segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mais um estudo mostra: Gordura alimentar tem relação invertida com cardiopatia

Mais um estudo mostra: Gordura alimentar tem relação invertida com cardiopatia



CONSUMO DE GORDURA SATURADA, PRINCIPALMENTE DE PRODUTOS LÁCTEOS PROTEGE O CORAÇÃO DIZ RECENTE ESTUDO 


Nesse estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition de janeiro de 2016, mais uma vez foi verificado que não há uma relação entre o consumo de gordura saturada e doença cardíaca, e ainda mais: o consumo de gordura saturada de origem de produtos lácteos tem uma relação positiva, favorável, protetora em relação aos eventos cardiovasculares! Da mesma forma o consumo de carboidratos tem relação desfavorável para tais eventos.
Eis o seu resumo:




ABSTRATO
Aspectos preliminares: A associação entre a ingestão de ácidos graxos saturados (AGS) e o risco de doença isquêmica do coração (DIC) é debatida.

Objetivo: Buscou-se investigar se os AGS de origem alimentar estão associados com o risco de DIC e se essas associações dependeriam de: 1) o macronutriente substituído, 2) o comprimento da cadeia de carbono do AGS, e 3) da fonte de alimento c/AGS.

Projeto: Uma linha de base (1993-1997) de ingestão de AGS foi medida com um questionário de freqüência alimentar - entre 35.597 participantes de coorte da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição na Holanda (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition–Netherlands cohort). Os riscos para DIC foram estimados com regressão multi-variada de Cox para a substituição de AGS com outros macro-nutrientes e para um maior consumo de total de AGS, AGS isolados, e AGS de diferentes fontes alimentares.

Resultados: Durante um follow-up de 12 anos, ocorreram 1807 eventos de DIC. A ingestão total de AGS foi associada com um menor risco para DIC (HR por 5% da energia: 0,83; IC 95%: 0,74, 0,93). A substituição de AGS por: proteína animal, ácidos graxos monoinsaturados cis, ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), ou carboidratos foi significativamente associada com maior riscos para DIC  (Taxa de risco por 5% da energia: 1,27-1,37). Foram observadas riscos ligeiramente menores para DIC para um maior consumo da soma de ácido butírico (4: 0) com ác. cáprico (10: 0) (HRSD: 0,93; IC 95%: 0,89, 0,99), ácido mirístico (14: 0) (Taxa de risco DP: 0,90; IC de 95%: 0,83, 0,97), a soma de ácido pentadecílico (15: 0) e ácido margárico (17: 0) (Taxa de risco DP : IC de 95%: 0,91 0,83, 0,99), e por AGS de fontes lácteas, incluindo manteiga (Taxa de risco DP: 0,94; IC 95%: 0,90, 0,99), queijo (taxa de Risco DP: 0,91; IC 95%: 0,86, 0,97), e do leite e produtos lácteos (Taxa de risco DP: 0,92; IC 95%: 0,86, 0,97).

Conclusões: Nesta população holandesa, a maior ingestão de AGS não foi associada com riscos mais elevados de DIC. O menor risco para DIC foi observado sem dependência do macronutriente substituído mas pareceu ser impulsionado principalmente pelas somas de ácido butírico com ácido cáprico, a soma de ácido pentadecílico e ácido margárico, ácido mirístico, e AGS a partir de fontes de leite. A confusão (estatística) residual por terapia de redução de colesterol e gordura trans ou uma variação limitada na ingestão de AGS e PUFAs podem explicar os nossos achados. As análises precisam ser repetidas em populações com maiores diferenças na ingestão de AGS e com diferentes fontes de alimentos ricos em AGS.

Fonte: Am J Clin Nutr 2016; 103: 356-65

Artigo original AQUI:

(*) Ácido pentadecílico também é chamado de Ácido pentadecanoico, e é um ácido graxo saturado. Sua fórmula molecular é CH3 (CH2)13COOH. Não é comum na natureza e se encontra em níveis de 1,2% na gordura do leite de vaca. Assim a manteiga é sua principal fonte dietética.

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