sexta-feira, 21 de abril de 2017

Dor no calcanhar - Síndrome de Haglund

Dor no calcanhar - Síndrome de Haglund

Foto (Foto: Arquivo)


INTRODUÇÃO  

Devido as recentes procuras em meu consultório e principalmente a conversas com diversos atletas, de diversas idades, nívis de treinamento, e sexos diferentes sobre uma síndrome extremamente dolorosa no pé que atrapalha ou mesmo impede o treinamento, e pior não tem um tratamento realmente efetivo, a Síndrome de Haglund.

O QUE É?

Problema decorrente da ação mecânica da eminência póstero-superior da tuberosidade posterior do calcâneo contra a bursa (saco de líquido sinovial) retrocalcaneana e o próprio tendão de Aquiles. Esta situação de “impacto” local, causa o processo inflamatório. Tendo o paciente enorme desconforto, e na cronicidade do quadro aparece o enfraquecimento e até a ruptura local do tendão

As calcificações tendíneas, resultantes de processo inflamatório crônico inespecífico ou secundárias à hipersolicitação mecânica da região, surgem como verdadeiros “esporões” posteriores do calcâneo. Além da dor provocada pelo processo inflamatório intrínseco, surge a possibilidade de atrito e compressão pelos calçados, agravando a sintomatologia.

Inicialmente, ocorre o desenvolvimento de um um ponto sensível, endurecido e levemente avermelhado na parte posterior do calcanhar. Quando este aumenta de tamanho, a bursa inflamada aparece como uma proeminência avermelhada sob a pele do calcanhar, causando dor na região e também acima dela. Se o distúrbio tornar-se crônico, o inchaço pode endurecer. 

DIAGNÓSTICO

Deve ser dado por seu médico ou fisioterapeuta basedo em análise clinica e de imagem (Vários métodos já foram descritos para o diagnóstico radiológico desta enfermidade, todos com grandes limitações práticas por apresentar variações muito amplas da normalidade, o que dificulta o diagnóstico de certeza.), que deve ser confirmado pela clínica.

 

Foto (Foto: Arquivo)


TRATAMENTO:

Como disse antes, infelizmente não existe um tratamento realmente eficaz para resolver o problema em sua fase avançada. O tratamento visa a redução da inflamação e o ajuste da posição do pé no calçado para aliviar a pressão sobre o calcanhar.

Se diagnosticado precocemente pode-se agir contra os fatores que causam ou facilitam o problema como:

* Calçado inadequado;
* Treinamento inadequado;
* Mecânica ou distribuição de peso inadequados;

1. PREVENÇÃO:

Como sempre não preciso falar que estar atendo desde cedo aos sinais de seu corpo é fundamental para a evolução dos problemas, então:

* Esteja sempre atento a seus desconfortos e comunique o quanto antes a seu técnico, fisoterapeuta ou médico;
* FAÇA ALONGAMENTOS REGULARES;
* Use calçados adequados e que não causem desconforto na região; não só nos treinos mas notrabalho também;
* Procure seguir o planejamento de seu treinador e mantenha ele sempre atualizado de suas sensações com a evolução do treinamento.

2. TRATAMENTO conservador para crônicos:

Caso já seja mais um atleta já acometido pela síndrome, não se desespere, pois em muitos casos você pode remediar o problema (mesmo sem tratá-lo efetivamente) e conviver com ele e seus treinos; apenas os cuidados aumentam. Seguem algumas dicas, mas vale lembrar que seu fisioterapeuta, médico e treinador tem que trabalhar em conjunto para te manter treinando e minimizar seus riscos!

* Procure utilizar calçados que irritem o mínimo possível o local da dor (Evitar que se ande de uma forma que comprima repetidamente os tecidos moles por trás do calcanhar, contra o suporte rígido posterior do sapato).
* Planeje seu treinamento, principalmente de corrida, de forma a dar tempo para a inflamação gerada no treinamento possa se dissipar;
* Imediatamente após cada treino, principalmente de corrida coloque 15 à 20 minutos de gelo no local;
* Faça alongamentos regulares com ênfase no grupo posterior, principalmente da panturrilha ( sem causar qq tipo de desconforto no local da lesão!);
* Ao menos a cada 15 dias procure seu fisioterapeuta para um trabalho de liberação tecidual local (existem diversas técnicas para isso como a desfibrose manual, crochetagem, etc);
* Em alguns casos pode ser necessário o uso de palmilhas para redistribuir o peso corporal. Converse com seu fisioterapeuta ou médico que te indicará um profissional sério.
* Pode-se fazer uso da fisio tradicional com uso de ultra-som, e laser além do gelo para lidar com a fase inflamatória aguda, assim como procurar seu médico para a indicação de anteinflamatórios (orais, tópicos ou injetáveis) que dependerá de cada caso;
* Outras opções terapêuticas para manutenção preventiva seriam a mesoterapia (aplicação de antiinflamatório intradérmico) ou a ortotripsia (terapia por ondas de choque).

Alguns casos podem chegar a cirurgia (bursectomia e ressecção da porção superior da tuberosidade posterior do calcâneo ou as osteotomias cuneiformes de ressecção), porém na prática o resultado dessas cirurgias é normalmente ruim, com nova acumulo de tecido e formação de nova deformidade e retorno ou piora do quadro. Principalmente em atletas que desejam voltar a exercer suas atividades.  

É importante relembrar que o diagnóstico dessa síndrome pode ser confundida com uma diversidade de outras alterações nessa mesma região como tendinites, bursites, etc e deve ser dado por profissional médico ou fisioterapeuta.

Bons treinos e saúde!

 

 

 

 

 



 
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