Gordura saturada sobe no pódio
Este estudo foi uma parte do estudo coorte, sobre risco de câncer com mais de 110.000 pessoas. Destes participantes, 53.400 participantes preencheram um questionário sobre alimentação e foram acompanhados por um período de 14 anos. Este estudo é de natureza observacional e foi feito com o objetivo de observar os desfechos destes indivíduos para a progressão de doenças.
Os resultados deste estudo, alinhados a outros estudos sobre o tema, demonstram que o foco na redução da gordura saturada como fator preventivo da aterosclerose não é suportada pelos dados estatísticos. A teoria lipídica há muito tempo vem sendo questionada e colocada contra a parede devido a falta de evidências na contribuição para as doenças do coração. De acordo com os pesquisadores sobre os resultados do estudo:
“O consumo de gordura saturada estava inversamente associada a mortalidade por derrame. Esta associação inversa foi similarmente observada para hemorragia intraparenquimatosa e acidente vascular cerebral isquêmico”
As recomendações de 16g por dia de gordura saturada já foram questionadas pelas autoridades nutricionais, neste ano de 2015 nos Estados Unidos e a “A Academia de Nutrição e Dietética”, a maior organização mundial de profissionais de alimentação e nutrição recomendou que se tirasse a gordura saturada e o colesterol dietético da lista de preocupações para a saúde. Mais adiante, a gordura saturada dos alimentos na sua forma natural tem sido usada com muito eficiência no tratamento e na prevenção da obesidade e outras patologias crônicas associadas aos processos inflamatórios do corpo.
De acordo com a nutricionista e presidente da Academia Sonja L. Connor:
“A Academia aplaude a revisão sistemática baseada em evidências da literatura, que é vital para a avaliação da ciência da DGAC (comitê das diretrizes nutricionais)”
A academia americana, atualmente, não apenas defende não reduzir as gorduras saturadas da dieta, mas foi além e elogiou o Comitê Consultivo das diretrizes nutricionais de 2015 por terem escrito um relatório com base em provas científicas.
“Nós elogiamos o Departamento de Saúde e Serviços Humanos e o Departamento de Agricultura pelo compromisso com a biblioteca de evidência nutricional e seus esforços contínuos em reforçar a abordagem baseada em evidências para a avaliação da literatura científica para futuras recomendações dietéticas.” Disse a presidente da academia.Voltando ao estudo em foco, demonstrando uma correlação entre os níveis baixos de gordura saturada no sangue e uma pior saúde das artérias na população japonesa, o fato dos japoneses consumirem uma dieta mais tradicional e reconhecida por muitos pesquisadores como mais saudável do que a dieta americana pode explicar porque a gordura saturada vinda através de alimentos naturais e não processados, como peixes nativos de água fria, por exemplo, são responsáveis pelo efeito supostamente protetor nesta população.
Dos mais de 14.000 japoneses observados, o consumo de 18 a 40g de gordura saturada por dia, quantidades relativamente altas, foi o teor de gordura saturada mais associado à redução das mortes por AVC. Por outro lado, o consumo de menos de 11g de gorduras saturadas por dia foi relacionado, nesta população, a uma maior incidência de derrames e a um risco quase 66% maior, enquanto quantidades mais moderadas de gordura saturada, 15 a 18g por dia de gordura saturada, foi relacionado em 20%.
Para colocar em perspectiva para os leitores do blog, em uma dieta isocalórica de 2000 calorias por dia, 18g de gordura saturada por dia representam 8.2% das calorias na forma de gordura saturada, enquanto 40g de gordura saturada por dia representam 18.2% das calorias diárias.
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