A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela falta de controle. Existe uma vontade incontrolável, uma necessidade de comer, de ingerir alimentos, mesmo sem sentir fome. E mesmo estando satisfeita, a pessoa não pára de comer, o que leva a ingerir enormes quantidades de alimentos em muito pouco tempo.


Logo após o episódio, ou crise, acontecer, aparecem as consequências do ato impulsivo, pois a falta de controle momentâneo leva ao arrependimento, à culpa, ao sentimento de impotência e à frustração em relação aos próprios hábitos alimentares.
Fique ligado ao notar algum ou alguns destes hábitos na sua rotina, pois são considerados sintomas importantes da compulsão alimentar:
  • Comer escondido
  • Comer sem fome
  • Comer muito rápido
  • Comer até sentir-se mal
  • Comer durante o dia todo
  • Comer para “aliviar o stress”
  • Comer e sentir-se culpado
  • Comer e sentir-se e impotente frente à comida

Sobre o que leva as pessoas a este tipo de comportamento, saliento que a compulsão alimentar pode ser causada por vários fatores, e muitas vezes encontramos eles combinados, a mesma pessoa sofre de mais de um dos fatores que levam à compulsão.
Muitas pessoas experimentam a sensação, quando se propõe a fazer uma dieta muito restritiva sem orientação profissional adequada. Logicamente que é bastante comum, no começo de uma dieta, sentir uma certa insatisfação ao se privar dos alimentos, pois tudo é uma questão de rotina, de se acostumar aos novos hábitos.
Dizem que levamos 21 dias para acostumar a realizar novos hábitos, mas o que vai determinar se você vai chutar o pau da barraca ou meter o pé na jaca logo no começo da sua dieta nova é realmente a força de vontade e foco, pois uma pessoa realmente determinada consegue passar por cima disto pensando que os benefícios que terá em troca serão realmente muito mais prazerosos do que comer duas barras de chocolate.
Além da mudança de hábitos, é preciso considerar que pessoas com baixa auto estima ou que apresentam problemas com o peso, insatisfação com a sua imagem no espelho tendem a usar os alimentos como uma forma de conforto, uma estranha fonte de prazer, como se o alimento representasse um troféu, algo que se mereça, depois de um dia difícil, e muitas outras situações e fugas da realidade com o auxílio de alimentos. Quem tem este tipo de relação com a comida é um sério candidato a acabar desenvolvendo a compulsão alimentar.
Muitos também têm sistemas hormonais alterados por hábitos errados cronicamente, resultando em mau funcionamento metabólico, vícios e compulsões compensatórias como fonte de prazer e energia.
É o caso do estresse, que também é um fator importante, pois ele pode ser a causa mas pode muito bem também ter origem na compulsão alimentar. A pessoa come para ficar menos estressada, acaba ficando mais estressada por ter comido demais e volta a comer para diminuir o estresse. Administrar o seu estresse é uma parte bem importante para o controle da compulsão alimentar.

Não dá pra negar que existe uma relação bem notável entre acompulsão alimentar e a depressão, pois o risco de uma pessoa que sofre de depressão desenvolver também a compulsão é maior do que o de uma pessoa que não está vivendo este quadro, e vice-versa.


A compulsão alimentar também pode estar relacionada com muitos outros hábitos alimentares, como transtornos de imagem corporal e até disfunções hormonais. Se a taxa hormonal está alterada e/ou receptores disfuncionais, pode estar ocorrendo impedimento para os neurotransmissores receberem os sinais, tanto de fome, quanto de saciedade.
Existe um livro chamado “Carência Afetiva e Alimentação”, cuja autora Geneen Roth defende que a compulsão é um tipo de desespero emocional, que não é nem questão de gostar de comer mas sim que está intimamente ligada aos gatilhos emocionais. Ela diz que os nossos traumas, sensações, tristezas e tudo mais que incomoda emocionalmente, acaba sendo expressado na comida e na nossa relação com os alimentos. “A obsessão pela comida nos proporciona um lugar seguro no qual podemos colocar todos os nossos sentimentos de decepção, raiva e tristeza.”, diz ela.
Agora vamos ter um papo sério aqui, depois de todas estas explicações de diversas fontes, eu, Dr. Victor Sorrentino, gostaria de lembrar de uma famosa frase: 

“Comemos para viver, não vivemos para comer.”


Desculpem mais uma vez mas preciso dizer que esse hábito que comida deve proporcionar prazer é tudo mais uma invenção da mídia para nos escravizar. E também tudo depende muito da sua consciência e do que decidiu que lhe dá prazer.
Primeiramente a função dos alimentos é alimentar e nutrir, nos dar energia para viver e desempenhar nossas atividades diárias, e não dar prazer. Prazer podemos ter em inúmeros outros momentos, e outras atividades, a comida não foi feita para trazer prazer, ela existe para alimentar. Pode dar prazer desde que esta não seja a prioridade da função da mesma.
E vou dizer mais, pensando a fundo, pensando nas consequências, é hora de aceitar que existe mais “prazer“ em comer uma maçã do que comer um chocolate. O prazer de saber que está caminhando pra frente na sua saúde, o prazer de saber que está fazendo o que deve ser feito para o seu bem estar, a sua longevidade e a sua qualidade de vida.