A Roupa Nova do Colesterol
A História do Colesterol e o Mito de Morte
Como na história da “Roupa Nova do
Rei”, todo mundo via que o rei estava nú mas a propaganda dos alfaiates
fazia com que todo mundo dissesse ‘como era linda a roupa do monarca’,
até que um único e ingênuo menino que não sabia da vaidade gerada pela
trapaça, desmascarou o jogo e o rei se viu nú…
Um dos maiores engodos da mídia da indústria farmacêutica diz
respeito aos medicamentos para reduzir o colesterol do sangue. Somos
atualmente bombardeados pela idéia de que o colesterol é o principal
responsável pelos infartos cardíacos e derrames cerebrais e que a sua
redução garante mais saúde e longevidade.
Vamos ver ao longo destas páginas que
isto é um grande engano, desenvolvendo novas formas de avaliar este
tema. Lembre-se do conceito da “versão do vencedor” que coloquei no
início deste site; eu chamo a isto a “regra do jogo”: se você quer
jogar, tem que aceitar as regras do jogo em questão. E atualmente a
regra é o que dá lucro; o capitalismo vem dominando o mundo e “ganhar
cada vez mais” é o mote mundial. O egoísmo desenfreado e a busca pelo
prazer e pela felicidade a qualquer preço é o que move o mundo
atualmente, embalado e estimulado pelo marketing, a “arte de criar
necessidades”.
Para começarmos a abrir nossas mentes
para a possibilidade de outras idéias, vou colocar abaixo quatro
reportagens e pesquisas que abalam as crenças comuns.
De onde vem o colesterol? [1]
- Da alimentação com aproximadamente 30% do colesterol.- E da produção do nosso fígado com 70% do colesterol do nosso corpo.
Funções do colesterol:
- Construção e manutenção das membranas celulares;
- Participa na produção de hormônios esteróides (cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona, estrogênio, etc);
- Participa na produção de ácidos biliares. Os ácidos biliares são armazenados na vesícula biliar e liberados no intestino quando o nosso corpo percebe a presença de gorduras neste local. Pois os ácidos biliares vão ajudar a digerir a gordura que ingerimos através da alimentação;
- Fundamental na produção da vitamina D (e a vitamina D é essencial no processo de formação óssea).
Maior parte dos infartados possui colesterol normal [2]
Um novo estudo realizado nos EUA aponta que quase 75% dos pacientes que foram hospitalizados depois de sofrer um infarto estavam com os níveis do LDL (colesterol ruim) considerados normais — abaixo de 100 mg/dL –, o que está de acordo com as diretrizes atuais.
O estudo foi realizado na Universidade
da Califórnia e publicado na edição de janeiro do “American Heart
Journal”. Os pesquisadores analisaram 136.905 pacientes que foram
hospitalizados entre 2000 e 2006 em 541 hospitais do país.
Já existem alguns estudos brasileiros
que seguem a mesma linha e apontam que em cerca de 50% dos casos de
infarto o colesterol dos pacientes está normal. Por isso, os resultados
americanos voltam a colocar em discussão a intenção dos cardiologistas
de reduzir os níveis de colesterol ruim (LDL) em pacientes que possuem
fatores de risco associados, como diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade ou hereditariedade.
Hoje, as diretrizes nacional e
internacional de cardiologia apontam que um paciente sem histórico ou
risco associado deve manter o colesterol ruim abaixo de 130 mg/dL. Quem tem histórico de doença cardíaca deve manter os níveis do colesterol abaixo de 100 mg/dL.
“Há algum tempo existe uma discussão para reduzir os níveis do colesterol ruim de 100 mg/dL para 70 mg/dL.
O novo valor ainda não consta das diretrizes, mas já é preconizado por
muitos médicos. Quanto mais baixo, melhor”, diz o cardiologista Marcelo
Sampaio, do Instituto Dante Pazzanese.
O cardiologista Ari Timerman, presidente
da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) afirma que o
colesterol é um importante fator de risco cardíaco, mas não pode ser
olhado isoladamente nos casos de infarto. “Muitas pessoas têm outros
fatores importantes associados, como doença cardíaca preestabelecida,
diabetes, tabagismo, obesidade”, disse.
Segundo Sampaio, embora exista a
discussão sobre baixar os níveis de colesterol para pacientes com
histórico, ainda há resistência porque o tratamento tem que ser
obrigatoriamente medicamentoso e ainda não se sabe o limite adequado.
“Será que um paciente com colesterol
ruim 20 está mais protegido que o paciente que está com 70? Ou será que
ele tem os mesmos benefícios?”
O cardiologista Luiz Antonio Machado
César, diretor da Unidade Clínica de Coronariopatias Crônicas do InCor
(Instituto do Coração), diz que existe risco de infarto mesmo para aqueles pacientes que tomam remédios para controlar o colesterol.
“O fato de uma pessoa tratar e baixar o
colesterol não significa que ela eliminou o risco de sofrer um infarto. O
paciente apenas reduziu os riscos em cerca de 30%”, disse.
É preciso também controlar os outros fatores associados, como diabetes, hipertensão, tabagismo e obesidade.
O estudo também mostrou que 54,6% dos
pacientes estavam com o HDL (colesterol bom) abaixo de 40 mg/dL – o que
também é ruim. Hoje, é preconizado um HDL superior a 45 mg/dL para
homens e 55 mg/dL para mulheres.
“O HDL é um fator de proteção contra
doenças cardiovasculares. Ele baixo é tão ruim para o organismo quanto o
LDL alto”, disse César.
Artimanhas da indústria farmacêutica [3]
Você ainda acredita na indústria farmacêutica, ou em qualquer outra? Se acredita, leia; se não acredita, leia também:
O New York Times de 14/1/08 publicou uma matéria que desmascara as intenções dos fabricantes de medicamentos.
Um teste clínico do Zetia, uma droga
redutora do colesterol, prescrita para um milhão de pessoas por semana,
não conseguiu comprovar nenhum benefício médico da droga, revelaram a
Merck e a Schering-Plough.
Os resultados aumentam as preocupações
acerca do Zetia e do Vytorin (Ezetimiba + Sinvastatina), uma droga que
combina o Zetia com outro redutor de colesterol em uma pílula só. Cerca
de 70% dos pacientes que tomam Zetia o fazem na forma do Vytorin,
combinação do Zetia com o já bem antigo Zocor (Sinvastatina).
Embora o Zetia reduza
o colesterol entre 15 e 20% na maioria dos pacientes, não há evidências
de que possa diminuir os ataques cardíacos e infartos, ou nem mesmo de
que reduza o crescimento das placas de gordura nas artérias.
O teste pretendia mostar que o Zetia
podia reduzir o crescimento das placas (ateromas). Em vez disso, as
placas, na verdade, crescem mais rápido em pacientes tomando Zetia
juntamente com o Zocor do que naqueles que tomavam apenas o Zocor.
Pacientes no teste clínico que tomaram a combinação de Zetia com Zocor o faziam na forma do Vytorin.
Dr. Steven Nissen, da Cleveland Clinic,
disse que os resultados são “chocantes”. Pacientes não devem receber
prescrição do Zetia a menos que outras drogas anticolesterol tenham
falhado, disse. “Milhões de
pacientes podem estar tomando um droga que não lhes traz nenhum
benefício, aumentando o risco de ataques cardíacos e expondo-os a
efeitos colaterais potenciais”.
Os resultados também aumantam a
controvérsia sobre a demora em liberar os resultados do teste, conhecido
como Enhance. A Merck e a Schering-plough terminaram o teste em abril
de 2006, e planejavam divulgá-los só em março de 2007, mas
desrespeitaram vários prazos estabelecidos por elas mesmas, dizendo não
idéia sobre a data em que seria publicado.
Mês passado, após vários artigos acusarem a demora, elas finalmente decidiram divulgar os resultados “em breve”.
As duas companhias dividem o mercado do
Zetia e do Vytorin, e os analistas calculam que 70& do lucro da
Schering depende destes produtos. E a Merck é a responsável pelo Vioxx,
retirado do mercado americano em setembro de 2004.
Os efeitos da maior ou menor agressividade na redução do LDL quanto a progressão da placa arterial [4]
Pesquisadores do Beth Israel Medical
Center examinaram o desenvolvimento da placa coronária em 182 pacientes
que tomaram estatinas para redução do nível do colesterol. Um grupo de
pacientes tomou uma dose mais agressiva (>/= 80 mg/dl) enquanto outro
grupo tomou uma dose menor (<80 mg/dl).
Usando a tomografia computadorizada por
feixe de elétrons, os pesquisadores mediram a placa em todos os
pacientes antes e após o estudo que durou mais de um ano. A despeito do sucesso na redução dos lipídios nos dois grupos, não aconteceram diferenças na progressão da calcificação da placa (9.3%/ano vs 9.1%/ano).
Os autores concluíram que, com
relação a redução do colesterol LDL, “quanto mais baixo é melhor” não é
suportado por mudanças no progresso de calcificação da placa.
Estudo posterior, igualmente usando a tomografia computadorizada por
feixe de elétrons, confirmou que a terapia através de estatinas é
incapaz de atenuar a progressão da calcificação arterial coronária após
12 meses (80, 155).
As estatinas e a redução na mortalidade total e nos eventos coronários x nível do colesterol
Estudo realizado no Japão envolveu
47.294 pacientes com colesterol elevado, os quais tomaram Sinvastatina
(5-10 mg/dia) durante 6 anos, sendo monitorados dentro de condições
padrão. O objetivo desse estudo, denominado J-LIT (36), foi o de
determinar a ocorrência de eventos coronários e sua relação com as
concentrações de lipídios no sangue durante o tratamento com baixas
doses de sinvastatina.
Como resultado o J-LIT não mostrou nenhuma existência de correlação entre o montante da redução de LDL e a taxa de mortalidade entre os pacientes,
os quais foram agrupados pelo nível de redução conseguido no LDL
(Figura). Alguns deles não tiveram redução nos níveis de LDL enquanto
outros tiveram uma queda moderada e outros tiveram reduções mais largas
no LDL.
Os grupos no J-LIT que obtiveram os
níveis mínimos de colesterol, <160 e 170 ± 10mg/dL, tiveram acima do
dobro das taxas de mortalidade daqueles com 240 ± 20mg/dL.
OS DESAFIADORES GRÁFICOS QUE RELACIONAM TAXAS DE COLESTEROL COM LONGEVIDADE [5]
Os gráficos abaixo, baseados em dados
bastante atuais relacionam três aspectos de qualidade de vida de 86
países, utilizando estatísticas que inclui a OMS – Organização Mundial
da Saúde.
Esse primeiro gráfico mostra que quanto maior a taxa de colesterol menor a incidência de doença cardio-circulatória. Isso mesmo doença cardiovascular!!!
Nesse outro gráfico temos a expressão do Dr. Uffe Ravnskov confirmada: mulheres mais velhas com colesterol mais elevado vivem MAIS!!!
Nesse terceiro gráfico temos um aspecto
interessante sobre mortalidade geral em comparação com o colesterol.
Basicamente essa tabela informa que quanto maior a taxa de colesterol médio de uma população MENOR a mortalidade geral dessa mesma população.
De acordo com esses dados vale a pena se preocupar com o seu colesterol?
Resumo
Alguns (raros) estudos mostram a
respeito do colesterol os seguintes fatos que contrariam o “consenso”
multibilionário dos laboratórios:
1. 70% do colesterol circulante é fabricado no próprio fígado e isso
acontece porque ele é essencial à vida: fabrica as membranas celulares,
os hormônios, a mielina dos neurônios, os sais biliares e a vitamina D.
2. 75% dos pacientes que sofreram infarto estavam com os níveis do LDL considerados normais!
3. Apesar de reduzir os lipídeos do
sangue, as vastatinas não causam diferenças na progressão da
calcificação da placa ateromatosa e possuem importantes efeitos
colaterais e até letais!
4. Pesquisas em grandes populações
mundiais mostram que quanto maior a taxa de colesterol menor a
incidência de doença cardio-circulatória e menor a mortalidade!
[1] [http://www.nutricaofacil.ntr.br/materias_det_view.asp?cod_auto=84][2] Fernanda Bassette, da Folha de S. Paulo 21/01/2009
[http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u492645.shtml]
[3] Luiz Leitão – 14 de Janeiro de 2008
[http://detudoblogue.blogspot.com/2008/01/artimanhas-da-indstria-farmacutica.html]
[4] [http://www.infarctcombat.org/polemica-31/icem.html]
[5] [http://www.umaoutravisao.com.br/artigos/colesterol/graficoscolesterol.htm]
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