sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Pressão baixa também pode apresentar riscos

Pressão baixa também pode apresentar riscos


Os pacientes com hipertensão e doença arterial coronariana: baixa pressão arterial associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares


Estudo sugere cautela na utilização do tratamento de redução da pressão arterial em doentes com doença arterial coronariana

Panoroma


O alvo ideal da pressão arterial na hipertensão permanece sendo debatido, especialmente na doença arterial coronariana, dadas as preocupações de perfusão miocárdica reduzida quando a pressão arterial diastólica ficar muito baixa. Nosso objetivo foi estudar a associação entre a pressão arterial alcançada e os resultados cardiovasculares em pacientes com doença arterial coronariana e hipertensão.


Métodos

Foram analisados ​​dados de 22 672 pacientes com doença arterial coronariana estável inscritos (a partir de 26 de novembro de 2009, até 30 de Junho de 2010) no registro CLARIFY (incluindo pacientes de 45 países) e tratados para a hipertensão. As pressões sanguíneas sistólica e diastólica antes de cada evento foram avaliadas e classificadas em incrementos de cada 10 mm Hg.O desfecho primário está composto pela morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. As taxas de risco (HR) foram estimadas com modelos multivariados ajustados de riscos proporcionais (Cox proportional hazard models), usando subgrupos de pressão arterial sistólica 120-129 mm Hg e diastólica de 70-79 mm Hg como referência.


Resultados

Após um acompanhamento médio de 5,0 anos, o aumento da pressão arterial sistólica de 140 mm Hg ou mais e pressão arterial diastólica de 80 mm Hg ou mais foram, cada um associados com um risco aumentado de eventos cardiovasculares. A pressão arterial sistólica inferior a 120 mm Hg também foi associada com aumento do risco para o desfecho primário (HR ajustado 1,56, IC 95% 1,36-1,81). Da mesma forma, a pressão arterial diastólica menor de 70 mm Hg foi associada com um aumento no desfecho primário (HR ajustado de 1,41 [1,24-1,61] para a pressão arterial diastólica de 60-69 mm Hg e 2,01 [1,50-2,70] para a pressão arterial diastólica menor do que 60 mm Hg.


Interpretação

Em pacientes com hipertensão e doença arterial coronariana na prática clínica de rotina, a pressão arterial sistólica inferior a 120 mmHg e pressão arterial diastólica inferior a 70 mm Hg foram cada uma associadas a resultados adversos cardiovasculares, incluindo mortalidade, apoiando a existência de um fenômeno de curva J. Esta constatação sugere que deve ser tomado cautela no uso do tratamento de redução da pressão arterial em pacientes com doença arterial coronariana.


Exemplo de curva jota - existe um limite de redução com vantagens cardiovasculares,
após o qual os riscos voltariam a aumentar
Slide da apresentação disponível AQUI


Link do original AQUI

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