OBESIDADE ASSOCIADA A VÁRIOS TIPO DE CÂNCER
Esse artigo foi publicado hoje em site de ciência, sem ligação com o universo low carb. Mas os enunciados já são conhecidos. Em um artigo anterior AQUI já tinha sido listado pelo menos 6 tipos de cânceres fortemente relacionados com a insulina elevada, relevante marcador associado ao sobrepeso, a saber: cólon, mama, ovário, bexiga, pâncreas e fígado. A revisão publicada a seguir parece confirmar a revisão já citada. Vamos ver o artigo do site ReliaWire.
Múltiplos tipos de câncer têm ligação com a obesidade, diz a evidência por Bruce B. Vanderburg
Publicado originalmente em 01 de março de 2017
O risco para um grande número de cânceres pode ser aumentado pelo excesso de peso, é o que pesquisadores advertem após uma revisão abrangente de mais de 200 estudos. Os tipos de câncer consistem principalmente daqueles relacionados a órgãos digestivos e malignidades relacionadas aos hormônios, incluindo os de cólon , mama, pâncreas e ovário.
As associações entre obesidade e outros tipos de câncer também podem existir, mas a incerteza significativa permanece devido à fraca qualidade das comproções, de acordo com a equipe internacional de pesquisadores, liderada por Maria Kyrgiou e Kostas Tsilidis do Imperial College London.
A equipe está procurando mais pesquisas porque evidências da força das associações entre obesidade e câncer podem permitir uma seleção mais aprimorada das pessoas com alto risco, que poderiam ser selecionadas para estratégias de prevenção primária e secundária personalizadas.
OBESIDADE E CÂNCER
Estudos anteriores suportam a associação entre a obesidade e alguns tipos de câncer, mas alguns podem apresentar falhas ou equívocos devido à fragilidade do desenho e processo do estudo. O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, e a prevalência de obesidade mais do que duplicou nos últimos 40 anos.
Os pesquisadores, portanto, conduziram uma revisão abrangente de estudos sobre obesidade e risco de desenvolvimento de câncer.
Após uma pesquisa bibliográfica, se identificaram 204 estudos em 49 publicações que analisaram as medidas de obesidade, como o índice de massa corporal (IMC), ganho de peso e circunferência da cintura, e 36 tipos de câncer e seus subtipos.
Dos 95 estudos que incluíram medidas de obesidade contínua, apenas 13% das associações foram apoiadas por fortes evidências, o que significa que esses estudos tiveram resultados estatisticamente significativos e nenhuma sugestão de viés.
As associações fortes foram encontradas em estudos que examinaram o IMC com risco de câncer de esôfago, medula óssea e cólon (nos homens), retal (nos homens), sistema biliar, pancreático, endometrial (em mulheres pré-menopausa) e rim.
"Embora alguns detalhes permaneçam a necessitar ser melhor examinados, a conclusão inevitável destes dados é que a prevenção de excesso de peso em adultos pode reduzir o risco de câncer. Além disso, evidências emergentes sugerem que o excesso de gordura corporal no início da vida também tem um efeito adverso sobre o risco de câncer na idade adulta, "
Quem escreveu foi Yikyung Park e Graham A Colditz em um editorial do BJM(disponibilizado aqui - em inglês).
REVISÃO DO GRUPO DE DADOS DE OBSERVAÇÃO
A análise envolveu uma revisão geral de estudos que utilizaram dados observacionais, o que é útil para reunir evidências. No entanto, não é possível tirar conclusões firmes sobre a causa e efeito quando se analisam os estudos observacionais.
O risco de desenvolver câncer para cada 5 kg de aumento no IMC variou de 9% para o câncer colorretal entre os homens, a 56% para o câncer do sistema biliar.
O risco de câncer de mama pós-menopausa entre as mulheres que nunca usaram terapia de reposição hormonal aumentou 11% para cada 5 kg de ganho de peso. O risco de câncer de endométrio aumentou em 21% para cada aumento de 0,1 na relação cintura / quadril.
Cinco associações adicionais foram apoiadas por fortes evidências quando medidas categóricas de obesidade foram utilizadas. Estes incluíram ganho de peso com risco de câncer colorretal e IMC com risco de câncer de vesícula biliar, cárdia gástrica (cárdia é o nome dado à região de transição entre o esôfago inferior e o estômago) e ovário e mortalidade por mieloma múltiplo.
Outros estudos foram avaliados com evidências altamente sugestivas (18%), sugestivas (25%) e fracas (20%) e 25% não tinham evidências de associação.
(Fonte: Kyrgiou Maria, Kalliala Ilkka, Markozannes Georgios, Gunter Marc J, Paraskevaidis Evangelos, Gabra Hani et ai.
Obesidade e câncer nos principais locais anatômicos: revisão geral da literatura
BMJ 2017; 356: j477)
Link do original AQUI
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