a mesma máxima.
Vou traduzir aqui, ipsiliteris, a conclusão de um estudo publicado em Julho desse ano, em uma das mais prestigiadas revistas sobre diabetes do mundo, a Diabetes:
“Os achados de Jastreboff et al., que a glicose e frutose estimula o sistema estriatal mais em adolescentes com obesidade que em indivíduos magros, indicam que essas moléculas tem potencial adictivo e de habituação. Em vários casos a sacarose é consumida em bebidas adoçadas com açúcar que também contém cafeína (refrigerantes, cafezinho, por exemplo), uma droga que estimula o sistema nervoso central. Será de grande interesse descobrir se a cafeína adicionada com a glicose ou frutose, produz um efeito ainda mais profundo no sistema estriatal de adolescentes com obesidade.”
Como a maioria da população brasileira (63%), está acima de peso ou obesa, não precisa dizer onde vai dar esse papo da indústria de moderação com uma droga com potencial viciante como o açúcar. Não há como educar um drogado. A única maneira de evitar o consumo é fazer campanha CONTRA, TAXAR os alimentos que contém a substância para diminuição do consumo e impedir a publicidade infantil. Isso lembra você da campanha anti tabaco, não?
No começo, os especialistas isentões e os arautos da indústria diziam:
“Fume com moderação, fume com filtro, não deixe de aproveitar o charme do cigarro, ele é parte da nossa cultura.”
Deu no que deu. Com o açúcar, a mesma coisa.
Parte 7.1
Parece que ninguém toma refrigerante, suco de caixinha e leite com achocolatado, não? Será que havia uma pergunta específica sobre refrigerantes, já que esses são os principais responsáveis pelo consumo de açúcar na alimentação ocidental? Será que as pessoas beberiam refrigerantes se soubessem que há em uma lata toda a quantidade diária que uma criança, adolescente ou mulher deve consumir?
Parte 8

PASSO 8

Não é preciso ser nenhum gênio ou estudioso da saúde para saber que o açúcar faz parte da rotina do brasileiro. Ele está cada vez mais gordo, doente e diabético, hipertenso, com ácido úrico alto e colocando stents cada vez mais cedo exatamente por esse motivo. O açúcar e seus companheiros, sal e gordura trans, faz de você um glutão doente, para alegria de alguns mercadores da doença e lucros cada vez maiores da indústria da comida de mentira. E por último, você entendeu por tudo que eu escrevi, que não há possibilidade de controlar o consumo do açúcar refinado/adicionado consumindo açúcar. Você deve comer carboidratos, mas não precisa de forma alguma consumir açúcar.
Frequentemente, a frase mais usada pelos defensores do açúcar é que a glicose é o combustível essencial das células e eles te confundem porque a glicose, além de não necessitar ser provida pelo açúcar, pode ser produzida pelo organismo por diversas formas e não se constituiu em um nutriente essencial e indispensável da DIETA, mas sim das células.
Crianças com epilepsia de difícil controle são tratados com dieta cetogênica, que contém praticamente zero açúcar/glicose e além de não morrerem, muitos conseguem diminuir de forma significativa suas crises convulsivas, porque o seu cérebro usa o substrato da gordura para produzir corpos cetônicos, que fornecem 75% do combustível às células e as proteínas, através de um processo chamado gliconeogênese transformam aminoácidos em glicose. Os triglicerídeos, forma mais comum de armazenamento da gordura no organismo, também fornecem glicerol para as células.
De acordo com o  Conselho de Nutrição do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, o limite mínimo diário para ingestão de carboidratos compatível com a vida é aparentemente zero, desde que quantidades adequadas de proteínas e gorduras sejam consumidas. Resumo: qualquer um vive sem açúcar.
Não estou aqui pregando contra os carboidratos e dizendo que você não deve consumi-los. Populações do mundo com modo de vida não industrializado, como os Kitavas da Indonésia, consomem um dieta de alto carboidrato e não tem nenhuma das doenças modernas. Porém, estes não consomem açúcar adicionado/refinado e como você já entendeu, uma coisa é glicose, outra é frutose, outra é a presença destes na forma de sacarose ou isoladamente em alimentos inteiros, naturais, com fibras e vitaminas, como as frutas e outra é colocado em quantidades sobre humanas, na forma de xarope de milho de alta frutose em alimentos cheios de outros elementos nocivos e cujo consumo, você não consegue controlar.

E eles ainda insistiram em mais uma pesquisa furada…

Parte 09
Dificilmente alguém prestara atenção nisso, mas duas coisas me chamaram a atenção:
– A pesquisa foi através de uma entrevista, ou seja, do ponto de vista científico e estatístico, tem relevância extremamente baixa.
– Fazendo contas básicas, você entende que a manchete foi enganosa. Dos 1.199 pacientes entrevistados, 71% (851) consomem açúcar habitualmente, 30% (400) fazem atividades físicas e destes, 67% (268) consomem açúcar. Dos 268 que consomem açúcar habitualmente e praticam atividade física, 195 tem o peso normal.
Então, do grupo estudado, somente 15%, consome açúcar habitualmente, pratica atividade física e tem peso normal. Se a pesquisa era para avaliar o efeito do consumo do açúcar em relação à indivíduos fisicamente ativos e com peso normal, esse grupo, no mínimo, deveria ter feito teste de tolerância à glicose, pois sabemos que independentemente do peso, o açúcar adicionado/refinado, em excesso, pode causar acúmulo de gordura abdominal (barriga de chope), inflamação e alterações metabólicas.
Além disso, vê-se que da população pesquisada, a grande maioria (1004), consome açúcar habitualmente, não se exercita e não está com peso normal, número até superior de indivíduos com sobrepeso e obesidade do que a população geral.  E na hora de fazer a manchete, além de não mencionar isso, dá a entender pra você que 73% da população geral consome açúcar e tem peso normal, mas na verdade é do grupo de pesquisados, que consomem açúcar habitualmente E fazem atividade física, tem peso normal, o que não necessariamente significa que tem saúde.
O pior é que pelo jeito a pesquisa não foi publicada em nenhum periódico de relevância, e não temos acesso aos dados completos, inclusive uma das informações mais importantes: qual o percentual da população do estudo que consome açúcar habitualmente e está acima do peso?
Porque aí, talvez a manchete mais honesta fosse: a maioria da população que consume açúcar habitualmente está acima do peso. E provavelmente, pelos dados relevantes da literatura, uma das coisas que precisamos orientar a população a fazer é diminuir o consumo dele e quem deve ser  primariamente responsável por isso é a indústria!
Resumindo, mágica com números para o interesse exclusivo de confundir, causando em você uma falsa sensação de segurança, induzindo a continuidade de consumo de algo que vicia e causa, na maioria das pessoas do mundo atual, comportamento de habituação, que está na maioria dos alimentos industriais e que você não consegue controlar a quantidade, enfim, te adoecendo e matando aos poucos.

Por fim, as duas cerejas do bolo…

parte 10
No site da campanha, tem uma opinião do especialista, onde o educador físico Márcio Atala, escreve o seguinte: “Temos que pensar que é possível consumir uma quantidade de açúcar, mesmo que acima da recomendada pela OMS, mas ainda fazer uma alimentação balanceada (é ou não é inacreditável?!) e ser uma pessoa saudável.”
Creio que não preciso comentar, por tudo o que já escrevi acima, você entende que essa afirmação é o mesmo que te convencer a pular de avião sem paraquedas pelo prazer de voar.
Mas aí, ficou a questão final: tudo tem cheiro de indústria, tem pegadas da industria, mas cadê a indústria do açúcar?
Aqui
Está lá, em um local quase imperceptível e inalcançável do site, sorrateiramente se escondendo, como o seu açúcar escondido, esperando que você caia na balela, para lentamente se adoecer e matar.
Referências:
Bray, George A. “Is Sugar Addictive?.” Diabetes 65.7 (2016): 1797-1799.
Brinton, Eliot A. “The time has come to flag and reduce excess fructose intake.” Atherosclerosis (2016).
DiNicolantonio, James J., and Amy Berger. “Added sugars drive nutrient and energy deficit in obesity: a new paradigm.” Open Heart 3.2 (2016): e000469.
Jastreboff, Ania M., et al. “Altered brain response to drinking glucose and fructose in obese adolescents.” Diabetes (2016): db151216.
Kearns CE, Schmidt LA, Glantz SA. Sugar Industry and Coronary Heart Disease Research: A Historical Analysis of Internal Industry Documents. JAMA Intern Med.Published online September 12, 2016.
Lustig, Robert H. “Sickeningly sweet: does sugar cause type 2 diabetes? YES.” Canadian journal of diabetes (2016).
Malik, Vasanti S., et al. “Sugar-sweetened beverages and weight gain in children and adults: a systematic review and meta-analysis.” The American journal of clinical nutrition 98.4 (2013): 1084-1102.
Perlmutter, Richard. “Labeling solid fats and added sugars as empty calories.”Journal of the American Dietetic Association 111.2 (2011): 222-223.
Reedy, Jill, and Susan M. Krebs-Smith. “Dietary sources of energy, solid fats, and added sugars among children and adolescents in the United States.”Journal of the American Dietetic Association 110.10 (2010): 1477-1484.
World Health Organization. “Guideline: sugars intake for adults and children.” (2015).

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