Dieta alta em gordura sempre vence
Dietas baixas em gorduras e proteínas sempre falham a longo prazo. A curto prazo fornecem resultados satisfatórios, porém apenas em ambientes de estudo controlado. Assim que os participantes dos experimentos clínicos voltam a vida real, o efeito sanfona predomina.
A regra é clara Galvão! Os dados não falham.
Duas variações da dieta DASH foram elaboradas pelos pesquisadores de um estudo publicado na ilustre American Journal of Clinical Nutrition, uma rica em gordura e mais reduzida em carboidratos e outra mais moderada em carboidratos e gordura. A fonte de gordura adicionada a dieta DASH mais alta em gordura foi de laticínios integrais e sem açúcar, ao invés de laticínios desnatados e com açúcar (o padrão moderno recomendado como “saudável”).
Laticínios integrais foram melhores para saúde lipídica e das lipoproteínas (colesterol) do que laticínios desnatados com açúcar (baixos em calorias).
A dieta DASH alta em gordura foi similar a dieta paleo em muitos aspectos, exceto pela porção de grãos integrais adicionada na primeira.
Segue na tabela abaixo, um modelo de dieta DASH tradicional (não exatamenta a mesma do estudo) moderado em gordura, isocalórica (2000 calorias) com as respectivas porções de grupos de alimentos diferentes:
- 7 a 8 porções pequenas de grãos integrais.
- 4 a 5 pequenas porções de frutas
- 4 a 5 pequenas porções de vegetais
- 2 a 3 porções pequenas de laticínios desnatados
- 2 porções de carnes diversas
- 4 a 5 porções pequenas de nozes, sementes ou oleaginosas.
- 2 a 3 porções pequenas de gordura
Foi um ensaio clinico, randomizado e cruzado (crossover) com 36 participantes, 3 etapas de 3 semanas de estudo cada. Em uma etapa os sujeitos do estudo consumiram a dieta DASH com menos gordura, em outra a dieta DASH rica em gordura e por fim, uma dieta controle (padrão).
Os cientistas mediram a concentração das partículas das lipoproteínas no sangue (um tipo de exame de colesterol mais específico). Houve aumento no tamanho das partículas de colesterol LDL na dieta mais alta em gordura (coisa boa).
Houve diminuição dos triglicérides e VLDL (colesterol/gordura ruim no sangue) também na DASH alta em gordura com relação as outras 2 dietas.
Também não houve diminuição do colesterol bom (HDL) na DASH alta em gordura como no caso das outras duas dietas. E na dieta DASH tradicional, houve alterações menos importantes no que se diz respeito redução de risco cardíaco dos pacientes.
Resultado e conclusão do estudo:
RESULTADOS:
Trinta e seis participantes completaram todos os 3 períodos dietéticas. A pressão arterial foi reduzida de forma semelhante com a dieta DASH tradicional e as dietas DASH alta em gordura (HF) em comparação com a dieta controle. A dieta DASH alta em gordura (HF) reduziu significativamente os triglicéridos e concentrações de partículas de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) grande e média e aumentou o o diâmetro de partículas LDL em comparação com a dieta DASH tradicional. A dieta DASH tradicional, reduziu o colesterol LDL significativamente, o colesterol HDL, apolipoproteína A- I, lipoproteína de densidade intermediária e partículas de LDL grandes e diâmetro de LDL em comparação com a dieta controle .
CONCLUSÕES:
A dieta DASH alta em gordura reduziu a pressão sanguínea, na mesma medida como a dieta DASH normal, mas também reduziu as concentrações de triglicéridos no plasma e de VLDL, sem aumentar significativamente o colesterol LDL. Este estudo foi registrado na clinicaltrials.gov como NCT01404897 .
Fonte original:
Este estudo representa outros experimentos já conduzidos sobre o efeito benéfico das gorduras saturadas e monoinsaturadas na perda de peso a curto e médio prazo. Neste caso especificamente, a gordura saturada dos laticínios.
Pois bem, agora o que que os estudos a longo prazo demonstram sobre as dietas altas em gordura na melhora do peso e da saúde?Vejam este excelente estudo de longa duração publicado no famoso jornal “The New England Jornal of Medicine”
“MÉTODO
Neste ensaio clínico de 2 anos nós distribuímos aleatoriamente 322 indivíduos moderadamente obesos (idade 52 anos significa, índice de massa corporal 31, 86% dos participantes do sexo masculino) a uma das três dietas: dieta com baixo teor de gordura com restrição calórica; Mediterrânea com restrição calórica; ou dieta baixa em carboidratos e sem restrição de calorias.
Em vermelho está a dieta baixa em gordura ao longo de 24 meses (meses na linha horizontal inferior), em amarelo a dieta mediterrânea relativamente alta em gordura, e por fim em azul a dieta low-carb alta em gordura.
CONCLUSÕES
A dieta Mediterrânea e dietas baixas em carboidratos são alternativas eficazes com relação a dietas com baixo teor de gorduras. Os efeitos mais favoráveis sobre os lipídios (com a dieta pobre em carboidratos) e sobre o controle da glicemia (com a dieta mediterrânea) sugerem que as preferências pessoais e considerações metabólicas podem informar o uso INDIVIDUALIZADO de intervenções dietéticas. (Número ClinicalTrials.gov, NCT00160108.)”
A dieta baixa em gordura foi MUITO inferior em um período de dois anos com relação as duas dietas altas em gordura, a Low-carb e a Mediterrânea.”
A dieta mediterrânea foi relativamente alta em gordura. Portanto, qual foi o denominador comum de sucesso a longo prazo mesmo? EXATO, uma dieta alta em gordura e também, uma dieta baixa em carboidratos.
Uma série de estudos apontam na mesma direção…
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