domingo, 12 de fevereiro de 2017

Arsênio no arroz: devemos nos preocupar

Arsênio no arroz: devemos nos preocupar?





 Eu sei que a cada post desses, você fica se perguntando: mas eu vou viver de quê? Até no arroz nosso de cada dia, tem algo para trazer preocupações, no caso o arsênio! Mas como você sabe, apesar de fato ser algo que é importante, o terrorismo nutricional, ao invés de te ajudar, termina te assustando mais.

A questão vem sendo levantada há anos, a partir de técnicas que nos permitiram detectar esses tipos de elementos na nossa comida e como o arroz é um cereal do dia a dia em quase todo o mundo, as agências regulatórias, como ANVISA aqui, FDA nos EUA e EFSA, na Europa, estão de olho nessa questão.

Particularmente na pediatria, é preocupante o uso excessivo do arroz, na forma de alimentos para bebês, como aqueles farináceos com açúcar que as mães insistem em usar em grande quantidade, adicionadas ao leite dos bebês. Claro que dar arroz para comer não será problema nenhum, mas nessa entrevista, você entenderá tudo sobre o problema e como diminuir o seu risco e do seu filho.

O entrevistado é o Dr. Bruno Lemos, pós Doutor em Toxicologia pela USP e o maior especialista no Brasil atualmente sobre o tema. Ele é membro ativo da câmara técnica da ANVISA, que visa fazer regulamentações que suscitem um consumo mais seguro dos alimentos, no caso o arroz.

Já conversei sobre esse assunto antes, mas agora teremos uma entrevista exclusiva e bastante instrutiva com um ultra especialista nessa temática. Aproveitem e não deixem de repassar para os amigos!

Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/arrozearsenio/

Forma mais comum de cozinhar arroz pode trazer risco à sua saúde

A maneira que você cozinha arroz pode colocar a sua vida – e as das pessoas que comerem o alimento – em risco. Andy Meharg, professor da Universidade de Queens, no Reino Unido, revelou durante um programa da BBC que o arroz pode liberar arsênico se você utilizar um método bem comum de cozimento.

A técnica tradicional consiste em usar a proporção de duas partes de água para uma de arroz e ferver o alimento até que todo o líquido evapore. Após realizar esse processo, Meharg descobriu vestígios de arsênico no arroz, um elemento químico associado a uma série de doenças, como câncer e diabetes.

O arsênico é encontrado naturalmente no solo. Por isso, pequenas quantidades desse produto químico podem infectar o alimento. Geralmente, os níveis tóxicos são tão baixos que não causam preocupação às autoridades.

No caso do arroz, no entanto, a história é diferente. Isso porque, ele é cultivado em plantações inundadas e esse método faz com que o arsênico do solo entre com mais facilidade nos grãos. De acordo com a reportagem da BBC, o arroz tem cerca de 10 a 20 vezes mais arsênico do que outras culturas de cereais.

“A única coisa que posso comparar (com o ato de comer arroz) é fumar”, disse Meharg. “Se você fuma um ou dois cigarros por dia, seus riscos serão muito menores do que os riscos de uma pessoa que fuma 30 ou 40 cigarros diariamente. Depende da dose, quando mais você comer, maior é o risco.”

O que preocupa o professor não é a quantidade de arroz que um adulto come, mas quantas porções do grão que crianças ou bebês ingerem. “Sabemos que os baixos níveis de arsênico podem impactar o desenvolvimento imunológico, o crescimento e o desenvolvimento do QI.”

Em 2014, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, a FDA, apresentou uma pesquisa que revelou que os níveis de arsênico em mais de 1.300 amostras de arroz não oferecem risco imediato ou no curto prazo para a saúde. Contudo, o órgão disse que continuaria a investigar se o consumo do grão poderia causar doenças crônicas.

Alternativas

Apesar de a pesquisa ser importante para que mais estudos seja feitos sobre o assunto, isso não significa que você precisa parar de comer arroz. No programa, o professor também apresentou duas outras maneiras de cozinhar o alimento para ficar parcialmente livre do arsênico.

A primeira é usar uma proporção de cinco partes de água para uma parte de arroz e ainda tirar o excesso de água. Com isso, os níveis do produto tóxico foram quase reduzidos pela metade. A segunda é deixar o arroz de molho durante a noite e depois drenar a água. Assim, o grau de toxina é reduzido em 80%.

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