segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Coragem

"Coragem é olhar além das restrições da minha situação presente, focar no meu objetivo de vida e mover-me em direção a ele. Haverá mil pessoas que irão me desencorajar a alcançar minha meta, mas existe uma pessoa rara que irá me encorajar. Esta pessoa sou eu. Então o que preciso é saber como me encorajar. Isto é coragem!"

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Óleo de côco

Óleo de coco - de novo.

Hoje a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia resolveu se manifestar sobre a polêmica do óleo de coco (veja aqui sobre o que se trata).

Já escrevi a minha posição sobre o assunto, baseada em evidências de nível 1 (veja aqui).

Dessa vez, farei diferente. Vou colar, abaixo, em vermelho, o texto da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e, após cada afirmação do texto, colocarei a posição de entidades mundialmente respeitadas. Vamos ver como fica:


Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso.
Considerando que muitos nutricionistas e médicos estão prescrevendo óleo de côco para pacientes que querem emagrecer, alegando sua eficácia para tal propósito; 
Não se afirma isso neste blog
Considerando que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de côco leve à perda de peso; 
Considerando que o uso do óleo de côco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados, como ácido láurico e mirístico;
O que o UpToDate, "o principal recurso de suporte a decisões médicas baseado em evidências, confiado pelo mundo todo por profissionais de saúde", tem a dizer sobre essa afirmação?
Traduzindo: "Embora saiba-se que há uma relação gradual entre concentação de colesterol e doença coronariana, e que o consumo de colesterol na dieta aumenta o colesterol total, uma metanálise de 2014 não achou associação entre gordura saturada e doença cardiovascular. A metanálise também não achou relação entre o consumo de gordura monoinsaturada e doença cardiovascular, mas sugeriu uma redução com o aumento do consumo de gorduras ômega-3; o benefício de gorduras ômega-6 permanece incerto. Em virtude destes resultados, nós não sugerimos mais que se evitem as gorduras saturadas propriamente ditas, embora muitos alimentos ricos em gorduras saturadas sejam menos saudáveis do que os que contém níveis mais baixos (nota do tradudutor: estão falando de fast food, não de coco ou carne de gado alimentado com pasto). Em particular, nós não achamos mais que haja evidências substanciais no sentido de escolher laticínios desnatados (tais como escolher leite desnatado ao invés de integral). Nós continuamos a recomendar a redução do consumo de gorduras trans."


A SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde.
Nesse sentido não há polêmica. Não se indica óleo de coco para emagrecer (ao menos não neste blog).
A SBEM e a ABESO também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró-inflamatórias.
Novamente a SBEM afirma que o óleo de coco não deve ser usado por conter gordura saturada. Vamos ver o que a Academia Americana de Nutrição pensa sobre o assunto:


Logo em seguida, afirmam que óleo de coco é inflamatório. O que o único ensaio clínico prospectivo e randomizado avaliando especificamente esse assunto em HUMANOS indicou?

Results: No significant differences were observed in the effects of the 3 diets on plasma total homocysteine (tHcy) and the inflammatory markers TNF-α, IL-1β, IL-6, and IL-8, high-sensitivity C-reactive protein, and interferon-γ. (Não houve diferenças significativas observadas nos marcadores inflamatórios homocisteínas, TNF-α, IL-1β, IL-6, and IL-8, proteína C reativa ou  interferon-γ).
O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular.
O que o Medscape e o British Medical Journal dizem sobre a afirmação de que óleos insaturados são preferíveis para redução de risco cardiovascular?
Conclusions. Advice to substitute polyunsaturated fats for saturated fats is a key component of worldwide dietary guidelines for coronary heart disease risk reduction. However, clinical benefits of the most abundant polyunsaturated fatty acid, omega 6 linoleic acid, have not been established. In this cohort, substituting dietary linoleic acid in place of saturated fats increased the rates of death from all causes, coronary heart disease, and cardiovascular disease. An updated meta-analysis of linoleic acid intervention trials showed no evidence of cardiovascular benefit. These findings could have important implications for worldwide dietary advice to substitute omega 6 linoleic acid, or polyunsaturated fats in general, for saturated fats.

O que o editorial da revista OpenHeart diz sobre o assunto?

"uma meta-análise de estudos controlados randomizados mostrou que trocar uma combinação de gorduras trans e saturadas por gorduras ômega-6 poliinsaturadas (sem simultaneamente aumentar os ácidos graxos ômega-3) leva a um risco aumentado de morte [21]. Esses resultados foram corroborados quando os dados foram recuperados do Estudo da Dieta do Coração de Sidney, e incluídos em uma meta-análise atualizada [22].".
Conclusão: mesmo que a reputação acadêmica de QUEM faz a afirmação fosse importante (ao invés do nível de evidência), ainda assim a posição de entidades de muito maior peso mundial difere da postura da SBEM. 

Não basta contrapor o que eu afirmo. Precisa também contrapor o UpToDate, a Academy of Nutrition and Dietetics, o único ensaio clínico randomizado sobre inflamação e óleo de coco no American Journal of Clinical Nutrition, o Medscape e o OpenHeart.

Já afirmei várias vezes aqui no blog que a qualidade das evidências é mais importante do que o pedigree do mensageiro. Mas, neste caso, quem gosta de pedigree está bem servido.

Frutas low carb

Frutas low carb: dá para comer frutas na alimentação low carb?

Frutas low carb: dá para comer frutas na alimentação low carb? Recebo muitos comentários aqui no blog com dúvidas a respeito do consumo de frutas no contexto de uma alimentação low carb. A ideia desse post é consolidar as respostas para as dúvidas mais frequentes sobre o assunto frutas low carb.
Se você sair na rua perguntando ao pessoal se frutas ajudam a perder peso, provavelmente ouvirá 100% das pessoas dizendo que sim. Afinal de contas, as recomendações mais comuns são as de que devemos comer 5 a 6 porções de frutas e verduras por dia, colocando todas as frutas e vegetais no mesmo balaio.
Porém sabemos que em uma alimentação low carb, a ideia é reduzir o consumo de carboidratos, correto? Embora as verduras também contenham carboidratos, as frutas são ricas em frutose (o açúcar da fruta) portanto são ricas em carboidratos, em proporção muito maior do que os vegetais. Isso coloca sob as frutas um grande alerta vermelho para quem deseja perder peso com low carb.

Frutas low carb | Pode/não pode

Muitas pessoas me fazem perguntas do tipo “pode morango?”, “pode limão?” e por aí vai. A resposta é a mesma, sempre: depende! Dependendo do momento em que você está na dieta, você terá uma cota diária de carboidratos para consumir.
Se tiver 30 quilos para perder – como eu tinha há 3 anos – terá de consumir algo em torno de 20-25 gramas de carbos líquidos para perder peso. Logo não faz sentido você consumir toda a sua cota diária com uma fatia de melancia. É muito mais negócio você investir seus 20-25 “reais” em uma farta quantidade de salada verde, pepino, brócolis, couve-flor, repolho, abobrinha. Assim você garante um consumo adequado de fibras e recebe uma variedade muito maior de nutrientes, além de ficar saciado por mais tempo.
Já se você não precisar perder peso – como alguém que está mantendo o peso perdido ou já está próximo da sua meta –  tem direito a mais “créditos” de carboidratos por dia, então cabem mais frutas na sua dieta do que alguém com muito peso a perder.
Abacate, prêmio de melhor opção de fruta low carb
Abacate, prêmio de melhor opção de fruta low carb

Frutas low carb | Quais frutas tem menos carboidratos?

Para os seguidores de Atkins, mesmo as frutas mais low carb não devem ser consumidas nas duas primeiras semanas (a chamada fase de Indução). Concordo com o tio Atkins nesse ponto, realmente é uma ideia ótima cortar frutas nos 15 primeiros dias, para garantir a cetose e ver como o seu corpo reage a uma alimentação low carb. Mas a indução passa rápido!
Independente de qual vertente de low carb você está seguindo, algumas frutas são sempre boas opções low carb. São elas as frutas vermelhas (morango, framboesas, amoras e acerolas), o limão, o coco e o abacate. Abaixo a quantidade de carbos por porção para essas frutas.
frutas_low_carb_1

Frutas low carb | Quais frutas tem mais carboidratos?

Para ficar bem claro que realmente as frutas não podem ser todas colocadas no mesmo “saco” na dieta, abaixo a relação das frutas campeãs em quantidade de carboidratos, que devem ser restringidas ou consumidas com parcimônia mesmo por aqueles que já estão com o peso sob o controle.
frutas_low_carb_2

Frutas low carb | Existe uma ocasião mais apropriada para o consumo de frutas?

Aqui a recomendação é baseada unicamente na minha experiência pessoal, porque nunca medi glicemia após o consumo de frutas.
Eu sou maluca por frutas, porém quando como as frutas sozinhas, me dá uma vontade enorme de comer mais e mais, e minha barriga fica roncando loucamente uns 15 minutos depois de ter comido – isso já acontecia mesmo antes de eu conhecer low carb, quando frequentemente as frutas eram minhas opções de lanche no meio da manhã ou da tarde.
Para mim, o melhor horário para consumir frutas é no café da manhã, junto com meus dois ovos fritos no azeite e meu café com nata. Corto duas fatias finas de melão ou meio papaia em pedaços pequenos e dividimos eu, meu marido e meu filho.
Também sempre aproveito para comer aquelas frutas cortadinhas em restaurante de buffet por quilo. É até engraçado, porque antes de low carb era a coisa mais normal do mundo eu pegar um pouco de sobremesa no buffet ou um docinho pequeno na fila do caixa, hoje pego 2 ou 3 pedacinhos de fruta, mesmo das mais doces como manga e abacaxi. Quando você reserva o açúcar para um consumo eventual, parece que você passa a dar mais valor ao docinho das frutas.

Frutas low carb | Sigo a dieta paleo. Como as frutas são 100% comida de verdade, posso comer à vontade?

Obviamente eu não vivi o paleolítico e mesmo os maiores estudiosos do período não conseguem dizer com 100% de certeza como era a alimentação dos nossos ancestrais. Mas uma coisa dá para afirmar com certeza: no paleolítico não havia supermercados com frutas o ano todo e também não tinha uma Embrapa da vida para combinar as sementes mais doces com as mais doces para deixar tudo ao gosto do freguês, tampouco agrotóxicos para deixar tudo imune a pragas naturais.
Eu me amarro em imaginar como era o dia a dia de nossos antepassados, acho que para eles as frutas eram algo eventual, uma espécie de bônus que eles encontravam nas andanças em busca de alimento. E mesmo assim, imagino que as frutas respeitavam o fluxo da natureza, estando disponíveis apenas em uma determinada época do ano, e apenas as frutas que se desenvolviam naturalmente na região.
Banana: é paleo, mas não é low carb
Banana: é paleo, mas não é low carb
Além disso, os homens e mulheres do paleolítico precisavam andar – e muito! – atrás da comida, logo sempre convertiam o açúcar ingerido em glicogênio para alimentar seus músculos. Não sobrava nada para armazenar em forma de “pochetes”.

Frutas low carb | Sucos são ok na alimentação low carb?

Por mais que você escolha uma fruta low carb para fazer o suco, precisará de muitas frutas para um copo de suco. O ideal é come-las inteiras, aproveitando as fibras da fruta por completo, já que na preparação do suco a parte com muitas fibras da fruta é descartada, ficando mais presentes a água e a frutose.
E você, como trata o consumo de frutas em sua dieta? Restrição total, consumo com parcimônia ou frutas liberadas?

DINAMARCA O PRIMEIRO PAÍS QUE, POR LEI, SÓ TERÁ AGRICULTURA O RGÂNICA.

DINAMARCA
O PRIMEIRO PAÍS QUE, POR LEI, SÓ TERÁ AGRICULTURA O
RGÂNICA.
Fonte http://www.greenme.com.br/

Fonte http://www.greenme.com.br/
A
Dinamarca
está se preparando para ter uma
agricultura totalmente sustentável
.
Este é um dos projetos que o atual governo tem inte
nção de por em prática a de
transformar a
agricultura dinamarquesa em 100% orgânica
.
A primeira
meta
, a ser alcançada
até 2020
é a de se duplicar a quantidade atual de
terra cultivada organicamente. Atualmente,
a Dinamarca já é o país
com
maior
desenvolvimento e amplitude do
comércio de produtos orgânicos
. E em 2015
pretende investir mais de 35 milhões de euros para
ampliar a agricultura biológica.
A agricultura biológica na Dinamarca está à frente
de seu tempo. São já quase
25
anos de existência e aplicação de leis sérias de pr
oteção à natureza
, às águas, ao
uso de defensivos e outros produtos agrícolas, send
o que 97% da população conhece
o seu significado e importância. É um verdadeiro re
corde, assim como o fato de que a
despesa total de alimentos do país é composta por 8
% apenas de produtos
certificados. E desde 2007, a exportação de produto
s orgânicos na Dinamarca
aumentou em 200%.
Página
2
Com essa ótica, a Dinamarca hoje se propõe trabalha
r em duas frentes diferentes:
uma delas visa
aumentar a quantidade de terras agrícolas que usem
agricultura
biológica
e o outro,
estimular uma maior demanda
para os produtos de origem
comprovadamente orgânica e sustentável. Assim, serã
o privilegiados
os
produtores
que quiserem investir na
conversão de suas terras
,
da agricultura
convencional para a orgânica e biodinâmica
e os projetos que visem o
desenvolvimento de novas tecnologias para a promoçã
o da sustentabilidade no
campo.
Neste contexto já está em marcha, nas prefeituras l
ocais, a
ocupação de áreas antes
baldias
, com produção de hortaliças sazonais, de forma org
ânica.
Como primeiro objetivo, o país pretende oferecer às
e
scolas, cantinas e hospitais
,
até um
60% de alimentos
de origem
orgânica
. Atualmente essas instituições públicas
nacionais servem 800 mil refeições por dia. A mesma
política, de servir só refeições de
origem orgânica, já está sendo ampliada para os min
istérios dinamarqueses em suas
cantinas.
Na
educação
já está sendo prevista uma
reforma do sistema atual
para incluir
cursos de nutrição, alimentação saudável e agricult
ura natural.
Em suma, o país inteiro, com todas suas instituiçõe
s, marcha junto para
transformar-
se em uma região livre de agrotóxicos
, onde a alimentação saudável é assunto de
estado. Um bom exemplo, desde que a realidade no ca
mpo não seja “apagada” pela
propaganda enganosa da indústria alimentícia
A
Dinamarca
está se preparando para ter uma
agricultura totalmente sustentável
.
Este é um dos projetos que o atual governo tem inte
nção de por em prática a de
transformar a
agricultura dinamarquesa em 100% orgânica
.
A primeira
meta
, a ser alcançada
até 2020
é a de se duplicar a quantidade atual de
terra cultivada organicamente. Atualmente,
a Dinamarca já é o país
com
maior
desenvolvimento e amplitude do
comércio de produtos orgânicos
. E em 2015
pretende investir mais de 35 milhões de euros para
ampliar a agricultura biológica.
A agricultura biológica na Dinamarca está à frente
de seu tempo. São já quase
25
anos de existência e aplicação de leis sérias de pr
oteção à natureza
, às águas, ao
uso de defensivos e outros produtos agrícolas, send
o que 97% da população conhece
o seu significado e importância. É um verdadeiro re
corde, assim como o fato de que a
despesa total de alimentos do país é composta por 8
% apenas de produtos
certificados. E desde 2007, a exportação de produto
s orgânicos na Dinamarca
aumentou em 200%.
Página
2
Com essa ótica, a Dinamarca hoje se propõe trabalha
r em duas frentes diferentes:
uma delas visa
aumentar a quantidade de terras agrícolas que usem
agricultura
biológica
e o outro,
estimular uma maior demanda
para os produtos de origem
comprovadamente orgânica e sustentável. Assim, serã
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os
produtores
que quiserem investir na
conversão de suas terras
,
da agricultura
convencional para a orgânica e biodinâmica
e os projetos que visem o
desenvolvimento de novas tecnologias para a promoçã
o da sustentabilidade no
campo.
Neste contexto já está em marcha, nas prefeituras l
ocais, a
ocupação de áreas antes
baldias
, com produção de hortaliças sazonais, de forma org
ânica.
Como primeiro objetivo, o país pretende oferecer às
e
scolas, cantinas e hospitais
,
até um
60% de alimentos
de origem
orgânica
. Atualmente essas instituições públicas
nacionais servem 800 mil refeições por dia. A mesma
política, de servir só refeições de
origem orgânica, já está sendo ampliada para os min
istérios dinamarqueses em suas
cantinas.
Na
educação
já está sendo prevista uma
reforma do sistema atual
para incluir
cursos de nutrição, alimentação saudável e agricult
ura natural.
Em suma, o país inteiro, com todas suas instituiçõe
s, marcha junto para
transformar-
se em uma região livre de agrotóxicos
, onde a alimentação saudável é assunto de
estado. Um bom exemplo, desde que a realidade no ca
mpo não seja “apagada” pela
propaganda enganosa da indústria alimentícia

Contentamento

Contentamento

 

“Sua paz e sua aceitação são como duas cores primárias que quando misturadas criam contentamento. Você não pode ser paciente a menos que você esteja contente com você e com o mundo no momento presente. Apenas nessa quietude, que não é passiva ou submissa, mas alerta e disponível, você pode ouvir e sentir a sabedoria que vem da verdade que você já traz fundo em seu coração. Intuitivamente você sabe que tudo está bem e que tudo será bom. Sua fé na vida emerge como uma sabedoria intuitiva. E usando as palavras do famoso texto Desiderata: tudo acontece exatamente como deveria.”

Mike George

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O que é MODULAÇÃO Hormonal

O que é MODULAÇÃO Hormonal

Por Dr. Ícaro Alves Alcântara – www.icaro.med.br

HORMONIOSDurante muito tempo o termo mais comum em relação a hormônios foi Reposição Hormonal (ou Terapia de Reposição Hormonal), que significa elevar os níveis de hormônios que estejam deficientes em um organismo aos níveis desejados: ou seja, repor porque pressupõe suprir carências de hormônios fornecendo para o organismo em necessidade os hormônios necessários, em quantidade e por tempo necessário para manter níveis sanguíneos dentro de parâmetros de aceitabilidade (exemplo disto é a reposição de levotiroxina para pacientes com hipotireoidismo).

O problema é que muitas vezes alguns hormônios estão em excesso e por isso precisam ter seus níveis reduzidos e em outras situações são os hábitos de vida do paciente que estão ruins e por isso há desequilíbrio na atuação e produção de hormônios; em outros casos há problemas com os receptores dos hormônios ou como alguns hormônios são transformados pelo corpo em outros ou atuam uns nos outros (em nível de produção ou atuação em receptores), a atenção à questão hormonal precisa ser “indireta”, ou seja, no fornecimento de precursores para a sua produção ou nos fatores causais dos distúrbios – nestes casos, portanto, o “ajuste” hormonal (recuperação do equilíbrio) é necessário mas seria indevido falar-se em reposição hormonal já que o que precisa ser feito aqui NÃO é meramente administrar/repor hormônios. Por exemplo, cortisol elevado pode ser modulado (reduzido) com o uso de Rodiola Rosea, Aswagandha, Phelodendron, Magnolia, Licorice, etc; níveis melhores de GH (hormônio do crescimento) podem ser obtidos via administração adequada de alguns aminoácidos, promoção de sono adequado, etc

 

Por este motivo, quem trabalha seriamente com #HORMÔNIOS (detalhes sobre isso aqui: http://www.icaro.med.br/modulacao-hormonal/) usa freqüentemente o rótulo “MODULAÇÃO HORMONAL” para definir o que faz quando visa o REEQUILÍBRIO dos hormônios extrapolando a mera administração de hormônios prontos: modulação hormonal, portanto, é buscar restaurar bons níveis hormonais gerais no paciente sem necessariamente faze-lo através da reposição de hormônios prontos, reposição esta que muitas vezes nem é o foco de quem modula com o devido conhecimento e racionalidade, sempre junto à promoção de hábitos saudáveis de vida por parte do paciente.

 

Somente o médico pode prescrever e acompanhar o uso de hormônios MAS todo profissional de saúde que através da sua prática diária visa auxiliar o paciente a recuperar seu equilíbrio hormonal (como fim principal da sua atuação junto a ele ou como um dos objetivos desta) está “fazendo modulação hormonal” do seu paciente já que, via nutrientes, prescrição de exercícios, substâncias ou tratamentos em geral está agindo indiretamente nos hormônios deste paciente. Reiterando, entretanto: se a prescrição e administração de hormônios torna-se necessária, somente o médico pode faze-lo e é quem habitualmente tem o conhecimento necessário para isto – paciente, portanto: busque sempre BONS profissionais, portanto, com boa bagagem teórica no assunto mas também experiência, sem radicalismos ou preconceitos e que esteja realmente interessado no seu caso.

 

E é claro que tem gente usando mal este “rótulo” de Modulação Hormonal, aparentemente com fins comerciais e/ou defendendo interesses próprios, muitas vezes de propaganda e auto-promoção indevidos mas há bons e maus profissionais, melhor e pior informados e intencionados em qualquer área, certo? Ou seja, não é porque há alguns profissionais de educação física por aí defendendo mitos e/ou radicalismos insensatos, sem bagagem teórico-prática, que por isso TODOS os profissionais da área são ruins; nem porque há nutricionistas por aí defendendo “que ovo faz mal”, “que margarinas fazem bem absoluto à saúde” (etc) que todos os nutricionistas são ruins; e assim por diante (aliás, trabalho muito bem junto a centenas de bons profissionais em todo o Brasil, indicando-os e sendo indicado por eles e muitos sabem até bem mais que vários médicos por aí… Mas nem por isso saem indicando hormônios: modulam, dentro das suas competências, ajudando pacientes e trabalhando bem em equipe, com traços evidentes que percebo em todo os realmente bons profissionais de saúde: atualização, sem preconceitos, bom trabalho em multidisciplinaridade e humildade) – MODULAÇÃO HORMONAL, portanto (um rótulo, para facilitar o entendimento), como já expliquei bem acima, significa direta ou indiretamente buscar AJUDAR, restituir o equilíbrio hormonal do paciente, tanto suprindo carências quanto reduzindo excessos, seja pela administração de hormônios, seja pela indicação de nutrientes, prescrição de exercícios, substâncias ou tratamentos em geral que permitam regular os níveis circulantes e nos tecidos-alvo dos hormônios do paciente.

 

Abaixo segue a série de posts no Instagram @icaroalves que fiz para fornecer esclarecimentos de QUALIDADE sobre o assunto.

OS 10 MANDAMENTOS da MODULAÇÃO HORMONAL adequada:


 

1Mandamento 1:
NUNCA usar hormônios em quem tenha HÁBITOS DE VIDA Ruins

Quem tem hábitos de vida ruins muitas vezes tem desequilíbrios hormonais porque, pelos hábitos ruins (alimentação, água, exercícios, respiração, sono, stress e cia) nem tem como produzir hormônios, receptores ou levar estes hormônios para os locais adequados. E o que é pior: muitas vezes os hormônios levarão ordens para celular e tecidos que, pela falta dos bons hábitos, executarão estas de maneira irregular ou mesmo errada e por isso vêm distúrbios, doenças, tumores, etc.

 

 


 

2Mandamento 2:

Ninguém é feito de um hormônio só. Avalie e trate o todo.
Se todo mundo depende de VARIOS #hormônios do momento em que nasce até sua morte, tanto para acordar quanto para dormir, você acha mesmo que, quando o assunto é hormônios, você é só “uma tireóide ambulante” (única glândula avaliada, e de forma incompleta, em muitos checkups por aí)? É claro que não.
E se hormônios agem uns nos outros e muitos resultados são interações entre ações de hormônios, neurotransmissores, citocinas e cia, não parece incompleto você pensar em agir somente em um e deixar os demais sem avaliação ou providências? Isto é uma das causas das complicações muitas vezes atribuídas erroneamente aos hormônios em geral (inclusive os temidos #tumores): a reposição errada e/ou incompleta!
Não levar em consideração “o todo” é o mesmo que tentar fazer um bolo somente as custas de um ou outro ingrediente que você julga “mais importante” : simplesmente impossível obter os resultados adequados/desejados! Modulação HORMONAL adequada


 

3Mandamento 3:
Só têm ações idênticas aos hormônios produzidos pelo corpo aqueles que tenham estruturas químicas idênticas àqueles – use só BIOIDENTICOS

A ação de qualquer hormônio depende de 3 fatores básicos: da disponibilidade/qualidade de #hormônios, da disponibilidade/qualidade de #receptores específicos para eles e da disponibilidade/qualidade do encaixe dos hormônios em seus receptores. Por isso, não é qualquer chave que abre uma fechadura, por mais que possa até entrar no seu buraco, concordam? E chaves que não sejam idênticas, por mais que possam ser “bem parecidas”, com o tempo podem até estragar a fechadura. Por isso hormônios que não sejam bioidênticos (de estrutura molecular igual à dos que tenham sido desenvolvidos para repor) desencadearao ações diferentes quantitativa e qualitativamente e por vezes até indesejáveis. E se hormônios são só mensageiros e a mensagem que transmitem também depende da sua estrutura, que seja esta, para cada um, a ideal!


 

 

4
Mandamento 4:
Hormônios NÃO causam câncer, infarto ou derrame (costumam até ajudar a prevenir e tratar) : se bioidênticos e BEM indicados, utilizados e acompanhados, em paciente que melhore seus Hábitos de Vida
Se hormônios causassem câncer e outras doenças, estas apareceriam em maior quantidade e gravidade por volta dos 25 anos, que é quando nossos hormônios estão nos maiores níveis da vida, em geral. Ou seja, o que causa tumores, infarto e derrames é um conjunto de fatores de DESEQUILIBRIO, sendo que este inclui distúrbios e faltas de hormônios. Mas é claro que se há uso de hormônios em excesso e/ou de baixa qualidade e/ou desnecessariamente e/ou junto a hábitos de vida ruins aumentam as chances de distúrbios. Ou seja o uso racional de hormônios, bioidênticos, com acompanhamento competente usualmente é benéfico também para o sistema imunológico e já sobram estudos atuais sobre isto (estudos antigos, muitos mal conduzidos e/ou tendenciosos e/ou sem levar em consideração os aspectos que abordei também existem… Sendo, portanto, não confiáveis).


 

5

Mandamento 5:
Uma pessoa com algumas glândulas já em franca “falência” continua precisando dos hormônios que estas produziam, enquanto estiver viva.

Quando as glândulas ainda estão anatômica e funcionalmente íntegras, bons hábitos de vida, desintoxicação e os nutrientes certos (entre outros cuidados) podem até, sim, recuperar produção hormonal suficiente ou até ótima. O problema é quando não há mais tecido glandular suficiente para produzir o necessário : neste caso, de acordo com o quadro clínico, sintomas e doenças, pode, sim, ser necessário repor/modular hormônios, no legítimo interesse do bem-estar do paciente. É aqui que preconceitos contra hormônios pouco ajudam e até atrapalham.

 


 

6Mandamento 6:

Seus hábitos de vida são fundamentais para sua boa produção e atuação de hormônios e neurotransmissores. Cuide deles direito ou certamente terá “problemas com hormônios”. Vivo dizendo isso mas não custa repetir para reforçar: quem não quer ter distúrbios hormonais TEM que cuidar dos seus hábitos de vida, sobre tudo água, alimentação, respiração, exercícios físicos, sono e stress. Se não observar estes pontos, vai desenvolver distúrbios hormonais que podem nem responder à reposição dos próprios hormônios, se necessária, ou ter transtornos com esta reposição. Hábitos de vida tanto pode corrigir níveis hormonais como prejudicá-los. Tudo depende de como você leva a sua vida, como VOCÊ cuida de si mesmo!
*Neurotransmissores são hormônios de atuação sobretudo do sistema nervoso.

 


7Mandamento 7:
Sua GENETICA determina suas tendências e não sentenças : não é porque na sua família há vários casos de câncer, infarto, derrame, Parkinson, Alzheimer, doenças autoimunes ou outras que você também vá ter necessariamente, se cuidar-se direito
.
Essa história de que “Dr., na minha família até minha mãe teve câncer de mama, eu já tive nódulos e por isso me disseram que eu nunca posso usar hormônios” é uma grande besteira um grande mito : sua chance de desenvolver #CÂNCER e doenças em geral NÃO é determinada somente por fatores hereditários (herdados) e na verdade genética contribui com menos de 30% das suas tendências, sobretudo quando seus hábitos de vida, fatores ambientais e BOM equilíbrio de hormônios e neurotransmissores estão ok; são estes fatores, sobretudo os hábitos de vida que determinam seu presente e futuro. Sobre nódulos e cistos, todos nós desenvolvemos centenas durante a vida é a grande maioria não responde desproporcionalmente a hormônios isolados, muitas vezes somem sozinhos ou acompanham-nos sem complicações por toda a vida.
Enfim, lembrem-se que quem não se cuida direito VAI desenvolver uma doença mais séria, até um câncer, se viver tempo suficiente para isto… Tanto quanto quem se cuida mesmo, em todos os hábitos e é bem acompanhado, raramente desenvolve doenças sérias, qualquer que seja sua genética : ou seja, culpar só genética e hormônios pelos seus distúrbios muitas vezes é querer “esconder o Sol com peneira” já que até seu cérebro e sistema imunológico dependem do equilíbrio deles para funcionar direito!


 
8Mandamento 8:
Usar um ou outro #HORMÔNIO isoladamente “para ficar forte”, “para rasgar”, “para travar” ou “para ganhar #músculos” raramente funciona de forma saudável e frequentemente traz problemas, mesmo que estes só apareçam a médio ou longo prazo – pior ainda se sem acompanhamento COMPETENTE. – www.icaro.med.br
Reflita:
Hormônios só “mandam” suas células produzirem massa magra… O material para isso ainda vem da sua alimentação e respiração (também combustíveis) e os locais de produção/crescimento de boas rotinas de exercícios físicos. Ou seja, sem bons hábitos de vida associados, você pode entupir-se de hormônios sem ter os resultados esperados ou ter efeitos indesejados.  NUNCA reponha/module só um hormônio sem ter certeza que os demais estão ok. Aborde e trata todas as deficiências possíveis! Como hormônios agem juntos na maioria das células e agem “uns nos outros” (ou afetando suas ações mutuamente), repor só um quando outros também mereceriam atenção pode gerar ações/efeitos incompletos ou colaterais até perigosos. Pense: se um carro não anda direito por estar sem gasolina e com pneus furados, adianta tentar resolver o problema só colocando nele os melhores pneus do mundo? Faltou algo, não é?  Busque #SAÚDE junto a qualquer efeito #ESTETICO que você queira: não vale a pena sacrificar sua saúde para obter #beleza; o efeito de alguns abusos e negligências de hoje pode aparecer só daqui a meses ou anos mas perdurar por toda uma vida. Por exemplo, quando cargas altas (e/ou por muito tempo) de hormônios não-bioidenticos são utilizadas (incluindo #anticoncepcionais e reposições hormonais mal conduzidas) os efeitos ruins podem aparecer só muito tempo depois do uso e por isso o paciente nem associa seus distúrbios aos hormônios ruins utilizados… Ademais, hormônios não-bioidenticos podem sobrecarregar o fígado e acumular-se no organismo por meses, sendo de mais difícil detoxificacao e eliminação. Bom senso, gente!


 

9Mandamento 9:
Não inicie uso de HORMÔNIOS e nem interrompa o uso dos que foram prescritos, “por conta própria”. Quem sabe te orientar detalhes e tempo de uso é o médico competente que os indicou – www.icaro.med.br .  O uso adequado, racional, de #HORMÔNIOS pressupõe a observância cuidadosa de diversos aspectos, como estrutura química deles (#BIOIDENTICOS são os ideais, como já falei em outros posts) , receptores, disponibilidade destes, encaixe, forma de uso, HÁBITOS DE VIDA do paciente, TEMPO DE USO, reavaliação periódica (via anamnese detalhada e exames), interações entre os diferentes hormônios e #neurotransmissores, metabolização, excreção,… Sejamos razoáveis: monitorar direito tudo isto, você, sozinho(a), fica difícil não é? Tenha portanto o devido cuidado com a sua própria saúde, respeite habilidades, acompanhamento competente e por isso as maiores e melhores chances de bons resultados nos seus tratamentos!

 


10Mandamento 10:
Envelhecer com qualidade e viver bem mais tempo é perfeitamente possível somente quando você tem BONS HÁBITOS de vida e bom equilíbrio geral de HORMÔNIOS e neurotransmissores. – www.icaro.med.br .
Para funcionar bem e por mais tempo seu organismo precisa que você tenha propósitos bem definidos, foco e disciplina. Precisa também de cuidados adequados com a saúde do seu corpo, mente e espírito. Mas o que mais afeta você em nível orgânico sem dúvida é o que você provê para seu organismo em termos de estrutura, combustíveis e comunicação : os 2 primeiros vêm de bons hábitos de vida, já que permitem ao corpo construir-se e reparar-se sempre que necessário e ter energia para funcionar (e todo dia ele faz isso, constantemente) ; comunicação vem dos #hormônios e #neurotransmissores que, como mensageiros que são, dizem para cada célula do seu corpo o que devem fazer/fabricar, por toda a sua existência. Entendeu a importância da harmonia do conjunto? Modular hormônios é necessário sempre que há sintomas pela sua falta… Mas você conhece alguém por aí totalmente sem sintomas, sobretudo à medida que envelhece? Bom senso, gente: por que é aceitável endireitar algo que está torto mas ajustar hormônios em falta é algo tão “repreensível” para alguns? Boa semana!