GORDURA SATURADA E O PULMÃO
O surfactante e a saúde respiratória
O pulmão tem sua função primordial ancorada na ação de uma substância
que cobre as membranas de brônquios e alvéolos: o surfactante pulmonar -
ou simplesmente surfactante.
Sabe-se que há uma influencia exponencial da qualidade de lipídios alimentares em sua composição e subsequente eficiência.
Na busca por artigos que versam sobre o tema encontrei um bem interessante pois sua conclusão é a seguinte:
"Concluímos que a prática comum de fornecer calorias na forma de
ácidos graxos poliinsaturados para pacientes criticamente enfermos
acarreta o risco de ser prejudicial para a função pulmonar.”
Isso foi concluído após submeter três grupos de porcos sob diferentes
tipos de gordura alimentar - a base de saturada (ác. palmitico), ácido
oleico e gordura de peixe.
"A adesão foi reduzida nos grupos de ácido oleico e do óleo de peixe
em comparação com o grupo do palmitato antes e depois da endotoxina. As
alterações em conformidade com os suínos alimentados com ácido oleico e
óleo de peixe foram consistentes com aumentos significativos no relação
entre o peso pulmonar úmido/seco, aumento da retenção de CO2, evidência
histológica de congestão vascular, edema intra-alveolar e espessamento
dos septos alveolares. Alterações na composição da fosfatidilcolina do
surfactante entre grupos foram consistentes com a ideia de que o aumento
de ácidos graxos insaturados pode afetar (negativamente) a função do
surfactante."
(LINK)
Uma pesquisadora de um blog que também se ocupa de temas de saúde e alimentação apresenta o seguinte: "Aqui
está mais um motivo para comer a abundância de gorduras saturadas. Dr.
Donald Miller Jr., que é o professor de cirurgia na divisão
cardio-torácica da Universidade de Washington, diz que o surfactante
pulmonar é composto inteiramente, quando disponível, de um tipo especial
de gordura saturada, o ácido palmítico de 16 carbonos. Se é
adequadamente produzido com essa gordura, pode previnir a asma e outras
doenças respiratórias. O recente aumento da asma poderia ter como causa a
prevalência do uso de gorduras trans e dos óleos vegetais no lugar de
boas gorduras saturadas. Quando consumimos gorduras parcialmente
hidrogenadas, os ácidos graxos trans são assimiladas pelo surfactante
pulmonar como um substituto para as gorduras saturadas que o corpo não
está recebendo. Estas gorduras não naturais depositados no surfactante
pulmonar pode significar que o surfactante é defeituoso e não é capaz de
funcionar eficazmente causando asma “(LINK).
Uma referencia do grande pesquisador Ray Peat:
"A presença de palmito nos fosfolípidos do surfactante pulmonar [78]
sugere que a sobrecarga materna de gorduras insaturadas podem interferir
com a formação destas substâncias importantes, causando problemas
respiratórios no recém-nascido". (LINK)
Alan Watson, outro pesquisador independente do ótimo “Diet Heart
Publishing”, colocou um desafiador aspecto quando fala da importância do
ácido palmítico: "Um detalhe do senso comum. Os franceses têm uma
dieta rica em gordura saturada e baixas taxas de doenças cardíacas (ver
estudo MONICA). Os franceses são fumantes pesados, mas têm taxas
relativamente baixas de câncer de pulmão. Você não pode achar que o
ácido palmítico - um ácido graxo básico e que representa (pelo menos) 68
por cento do surfactante pulmonar - seria um alimento de proteção para
os franceses?”
Os medicamentos utilizados para transtornos respiratórios de recém nascidos (por exemplo: Survanta®) são produzidos à base de ácido palmítico, provavelmente porque proporciona um equilíbrio hidrófilo/lipófilo adequado para a preparação de PS (surfactante pulmonar para uso medicinal) LINK. Sobre esse tema temos outro estudo que confirma a melhor performance do surfactante (em terapêutica de neonatos) com o emprego de ácido palmítico nesse LINK.
Os medicamentos utilizados para transtornos respiratórios de recém nascidos (por exemplo: Survanta®) são produzidos à base de ácido palmítico, provavelmente porque proporciona um equilíbrio hidrófilo/lipófilo adequado para a preparação de PS (surfactante pulmonar para uso medicinal) LINK. Sobre esse tema temos outro estudo que confirma a melhor performance do surfactante (em terapêutica de neonatos) com o emprego de ácido palmítico nesse LINK.
As fontes alimentares mais abundantes desse ácido graxo saturado é a
carne - gorda e eventualmente com pele, mesmo - além dos laticínios, e
também da gordura do côco e dendê. O sebo bovino tem 30% de sua
composição em ácido palmítico (fonte).
Bem mais que a banha de porco, que como muitos já sabem, é mais rica em
ácidos graxos monoinsaturados (como o glamourizando óleo de oliva).
Dessa forma parece ser bastante interessante estimular mulheres grávidas
a comer uma boa quantidade de gordura saturada e manter-se a
preocupação com o aleitamento materno (fonte importante de gorduras
saturadas e colesterol para o nenê), ou nunca se substituir por
imitadores alimentares de origem vegetal, a não ser que eles sejam
artificialmente enriquecidos com esse ácido graxos de 16 carbonos.
Na verdade qualquer pessoa com problemas pulmonares poderá se beneficiar com o consumo de ácido palmítico.
Ou melhor, todas as pessoas podem se beneficiar com o consumo de gordura saturada!
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