quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Jejum: O que, quando e como fazer?

Jejum: O que, quando e como fazer?

Um dos maiores desafios que o ser humano enfrenta nos dias de hoje é descansar corretamente. A organização atual da sociedade é baseada em um estilo de vida “artificial” em que os ciclos naturais da vida não são mais respeitados. Os seres humanos estão constantemente agindo, trabalhando, produzindo, e também estão consumindo e sendo consumidos por um sistema que não conseguem enxergar.

Atualmente, o ser humano é “doutrinado” a servir a um sistema de consumo, a trabalhar nos empregos convencionais, a explorar o planeta, os animais e tudo o que conseguirem. Esta lógica segue quando se trata de alimentação, onde a maioria dos seres humanos da atualidade está inconsciente sobre as verdadeiras consequências de uma alimentação artificial. Nosso corpo sofre as consequências de todos estes hábitos criados pela mente humana, e que estão fora dos padrões originais de pureza, beleza e harmonia que são a essência da natureza.
No campo da nutrição para citar um exemplo, vemos o quão longe avançamos nos estudos sobre a quantidade de nutrientes, especialmente de certas vitaminas e minerais, o valor biológico das proteínas etc. Quanto mais complexos se tornam nossos estudos e conhecimentos, mais complexas se tornam nossas atividades e também nossas necessidades. Hoje em dia é muito raro encontrar pessoas que obtenham todos os nutrientes recomendados pelos médicos e nutricionistas sem o consumo de suplementos específicos ou até mesmo medicamentos. Esta cultura de que necessitamos de todos estes elementos todos os dias é a base perfeita para um negócio bilionário da indústria farmacêutica, alimentícia, etc.
Nosso corpo precisa de um descanso de toda essa ilusão, um tempo para quebrar este círculo vicioso ao qual fomos calculadamente educados a seguir. Nossa alma precisa que o corpo vivencie um descanso verdadeiro deste mecanismo, para perceber a infinita abundância da energia divina, o AMOR, que a tudo nutre e a tudo mantém também conhecido como prana, chi ou energia vital.
Há milênios o jejum é praticado por sábios de todas as eras, e muitas são suas finalidades. A primeira delas, é permitir que o corpo físico possa descansar de suas funções, especialmente as do trato digestivo. Quando o corpo está relaxado de suas funções mais básicas, pode então direcionar energias para atividades “secundárias” e o que muitas vezes para o corpo é considerado secundário, para nós pode ser prioritário, como por exemplo a cura de enfermidades, em especial os tumores. Enquanto o corpo recebe carboidratos e alimentação sólida em geral, os tumores têm tempo e energia para se desenvolverem, tendo em vista que o corpo está ocupado no processo digestivo que pode durar 24 horas ou mais. Enquanto o corpo está trabalhando para gerar energia através da digestão dos alimentos, os tumores se alimentam da glicose disponível livremente na corrente sanguínea e continuam seu processo de desenvolvimento. São vários os relatos de pessoas que se curaram de todo tipo de tumor depois que começaram a praticar uma dieta livre de carboidratos com jejuns regulares e especialmente utilizando o “poder do suco verde” como desjejum ideal.  (Consultar os trabalhos do Dr. Gabriel Cousens e do Dr. Alberto Peribanez Gonzalez)
O fato é que se o corpo está desocupado desta função constante de digerir e excretar alimentos, sua energia pode ser redirecionada para outras atividades. Ela pode ser direcionada para a cura, para a expansão da consciência e também para o serviço aos demais.
Agora reflita por um instante sobre estas questões:
– Você já parou para perceber que desde que nasceu seu corpo está trabalhando na digestão de alimentos? Desde lá, quantas vezes você realmente deu algum descanso longo e consciente para ele?
– Você já jejuou alguma vez na vida? Como se sentiu?
– Você consegue dormir por 18 horas?
Estas reflexões simples podem nos levar a perceber que pode ser uma ótima experiência vivenciar um jejum. Existem vários tipos de jejuns, várias finalidades, aqui porém exponho de forma simples  o que aprendi através de minhas experiências pessoais com jejuns.
TIPOS DE JEJUM
O verdadeiro “jejum” é o ato de não ingerir alimentos sólidos ou líquidos, entretanto, a grande maioria das pessoas que pratica jejuns curativos faz outro tipo de jejum, que inclui certos líquidos, e até mesmo alimentos em certos casos. A ideia de jejuar é promover um descanso para o corpo, e de ir aos poucos o acostumando com um estado mais sutil, de leveza e energia. Existem níveis avançados em que o praticante jejua em outros sentidos, abstendo-se do contato com pessoas, praticando o silêncio e o isolamento. São vários os níveis e finalidades de práticas com o jejum. Inexistem fórmulas para jejuar, pois cada ser é diferente e tem um metabolismo que só ele mesmo conhece, por tanto aqui vão algumas dicas gerais com relação aos níveis de sutileza dos diferentes “tipos de jejum”. Os iniciantes podem começar praticando na seguinte sequência:
Jejum frugal
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Escolha um dia por semana para se alimentar somente de frutas. O ideal para o corpo descansar ao máximo é que seja somente a mesma fruta, e que você coma o mínimo possível, somente quando der muita fome. Este tipo de jejum é para aqueles que acham “radical” a decisão de passar um dia sem comer, e que preferem ir se adaptando aos poucos a mudança. As frutas mais indicadas são aquelas que contem muita água como melancia, melão, uva, maçã, pera, tangerina etc. É importante lembrar que queremos dar descanso para o corpo e comer muitas frutas pode dar um trabalho maior que o descanso.
Quando você começar a sentir os benefícios da prática pode estendê-la para dois, até três dias na semana antes de continuar sua sutilização alimentar.
Jejum com líquidos

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É o mesmo processo que o jejum de frutas porém através do consumo de sucos. É importante procurar tomar sucos de frutas orgânicas, polpas integrais congeladas e especialmente o suco verde feito sem adição de água. Este é um dos jejuns mais populares, e considerado pela maior parte dos praticantes como muito fácil e agradável.
Para facilitar mais o descanso do corpo você pode coar os seus sucos com coador de pano, retirando todas as fibras e consumindo só os líquidos. Neste caso, o pano do coador faz a função dos intestinos em extrair o que é importante e “excretar” o que não serve. Quando estamos nos alimentando as fibras são muito úteis, mas neste caso em particular preferimos optar em nos nutrir apenas com os sucos.
Jejum com água
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O jejum com água é um dos mais eficientes para todo tipo de cura e com certeza é o mais indicado para qualquer caso. Passar um dia completo sem comer, nem beber sucos é um grande alívio para nosso organismo, que depois de um longo tempo pode descansar um pouco. Entretanto cabe avisar que o corpo pode ficar “confuso” com a situação, e alguns sintomas naturais como fraqueza, tontura, e indisposição podem surgir nas primeiras experiências. São inúmeros os casos de pessoas que jejuam por dias apenas bebendo água e continuam a exercer suas funções normalmente. A água neste caso age como um veículo que facilita a purificação completa do corpo, e também auxilia na percepção mais nítida de nossas emoções, aumentando nosso discernimento sobre o corpo emocional.
Jejum total (jejum seco)
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Este é o verdadeiro jejum praticado pelos grandes mestres espirituais que se abstém da ingestão de todo tipo de alimento, e também de líquidos, concentrando-se basicamente na respiração consciente e técnicas de meditação. Nestes casos, é recomendado que o praticante já tenha experiência com outros tipos de jejum e que mantenha-se quieto, em estado de relaxamento e descanso. Os jejuns secos costumam ser os mais intensos e promovem grandes mudanças em nosso metabolismo, que tem que “se virar” para gerar água e recursos para sua limpeza. Este tipo de jejum deve ser feito com cautela, e não é indicado para pessoas com problemas renais. Já fiz experiências de ficar até 6 dias completos sem ingerir nenhum líquido, bebendo água no sétimo dia e foi um dos processos mais intensos de autoconhecimento que já vivenciei. Repeti a experiência mais algumas vezes, e cheguei a conclusão de que 3 dias de jejum seco são os responsáveis por 80% da purificação (se é que isso pode ser traduzido em números) do processo conhecido como “viver de luz”, onde o praticante fica 21 dias sem alimentar-se de sólidos.
Nos cursos de formação para renascedores e retiros espirituais que ministramos na escola Líder de Ouro, as pessoas passam pela experiência do jejum e do silêncio por um dia, juntamente com a prática da purificação pelo fogo. Comumente este é tido pelos participantes como o dia mais intenso das atividades, em que elas mais descobrem sobre elas mesmas e experimentam as transformações mais profundas e melhores insights. Recomendamos que esta prática seja feita com o acompanhamento de pessoas que são experientes em jejuns curativos e dietas sutis.
Como começar
1. Escolha um dia da semana:
o ideal é que seja sempre o mesmo dia a cada semana para facilitar a disciplina na prática.
2. Jejum de 18 horas
O primeiro jejum que você pode experimentar é o de 18 horas. Este jejum pode ter início as 19h da um dia e terminar as 13h do próximo. Ou seja, seria jantar cedo e esperar até o outro dia para o almoço. Lembra-se da reflexão sobre dormir 18 horas? Se você consegue dormir essa quantidade de horas é um sinal claro de que seu corpo pode aguentar este jejum tranquilamente! Fácil não é mesmo?
Este jejum dá um descanso para o corpo, mas não deve ser feito repetidas vezes na semana pois pode levar o corpo a um hábito de reservar energia, o que pode gerar acumulo de gorduras, levando até mesmo obesidade se feito por tempos prolongados.
3. Jejum de 24 horas
Depois que você pegar a prática com o jejum de 18h, você pode experimentar a prática de jejuar por 24 horas. Este jejum é um verdadeiro alívio para o corpo. Experimente ficar 24 horas se purificando com algum dos tipos de jejum e verifique os benefícios. Neste caso seria passar de um sol poente ao outro sem ingerir alimentos.
4. Jejum de 36 horas
Este é o jejum máximo que recomendo para pessoas fazerem sem acompanhamento de outras pessoas que já tenham experiência em jejuns. É uma linda oportunidade de cura, de renovação de tecidos, de transmutação de energias e de crescimento espiritual. Ficar 36 horas sem comer é como participar de um curso intensivo sobre si mesmo, convivendo intensamente com seus pensamentos e sentimentos que são a única fonte de alimentação no caso. Esta atividade promove uma verdadeira sabedoria no contato com o corpo de energia e permite a abertura da consciência para novas possibilidades, como a nutrição prânica ou viver de luz.
Existem processos de jejuns mais longos que são estudados no método de “Transmutação Consciente de Calorias” que envolvem práticas de 3, 4, 7, 9, 13, 21, 40 dias, porém, este assunto será conversa para um próximo artigo!
Gratidão por ter acompanhado estas palavras até aqui, espero de coração que estas dicas sejam úteis para suas experiências com jejuns curativos, tenho confiança de que elas serão maravilhosas.
Muita paz e serenidade para vivermos juntos o AMOR, nossa natural vibe!
Com AMOR, 
Mautama Krishnarabi

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