Há meses queria escrever sobre este assunto, mas devido a demora de nosso incompetente Ministério da Saúde em responder a minha solicitação de esclarecimento sobre o assunto, apenas agora estou podendo fazê-lo. Após pesquisar sobre o assunto, eu tentei obter, através dos canais apropriados, a posição do governo brasileiro em relação ao Bisfenol. A resposta recebida, que você pode ler mais abaixo, mostra a séria situação que nos encontramos, onde os órgãos públicos que deveriam regular o uso de produtos químicos tóxicos acabam protegendo o lobby das indústrias químicas e de alimentos.
Antes de mais nada, vamos esclarecer o que é o Bisfenol e porque ele apresenta um sério risco a saúde.
O que é o Bisfenol A?
O Bisfenol A, também conhecido como BPA é um composto utilizado na fabricação de plásticos policarbonatos e resinas epóxi. Ele foi sintetizado pela primeira vez no final do século 19 e foi conhecido como um imitador do estrogênio (hormônio feminino) desde a década de 1930. Plásticos a base de BPA apareceram no mercado no final dos anos 1950. Um milhão de toneladas de BPA foram produzidas em 1980 e 2,2 milhões de toneladas foram produzidas em 2008.
O BPA é um disruptor do sistema endócrino que imita o estrogênio. Ele está relacionado com o câncer de mama, diminuição da testosterona, e com o desequilíbrio do nível hormonal, entre uma série de outros males para o corpo humano. Os efeitos mais nocivos do BPA são para os fetos, bebês e crianças pequenas, o que é bastante preocupante, pois eles são os mais expostos. Estudos têm ligado o BPA ao aumento do risco dos seguintes problemas:
– Câncer
– A obesidade e doenças associadas, como diabetes
– Problemas neurológicos
– Confusão dos receptores hormonais da tireóide
– Problemas do coração (como arritmia e batimento cardíaco irregular)
– Dificuldades de fertilidade/sexualidade e alterações do DNA.
Os seres humanos normalmente ingerem BPA das embalagens de alimentos e bebidas que liberam BPA, especialmente quando aquecidos. Um estudo de 2004 do CDC encontrou BPA em 93% das 2.517 amostras de urina de pessoas de seis anos ou mais. Em nosso mundo de plástico e reciclagem dominante, é importante entender onde existe BPA.
Os códigos de identificação da resina (RIC) foram definidos em 1988 para identificar os tipos de polímeros plásticos para reciclagem. No Brasil a norma ABNT NBR 13230 dita os códigos a serem utilizados em produtos recicláveis. RICs números 1, 2, 4, 5 e 6 não contém BPA, embora RICs números 1 e 6 não são recomendados para consumo humano de forma repetida. RIC número 7 é uma categoria abrangente que frequentemente contém BPA. Se os plásticos devem ser utilizados para consumo de alimentos e bebidas, não se esqueça de usar o seguintes tipos:
– RIC 2 – PEAD (polietileno de alta densidade),
– RIC 4 – PEBD (polietileno de baixa densidade), ou
– RIC 5 – PP (polipropileno) recipientes de plástico reciclado.
No entanto, este artigo científico de 2008 mostra que no Brasil apenas 80% das embalagens mostrava o código de identificação, enquanto que até 40% continham o código incorreto.
Resinas epóxi contendo BPA são encontrados no revestimento do interior da maioria das latas de alimentos e bebidas. O BPA tem sido usado como fungicida, e também é encontrado no papel de recibo de vendas (papel térmico) e tubos de água. plásticos de policarbonato são claros e à prova de estilhaçamento. Exemplos de policarbonatos utilizados na vida cotidiana incluem:
– Garrafas de água , mamadeiras e chupetas
– Equipamentos esportivos
– Dispositivos médicos e odontológicos
– Produtos para obturação dentária e selantes
– Lentes de óculos
– PVC
– CDs e DVDs
– Eletrodomésticos
Algumas opções para limitar a exposição ao BPA, especialmente às crianças, incluem:
– Não usar plástico policarbonato no microondas (normalmente RIC código 7)
– Não ingerir alimentos ou bebidas em lata
– Usar recipientes de vidro, porcelana, ou de aço inoxidável, especialmente para alimentos e bebidas quentes.
– Usar mamadeiras, chupetas e garrafas de água sem BPA. No Brasil você pode encontrar as seguintes marcas sem BPA: Avent, Mam e Kuka.
Apenas evitando plásticos contendo BPA já diminui os riscos associados. Um passo adiante, se informando sobre o BPA e seus efeitos negativos lhe dará o entendimento do porquê o BPA é prejudicial. Tomar decisões conscientes e informadas sobre o BPA para evitar o uso de plástico e irá beneficiar a saúde humana eo meio ambiente. Seus filhos e familiares agradecem.
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