O Mito do Vegetarianismo
Mais uma vez trago aqui um tema extremamente polêmico, mas que deve ser questionado quando se trata de “informação x verdade”.
É sobre o vegetarianismo,
um assunto que conheço bem porque fui vegetariano por quase 15 anos e
acompanhei minha história nutricional e de saúde junto com familiares,
amigos e pacientes, observando esta dieta sob diversos pontos-de-vista e
seus efeitos a longo prazo.
Eu costumo dizer que “dieta é que nem religião: cada uma diz que é a única verdadeira e todas as outras são erradas”. Além disso, eu digo sempre que “todos os pontos-de-vista estão certos, dentro da sua própria ótica”.
Mas como pode ser isso? Para facilitar a compreensão eu comparo as
“verdades de cada um” a “fatias de uma pizza”: cada fatia possui um
universo de informações e observações que são válidas dentro do seu
próprio universo; mas o problema é que “cada fatia da pizza” quer ser “a
pizza toda”. Ou seja, cada ponto-de-vista quer ser a verdade absoluta,
ainda mais quando essa verdade vem de uma pretensa “fonte divina”.
Os maiores defensores do vegetarianismo são os religiosos: protestantes e yogues.
Para os protestantes, Deus deixou a seguinte ordem: “Deus disse [a Adão]: Eu vos dou todas as ervas que dêem semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dêem semente: isso será vosso alimento.”
Gn 1,29. Alguns protestantes dizem por isso que a dieta mandada por
Deus é vegetariana; mas para este argumento temos que aceitar a existência literal de Adão e do Éden, inclusive que no Paraíso todos animais eram herbívoros:
“A todas as feras, a todas as aves do céu, a tudo o que rasteja sobre a
terra e que é animado de vida, eu dou como alimento toda a verdura das
plantas”. Neste versículo a Bíblia de Jerusalém traz a seguinte nota:
“Imagem de uma idade de ouro, em que o homem e os animais vivem em paz,
alimentando-se de plantas.”
Mas normalmente se esquecem que na “Nova Ordem do Mundo”, Deus diz a Noé: “Tudo o que se move e possui a vida vos servirá de alimento, tudo isso eu vos dou, como vos dei a verdura das plantas. Mas não comerei a carne com a sua alma, isto é, o sangue.” Gn 9,3.
Na Índia existem diversos sistemas filosóficos e religiosos e um dos grandes ramos da filosofia se chama Shânkia, onde os alimentos são classificados em três grandes categorias: Tamásicos, Rajásicos e Sáttvicos. Os alimentos Tamásicos são aqueles que “estimulam a inércia e a apatia, estando relacionados com a confusão, a ignorância e o erro”: carne, ovos, cebola, cebolinha e alho, cogumelos e fungos, drogas (lícitas ou ilícitas) e a comida fermentada ou estragada,
por isso são contra-indicados para quem pratica yoga e meditação. Eu
fui vegetariano justamente porque pratiquei yoga da linha tântrica da
“mão direita”, que só recomenda o uso de alimentos rajásicos (bebidas
com cafeína (café, chá e chocolate), e as ervas e temperos em excesso) e
sáttvicos (frutas, nozes, legumes, leguminosas, verduras, cereais
integrais, leite e derivados, e a água).
Mas ao longo das minhas pequisas encontrei muitas pessoas doentes, inclusive com câncer no intestino,
algo inconcebível para quem segue uma dieta vegetariana para ser
saudável… As doenças mais comuns que tenho visto em vegetarianos são: Síndrome Metabólica (obesidade, hipertensão e diabetes), anemia crônica, Hipotireoidismo e Síndrome da Fadiga Crônica, principalmente em pacientes que têm sangue tipo O.
Existe um conceito nos EUA pouco conhecido em outros países do que se chama “Dieta Metabólica”,
desenvolvida pelo bioquímico Dr. Roger Williams citado abaixo e que vou
desenvolver em futuras páginas. Em resumo, existem diferentes dietas
para diferentes tipos metabólicos e a escolha da alimentação deveria
respeitar esta individualidade.
Cada dieta tem um ponto-de-vista
específico: calorias, yin-yang, doshas, etc., mas acabam perdendo de
vista o indivíduo, em detrimento da teoria em questão.
O único aspecto que não se pode discutir
em relação às dietas é o “gosto de cada um”, que como diz minha filha,
“não se discute, só se lamenta”. E aí está o maior problema de todos: as
pessoas comem “o que gostam” e não “o que faz bem”. Uma das questões
que não devemos esquecer é que a “Síndrome Plurimetabólica” aparece por
uma resistência do próprio corpo ao hormônio insulina e este é produzido para fazer as células absorvem a glicose, que vem dos carboidratos (ver em http://drpaulomaciel.com.br/as-medicinas/nutricao-verdades-x-mentiras/sindrome-plurimetabolica/).
O homem primitivo comia basicamente do
que caçava e coletava: carnes, ovos, frutas (da época) e raízes. As
sementes só se tornaram alimento humano a partir da introdução da
agricultura, já que se não for plantado não se encontra grãos na
natureza o suficiente para alimentar um único homem, quem dirá uma
cidade inteira. As grandes civilizações só foram possíveis a partir da
plantação dos grãos (Egito e trigo, China e arroz, Maias e milho, etc.).
Só que ao mesmo tempo, pela monocultura, surgiram as pragas que levaram à produção dos agrotóxicos e recentemente aos transgênicos, cada passo mais ecologicamente “errado” que o outro.
Isso porque o primeiro passo, a
monocultura, não é natural e leva ao desequilíbrio ecológico. Já escrevi
sobre os extensos malefícios do soja e a surpreendente resposta da
Natureza na produção de uma erva daninha mutante especializada em atacar
a soja transgênica. Já vimos também a outra erva daninha que incorporou
o gene da Canola, causando preocupação na Europa. Futuramente vou
escrever sobre o trigo e a Doença Celíaca,
uma doença que traz nos genes a informação de que o glúten, partícula
protéica do trigo, aveia, cevada, centeio e malte é danosa e deve ser
eliminada pelo próprio sistema imunológico do doente. Ao atacar o
glúten, o sistema imune da própria pessoa destrói o intestino delgado,
levando-a à desnutrição e morte. Interessante observar que a Doença
Celíaca já atinge 1 pessoa para cada 100 habitantes, o que pode ser
considerada uma doença extremamente comum, mais que ainda passa
despercebida para a maioria das pessoas.
Será que todas estas questões não estão querendo nos mostrar alguma coisa mais importante e profunda? A superpopulação começou com a plantação dos grãos.
Agora os vegetarianos e veganos querem impor uma dieta mundial baseada
em grãos, eliminando as pastagens e o consumo da carne. Com isso
poderemos aumentar a população até o limite sustentável do planeta que
segundo alguns estudos poderia ser de 16 bilhões de pessoas!
Para concluir minhas observações iniciais, lembro aos protestantes que Caim era agricultor e Abel era pastor:
“Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim cultivava o solo. Passado o
tempo, Caim apresentou produtos do solo em oferenda a Iahweh; Abel,
também ele, ofereceu as primícias e a gordura de seu rebanho. Ora,
Iahweh agradou-se de Abel e de sua oferenda. Mas não se agradou de Caim e
de sua oferenda, e Caim ficou muito irritado e com o rosto abatido.”
Gen 4,2-5.
Vamos, então, ao texto do título desta página.
Os Mitos do Vegetarianismo*
“Uma determinação inflexível de levar o todo das evidências em conta é o único
método de preservar-se contra os extremos flutuantes da opinião em moda”
Alfred North Whitehead
Bill e Tanya sentaram diante de mim, em
meu consultório com um humor sombrio: eles tinham perdido há pouco o seu
primeiro bebê no segundo mês de gravidez. Tanya estava particularmente
chateada: “Por que isto aconteceu a mim? Por que eu falhei com meu
bebê?” O jovem casal tinha vindo me ver principalmente por causa das
infecções respiratórias periódicas de Tanya, mas também queria algum
conselho de como eles poderiam evitar a preocupação de outro fracasso
numa nova gravidez.
Questionando Tanya sobre a sua dieta, eu
percebi rapidamente a causa das suas infecções, como também de seu
aborto: ela teve virtualmente não ingeria nenhuma gordura em sua dieta e
era, basicamente, uma vegetariana. Por causa da retórica abundante da
mídia sobre os supostos perigos do consumo de produto animal, ao
contrário dos supostos benefícios para a saúde oferecidos por um estilo
de vida vegetariano, Tanya tinha removido deliberadamente alimentos tais
como a nata, manteiga, carnes e peixes de sua dieta. Embora ela
gostasse de fígado, ela o tem evitado devido a preocupações com suas
eventuais “toxinas.”
Tanya e Bill saíram com um frasco de
vitamina A, outros suplementos e uma prescrição dietética que incluía
quantias abundantes de gorduras animais e carne. Ao deixar meu
consultório, Tanya olhou para mim e disse com pesar: “eu às vezes não
sei o que acreditar. Em todos os lugares eu recebo a recomendação de
alimentos com baixo teor de gordura, e de origem vegetal. Eu segui isto,
e olhe o que me aconteceu.” Eu a assegurei que se ela e o marido
mudassem suas dietas e que fosse dado um tempo suficiente para seu útero
debilitado para se curar, eles seriam, no devido tempo, felizardos
pais. Após eles se irem, eu tremi minha cabeça com descrença e
preocupação: eu sabia que eles não eram os únicos.
Junto com o temor da gordura saturada e
do colesterol das últimas décadas veio a noção que o vegetarianismo é
uma opção dietética mais saudável para pessoas. Parece como se todo
perito de saúde e todos os órgãos de saúde de governo estivessem
estimulando as pessoas a comer menos produtos animais e consumir mais
legumes, grãos, frutas e legumes. Junta a essas exortações são feitas
afirmações e estudos que provariam que o vegetarianismo é supostamente
mais saudável para as pessoas e que o consumo de carne causaria doença e
morte. Porém, várias autoridades médicas questionaram estes dados,
porém essas objeções têm sido ignoradas.
Como nós veremos muitas das
virtuosidades vegetarianas não podem ser substanciadas e algumas são
simplesmente falsas e perigosas. Há benefícios, com certeza, em dietas à
base de vegetais para certas condições de saúde, e algumas pessoas
podem funcionar melhor com menos gordura ou proteínas, mas, como um
médico que já lidou com vários tipos de vegetarianos (até vegetarianos
absolutos), eu conheço plenamente os efeitos perigosos de uma dieta
destituída de produtos animais saudáveis.
É meu desejo que todos os leitores
avaliem com mais cautela uma posição a favor do vegetarianismo depois de
ler este artigo. É importante notar que há tipos diferentes de
vegetarianismo, desde dietas lacto-vegetarianas (que incluem produtos
lácteos) e dietas do tipo lacto-ovo-vegetariana (com a inclusão de
produtos lácteos e ovos). As advertências nutricionais que se seguem são
dirigidas, principalmente aos que têm uma dieta em que faltam
totalmente produtos de origem animal.
MITO #1:
O consumo de carne contribui para a escassez e esvazia os recursos naturais da Terra.
Tem sido declarado que as terras de
pastagem requeridas por vacas e ovelhas poderiam ser mais bem usadas com
o plantio de grãos que poderiam alimentar milhões de famintos em países
do Terceiro mundo. Além disso, tem-se afirmado que a criação de gado
requer mais água do que fertilizantes para agricultura. Ambos os
argumentos são ilógicos e simplistas. O primeiro argumento sobre as
terras para pastagem ignora o fato de que uma porção grande de terra
seca de nosso planeta é inadequada para o cultivo. As áreas de campo
aberto, de deserto e as áreas montanhosas produzem seus frutos para o
pastoreio de animais(1).
Infelizmente, boa parte de gado
comercial não é alimentada no campo, mas em confinamento. Eles não
ingerem gramas e arbustos (como seria adequado), mas são alimentados com
uma mistura pouco natural de grãos e soja. É verdade que esta comida
poderia ser utilizada por humanos. O argumento aqui, então, não poderia
ser de que ao se comer carne está se esgotando os recursos da Terra, mas
sim de que os métodos comerciais de agricultura o fazem. Tais métodos
também sujeitam o gado a condições de vida deploráveis onde ocorrem
infecções, se utilizam antibióticos, além de esteróides e de outros
hormônios sintéticos que também são comuns. Tudo isso leva a produção de
um gado pouco saudável, e por extensão, um produto alimentar pouco
saudável. O gado alimentado organicamente, então, é uma escolha mais
saudável e mais humana (veja no mito #15 mais sobre esse tópico).
Sobre a argüição de que a criação de
gado requer mais água do que para as plantações, deve ser assinalado que
o consumo de água seria o mesmo pelo gado estivesse ele em liberdade ou
em rebanhos dedicados à produção de alimentos. Adicionalmente, a urina
dos animais no pasto, que contém principalmente água, é rica em
nitrogênio necessário para suprir a terra. Muito da água utilizada na
produção animal comercial é utilizada também para o cultivo de vários
grãos, e mesmo da soja que alimenta esses animais. Se um esforço
combinado fosse feito para devolver o conceito ecológico de “fazenda
combinada” ou “mista” (mixed farm), (descrita abaixo), grandes despesas com água seriam desnecessárias.
Uma ameaça mais séria para humanidade, e
a Terra, é a monocultura de grãos e legumes, defendida por alguns
grupos vegetarianos, que esgotam a terra e requerem o uso pesado de
fertilizantes artificiais e agrotóxicos perigosos; agrotóxicos que
precisam ser testados primeiro em animais para segurança (2). A solução?
Pensadores perspicazes, a respeito dessa questão, propuseram o
seguinte:
Um consumidor educado e um fazendeiro consciente, juntos, poderiam promover um retorno de uma fazenda combinada (mixed farm),
em que se uniriam o cultivo de frutas, legumes e grãos combinado com a
criação de gado e aves, o que seria muito eficiente, econômico e
ecologicamente correto. Por exemplo, galinhas correndo livres em áreas
de jardim comendo insetos (uma espécie de peste), ao mesmo tempo
provendo ovos de alta qualidade; ovelhas que pastam em pomares abreviam a
necessidade de herbicidas; e vacas que pastam em bosques e outras áreas
marginais provêem leite rico, puro, tornando estas terras
economicamente viáveis para seus proprietários. Não é a produção animal
que conduz à fome e à escassez, mas práticas agrícolas pouco
inteligentes e sistemas de distribuição monopolísticas. (3)
Uma “fazenda combinada” também é mais
saudável para a terra e renderá mais colheitas do que aquelas
administradas de acordo com as diretrizes tradicionais. O fazendeiro
orgânico britânico e produtor de leite, Mark Purdey, mostrou com
precisão que um campo de colheita em uma fazenda combinada renderá até
cinco colheitas num ano, enquanto aquela com uma monocultura renderá só
uma ou duas (4). Qual fazenda está produzindo mais comida para a
população mundial? Purdey resume bem os horrores ecológicos das fazendas
de alta produção dizendo:
- Nossos estabelecimentos agrícolas
poderiam fazer muito bem em proscrever o negócio – fazendeiros
estupefatos promovendo criação intensiva de gado, burocratas que
produzem “boi-burguers” de modo industrial; com todas suas perdas,
crueldade deplorável, sistemas anti-ozônio; drogas e outros produtos
químicos que induziram a uma imuno-toxicidade que resultou na B.S.E.
(síndrome da vaca louca – síndrome da encefalite bovina) [veja mito #13]
salmoneloses, no desmatamento das florestas tropicais, etc. Nossa
direção futura tem que buscar a média harmônica, saudável das fazendas
combinadas, que ressuscita o antigo e tradicional sistema que têm nas
amplas áreas de terra o modelo básico, incrementando a produtividade
para atender as exigências de demanda atuais, incorporando uma aplicação
mais atualizada das ciências biológicas nos sistemas de cultivo. (5)
MITO #2:
A vitamina B12 pode ser obtido de fontes vegetais.
De todos os mitos, este é talvez o mais
perigoso. Os vegetarianos que não complementam sua dieta com vitamina
B12 adquirirão eventualmente anemia (uma condição potencialmente fatal)
podendo ter também danos severos no sistema nervoso e no sistema
digestivo (6). Muitas vezes é assegurado que a vitamina B12 está
presente em certas algas, tempeh (um produto de soja fermentado) e no
fermento de cervejeiro. Mas isso é falso.
Como a niacina no milho, os análogos de
B12 presentes nas algas e no tempeh não são bio-disponíveis (não são
disponíveis para aproveitamento do organismo humano). Nós sabemos isto
porque nos estudos feitos no sangue de pessoas, os níveis de B12
permanecem os mesmos depois deles ingerir espirulina e tempeh; não houve
nenhuma mudança, não indicando nenhuma absorção relevante pelo corpo
(7). Além disso, a ingestão de muita soja aumenta a necessidade do corpo
por B12 (8). O fermento de cervejeiro não contém B12 naturalmente;
sempre é aditivado artificialmente a partir de uma fonte externa.
Algumas autoridades vegetarianas
proclamam que a B12 é produzido através da fermentação por certas
bactérias dos intestinos. Isto até pode ser verdadeiro, mas está em uma
forma que não pode ser utilizada pelo organismo. A vitamina B12 requer
o fator intrínseco do estômago para adequada absorção no íleo. Considerando que o produto bacteriano não tem esse fator intrínseco (restrito ao estômago), ele não pode ser absorvido (9).
É verdade que vegetarianos que vivem em
certas partes de Índia não sofrem de vitamina deficiência de B12. Isto
levou alguns a concluir que alguns vegetais provêem esta vitamina.
Porém, esta conclusão é errônea, uma vez que muitos pequenos insetos,
seus ovos, seus resíduos, suas larvas, permanecem nos alimentos que
essas pessoas consomem, já que não há uso de pesticidas e os seus
métodos de limpeza são ineficientes. Assim é que estas pessoas obtêm sua
vitamina B12. Esta alegação é confirmada pelo fato de que quando os
hindus migraram para a Inglaterra, eles ficavam com anemia perniciosa
dentro de alguns anos. Na Inglaterra, o fornecimento de alimentos tem
melhor qualidade higiênica, e os resíduos de insetos são completamente
eliminados dos produtos vegetais (10). A única fonte segura de absorção
da vitamina B12 é obtida de produtos animais, especialmente carnes de
órgãos (miúdos) e ovos (11). Embora presente em menor quantia, produtos
lácteos contêm B12. Logo, os vegetarianos deveriam considerar a inclusão
de produtos lácteos em suas dietas. Quando os lacticínios não podem ser
tolerados, os ovos, preferivelmente de galinhas caipira, são
virtualmente necessários.
O fato da vitamina B12 só poder ser obtida de produtos de origem animal é um dos argumentos mais fortes contra a perspectiva do vegetarianismo ser
um “modo normal” do ser humano se alimentar. Hoje, os vegetarianos
podem evitar a anemia tomando vitaminas suplementares ou comidas
fortalecidas. Se essas mesmas pessoas tivessem vivido há poucas décadas
atrás, quando estes produtos artificiais ainda eram indisponíveis, elas
teriam morrido.
Em minha prática clínica, recentemente,
dois vegetarianos foram salvos da morte por anemia grave ao serem
convencidos de comer quantias generosas de produtos lácteos. Ambos estes
pacientes supunham que as necessidades de B12 estariam sendo
satisfeitas pelo tempeh e pela espirulina. Eles estavam errados!
MITO #3:
O corpo pode converter ácidos graxos ômega-6 em ácidos graxos ômega-3 quando necessário.
Esta falsidade é similar ao mito número
dois. Os ácidos graxos Ômega 3 e 6 são gorduras poliinsaturadas sendo
dois, o ácido linolênico (tipo omega-3) e linoléico (tipo omega 6),
essenciais à vida humana e devem ser obtido dos alimentos já que o corpo
não os pode sintetizar. Embora quantias muito pequenas de ômega-3
(ácido linolênico) sejam encontradas em grãos integrais e verduras
folhosas de cor verde escuro, ele é encontrado principalmente em
alimentos animais (especialmente peixes e ovos), como também no óleo de
semente de linhaça. Ômega-6, ácido linoléico, é principalmente
encontrado nos legumes, mas quantias pequenas estão presentes em certas
gorduras de animal. Para tranqüilizar os vegetarianos que temem não
poder adquirir suficiente quantia de Ômega-3 (ácido linolênico), alguns
experts vegetarianos afirmam que o organismo pode converter excessos de
ômega-6 para ômega-3 (ácido linolênico), e para outros ácidos graxos
ômega-3 como o EPA e o DHA, dois ácidos graxos envolvidos intimamente
com a saúde do cérebro e do sistema imune.
A renomada especialista em bioquímica
dos lipídios, Dra. Mary Enig, da Universidade de Maryland, e outras
autoridades demonstraram que o organismo não pode transformar o número
ômega de um ácido graxo. O corpo pode mudar o grau de saturação de um
ácido graxo e também seu comprimento molecular, mas não seu número ômega
(12). Em outras palavras, um ômega-6 só pode ser convertido para outro
ácido graxo ômega-6, um ômega-3 só pode ser transformado em outro
ômega-3.
Novamente, eu vi os resultados desta
desinformação em minha prática. Eu tive vários pacientes de descendência
do norte da Europa com problemas mentais e imunológicos severos
causados por uma falta de EPA e DHA, dois ácidos graxo ômega-3 não
encontrados nos vegetais (o DHA é encontrada em quantias pequenas em
algumas algas). Os povos nativos de climas mais quentes do planeta podem
fabricar esses ácidos graxos a partir de outro ômega-3, mas as pessoas
descendentes dos europeus do norte ou dos Innuits não podem.
Seus antepassados ingeriam muito peixe rico em EPA e DHA, seus
organismos parecem ter perdido a habilidade em fabricar esses ácidos
graxos (13). Para estas pessoas, o vegetarianismo é impossível; eles
precisam consumir ovos ou peixes para sobreviver.
Existe também um perigo real muito grande ao se consumir grande
quantidade de ácidos graxos ômega-6, principalmente encontrados nos
vegetais. O corpo requer ambos, os ácidos ômega-6 e ômega-3. Porém,
quando as células do corpo são sobrecarregadas com ômega-6, a sua
habilidade em utilizar o ômega-3 é inibida (14). Níveis cronicamente
baixos de ácidos graxos ômega-3 são associados com taxas mais altas de
câncer e deficiência imunológica. Também há forte correlação de níveis
excessivos de ácidos graxos ômega-6 com uma incidência alta de doença
cardiovascular (assim como o consumo excessivo de açúcar refinado e dos
ácidos graxos tipo trans) [15].MITO #4:
As necessidades orgânicas de vitamina A podem ser completamente obtidas de alimentos vegetais.
A vitamina A é encontrada principalmente
nos produtos animais. As plantas contêm beta-caroteno, uma substância
que o corpo pode converter em vitamina A. A impressão oferecida por
algumas fontes vegetarianas é de que o beta-caroteno é tão bom quanto a
vitamina A. Isto não é verdade.
Primeiramente, a conversão de caroteno
para vitamina A só acontece na presença de sais biliares. Isto significa
que lipídeos devem ser ingeridos com caroteno para estimular a secreção
de bílis. Além disso, as crianças e as pessoas com hipotireoidismo, com
problemas de vesícula ou diabetes, não podem fazer essa conversão, ou
podem fazer de forma muito limitada. Infelizmente, a conversão pelo
organismo do caroteno para vitamina A não é muito eficiente: 46 unidades
de caroteno são necessárias para formar uma unidade de vitamina A. Isso
significa que comendo uma batata-doce (contendo aproximadamente 25.000
unidades de beta-caroteno) você só conseguirá obter aproximadamente
4.000 unidades de vitamina A (presumindo que houve ingestão de gordura e
que não ocorram problemas de tiróide ou de vesícula) (16).
Confiar somente em fontes vegetais para
as exigências de vitamina A, não é, pois, uma idéia muito sábia. É por
isso que a boa e tradicional manteiga é uma virtual necessidade de
qualquer dieta. A manteiga, de vacas alimentadas exclusivamente com
pasto (gado “verde”), é rica em vitamina A e proporcionará para os
intestinos o material lipídico necessário para converter o caroteno
vegetal em vitamina A ativa. A vitamina A é de imprescindível
importância em nossa dieta, pois habilita o organismo a usar proteínas e
sais minerais (17).
MITO #5:
Quem come carne tem taxas mais altas de: doenças do coração, de rim, câncer, obesidade e osteoporose do que os vegetarianos.
Tais estupefatas alegações são difíceis
de conciliar com fatos históricos e antropológicos. Todas as doenças
mencionadas são, basicamente, problemas do século XX, entretanto as
pessoas têm comido carne e gordura animal há milhares de anos. Além
disso, há vários povos nativos em todo o mundo (innuits, masais, suíços,
gregos, etc.) cujas dietas tradicionais são muito ricas em produtos
animais, mas não sofrem dos problemas citados. (18) Isto mostra que há
outros fatores, que não os alimentos do reino animal, envolvidos nessas
doenças.
Vários estudos supostamente mostraram
que o consumo de carne seria a causa de doença de coração, do câncer e
de fraqueza óssea, mas tais estudos, quando avaliados de forma mais
profunda, não conseguem provar tais achados (19). Por exemplo, os
estudos que supostamente provaram que o consumo de carne entre o povo Innuit
causaria taxas altas de osteoporose, não apontou outros fatores
dietéticos que contribuíram para a perda óssea (e para as outras doenças
crônicas listadas no mito #5). Fatores como o consumo de açúcar
refinado, alcoolismo e de junk food geram mais perda óssea do que a carne real, aliás, substituída pela proteína texturizada em pó! (Provavelmente de soja, NT.) (20).
Certamente, quando a proteína é
consumida de modo antinatural, separada dos outros nutrientes
lipossolúveis requeridos para sua absorção e assimilação, essa forma de
consumo traz problemas. Por causa disto, o uso atual de proteína em pó
sem gordura como “suplemento alimentar”, assim como o leite
semidesnatado ou desnatado (sem gordura) deveriam ser absolutamente
evitados. Retirar a gordura visível de carnes e a remoção da pele de
aves (galinha, pato, peru etc.), antes de comer, também deveria ser
desencorajado.
Apesar das alegações de que estudos
mostrariam que o consumo de carne aumentaria o risco para doença de
coração (21), seus autores na verdade acharam o contrário. Por exemplo,
em uma análise de 1984, com os estudos de 1978 com adventistas do Sétimo
Dia (que são na maioria vegetarianos), H. A. Kahn concluiu: “embora
nossos resultados acrescentem alguns fatos significativos à questão da
relação dieta-doença, nós reconhecemos quão distantes eles estão no
sentido de provar, por exemplo, que homens que freqüentemente comem
carne ou mulheres que raramente comem salada estão encurtando suas
vidas” (21). A uma conclusão semelhante foi chegada por D.A. Snowden
(21). Apesar desses achados surpreendentes, os estudos concluíram
exatamente o contrário e as pessoas estimuladas a reduzir alimentos de
origem animal em suas dietas.
Além disso, ambos os estudos levantaram
alguns dados sobre as dietas que claramente não demonstraram qualquer
conexão entre ovos, queijo, leite integral, e gordura junto à carne
(alimentos com alto teor de gordura e colesterol) e a doença de coração.
O estatístico Dr. Russel Smith concluiu: “De fato o estudo de Kahn [e
de Snowden] se tornaram mais um exemplo de resultados negativos dos
dados que divulgados e mal interpretados como suporte às afirmações
politicamente corretas de que os vegetarianos têm maior longevidade.”
Quando todos os dados são adequadamente computados, as diferenças atuais
de doença de coração entre os vegetarianos e não-vegetarianos nestes
estudos foram menor do que 1%: valores insignificantes (22).
Deveria ser sublinhado que os estudos
são freqüentemente feitos com indivíduos Adventistas do Sétimo Dia nas
análises com populações para provar que uma dieta vegetariana é mais
saudável e é associada com riscos menores para a doença de coração e
para o câncer (porém leia o último parágrafo desta seção). Embora seja
verdade que a maioria dos membros dessa congregação Cristã não come
carne, eles também não fumam, não bebem etílicos, nem café ou chá,
fatores que podem estar envolvido no câncer e na doença de coração (23).
Os mórmons compõem um grupo religioso
freqüentemente negligenciado nos estudos dos vegetarianos. Embora sua
religiosidade pregue a moderação, os mórmons não se privam de carne. O
fundador do Mormonismo, Joseph Smith, declarou que uma dieta destituída
de produtos animais como “não de Deus.” Assim como os Adventistas, os
mórmons evitam tabaco, álcool, e a cafeína. Apesar de serem consumidores
de carne, um estudo com os mórmons de Utah mostrou que eles têm uma
taxa 22% menor que a média geral para o câncer, e 34% menor para a
mortalidade de câncer de cólon em relação à média dos EUA (24). Um
estudo com Porto Riquenhos, que comem grandes quantias de carne gorda
suína, não obstante, revelou taxas muito baixas de câncer de cólon e de
mama (25). Resultados semelhantes podem ser adicionados para demonstrar
que o consumo de carne, isoladamente, não tem correlação com câncer,
doença do coração, osteoporose, doença de rim, ou obesidade (26).
Obviamente, outros fatores estão envolvidos.
É muito comum ser alardeado que os
vegetarianos têm que taxas menores de câncer do que os consumidores de
carne, mas um estudo de 1994, com californianos adventistas do Sétimo
Dia (que são geralmente vegetarianos) demonstrou que, embora eles
tivessem taxas mais baixas para alguns cânceres (por exemplo, mama),
eles apresentavam taxas significativamente maiores de vários outros
tipos de câncer (cérebro, pele, útero, colo e ovário)! (27)
MITO #6:
Gorduras saturadas causam doença
de coração e câncer, e dietas com baixo teor de gordura e baixo teor de
colesterol são mais saudáveis para pessoas.
Apesar das alegações de que as
sociedades primitivas seriam predominantemente vegetarianas, as dietas
de populações nativas pelo mundo afora é rico em gorduras saturadas e
derivados animais (28) e, como é bem sabido, a doença cardiovascular e o
câncer são, reconhecidamente, doenças da modernidade. Conseqüentemente,
o consumo de gordura saturada não pode causar, logicamente, estas
doenças. Como nos estudos mal feitos com o povo Inuit, os
investigadores modernos não levam em conta outros fatores dietéticos
das pessoas que têm doença de coração e câncer. Como resultado, os
efeitos prejudiciais da ingestão do açúcar refinado, de alimentos pobres
em nutrientes, das gorduras trans (encontrados na margarina e
na gordura hidrogenada) e dos óleos vegetais são associados ao consumo
da gordura animal. A maioria das pessoas acredita que a gordura saturada
e o colesterol “obstruem as artérias”, mas tais idéias foram
demonstradas serem falsas por alguns cientistas como Linus Pauling,
George Mann, John Yudkin, Abram Hoffer, Mary Enig e outros (29). Pelo
contrário, estudos mostraram que a placa das artérias é principalmente
composta de gorduras não saturadas, particularmente as poliinsaturadas, e
não de gordura saturada de animais, palma ou coco (30).
As gorduras trans, ao invés de
gorduras saturadas, foram demonstradas por investigadores como Enig,
Mann e Fred Kummerow como sendo os fatores causais da aterosclerose, da
doença coronária de coração, câncer e outras várias outras enfermidades
(31).
Um recente estudo, com milhares de
mulheres na Suécia, não mostrou qualquer correlação entre o consumo de
gordura saturada com um risco aumentado para câncer de mama. Porém, o
estudo mostrou uma ligação forte entre a ingestão de óleo vegetal e
altas taxas de câncer de mama (32).
O Estudo de Framingham sobre o Coração é
freqüentemente citado como prova de que o colesterol da dieta e o
consumo de gordura saturada causa doença de coração e pouca saúde.
Envolvendo aproximadamente 6.000 pessoas, o estudo comparou dois grupos
durante vários anos a intervalos de cinco anos. Um grupo consumiu
pequena quantidade de colesterol e de gordura saturada, enquanto o outro
ingeria altas quantias. Surpreendentemente, Dr William Castelli, o
diretor do estudo, é citado nos Arquivos de Medicina Interna (1992 de
julho) dizendo:
“Em Framingham, Massachussets, quanto
mais gordura saturada se ingeria, quanto mais colesterol se comia,
quanto mais calorias se ingerisse, mais baixas eram as taxas de
colesterol no sangue do indivíduo… nós acreditamos que essas pessoas que
comiam mais colesterol, que comiam mais gordura saturada, que comiam
mais calorias, pesavam menos eram as fisicamente ativas.”
É verdade que o estudo mostrou que
aquelas pessoas que pesaram mais e tiveram níveis de colesterol no
sangue mais altos eram mais propensas para a doença de coração; mas o
ganho de peso e os níveis de colesterol tiveram uma correlação inversa
com gordura alimentar e a ingestão de colesterol. Em outras palavras:
não havia qualquer correlação (33).
Em uma proposta semelhante, a pesquisa
americana MRFIT (Pesquisa de Intervenção em Múltiplos Fatores de Risco),
patrocinada pelo Instituto Nacional do Coração e Pulmão (NHLI),
comparou as taxas de mortalidade e de hábitos alimentares de mais de
12.000 homens. Aqueles que comeram menos gordura saturada e colesterol
apresentaram uma taxa ligeiramente reduzida de doença coronária do
coração (DCC), mas tiveram uma taxa de mortalidade global muito mais
alta do que os demais homens no estudo (34).
Os poucos estudos que indicam uma
correlação entre redução de gordura saturada e taxas menores de DCC
também mostram claramente um aumento considerável em mortes por câncer,
suicídio, violência e hemorragia cerebral (34). Como nos estudos sobre
densidade óssea, tais coisas não são levadas ao público.
Portanto, as dietas com redução de
gordura saturada e de colesterol não são, decididamente, mais saudáveis
para pessoas. Estudos têm provado cada vez mais que tais dietas são
associadas com depressão, câncer, problemas psicológicos, fadiga,
violência e suicídio (35).
Crianças em dietas de baixo teor de
gordura sofrem de problemas de crescimento, danos à maturidade,
dificuldades no aprendizado (36). Apesar disto, recomendações do Dr.
Benjamim Spock para a Associação de Coração Americana recomendam dietas
de baixo teor de gordura para crianças! Só podemos lamentar o destino
dessas desafortunadas crianças que serão criadas por pais inconscientes
crédulos de tal má informação.
Há muitos benefícios de saúde fornecidos
pelas gorduras saturadas, dependendo da gordura em questão. Por
exemplo, o óleo de coco é rico em ácido láurico, um antifúngico potente e
com potencial antibiótico. O coco também contém quantias apreciáveis de
ácido caprílico, outro efetivo antifúngico (37). A manteiga originada
de vacas criadas livremente no pasto (green fed cattle) é rica
em sais minerais, especialmente selênio, assim como todas as vitaminas
lipossolúveis e ácidos graxos benéficos que protegem contra câncer e
contra infecções fúngicas (38).
Porém, gorduras saturadas em geral
provêem uma boa fonte de energia para os órgãos vitais, protegendo as
artérias contra os danos da lipoproteína aterogênica (a), é rico em
vitaminas lipossolúveis, aumenta os níveis de HDL no sangue, e torna
possível a utilização dos ácidos graxo essenciais. Eles são excelentes
para cozinhar, pois eles são quimicamente estáveis e resistem sob o
calor, ao contrário dos óleos vegetais de poliinsaturados. Portanto,
retirá-las da dieta de um indivíduo, é desaconselhável (39).
MITO #7:
Os vegetarianos vivem mais muito tempo e têm mais energia e resistência que os consumidores de carne.
Surpreendentemente como possam parecer,
alguns importantes estudos mostram que o anuário de taxas de mortalidade
por qualquer causa em homens vegetarianos é ligeiramente mais elevado
do que as de homens não-vegetarianos (0.93% vs. 0.89%). De forma
semelhante, o índice anual de mortalidade por qualquer causa entre
mulheres vegetarianas foi demonstrado ser significativamente mais
elevado que a de mulheres não vegetarianas (0.86% vs. 0.54%). (40)
Russell Smith, Ph.D., referido no mito
#5, em seu relevante estudo em doença do coração, demonstrou que o
aumento do consumo de produto de origem animal em alguns grupos de
estudo, leva à redução dos índices de mortalidade! Não foram obtidos
tais resultados entre os grupos vegetarianos. Por exemplo, em um estudo
publicado por Burr e Sweetnam em 1982, revelou a análise de dados de
mortalidade em que, embora os vegetarianos tivessem uma taxa
ligeiramente mais baixa (.11%) de doença de coração que os
não-vegetarianos, a taxa de mortalidade por todas as causas era muito
mais ALTA para vegetarianos (41).
Normalmente é proclamado que a
longevidade dos povos que comem carne é predominantemente curta, mas os
Aborígines de Austrália, que tradicionalmente comem uma dieta rica em
produtos animais, são conhecidos pela sua longevidade, (pelo menos
antes de colonização européia). Dentro de sociedade Aborígine, há uma
casta especial do ancião (42). Obviamente, se não existisse qualquer
pessoa velha, tal grupo não teria existido. Em seu livro: Nutrição e
Degeneração Física, o Dr. Price tem numerosas fotografias de anciões de
vários povos nativos ao redor do mundo (42). Exploradores como
Vilhjalmur Stefansson informaram grande longevidade entre o povo Inuit (novamente, antes de colonização). (43)
Semelhantemente, os russos das montanhas
de Cáucaso chegam a grandes idades com uma dieta com carne gorda de
porco e produtos com leite integral. O Hunzas, também conhecidos pela
saúde robusta e longevidade, comem porções significativas do leite de
cabra, que tem taxas de gordura saturada mais elevadas do que o leite de
vaca (44). Em contraste, os habitantes predominantemente vegetarianos
do Sul da Índia têm as menores expectativas de vida do planeta (45). Dr
Weston Price, DDS, viajou ao redor do mundo nos anos vinte, investigando
dietas nativas. Ele encontrou uma forte correlação entre dietas ricas
em gordura animal, com saúde robusta e habilidade atlética, sem exceção.
Por exemplo, comidas especiais para atletas suíços incluíram tigelas de
nata fresca, crua! Na África, o Dr. Price descobriu que os grupos
cujas dietas eram ricas em peixes gordurosos e carnes de órgãos
internos, como fígado, constantemente conseguiam os prêmios nas
competições atléticas, e que as tribos que ingeriam carne sempre
dominavam as tribos cujas dietas eram predominantemente vegetarianas
(42).
É popular em nutrição de esporte
recomendar “uma carga de carboidratos” para estimular os atletas e
aumentar os níveis de resistência. Mas recentes estudos feitos em Nova
Iorque e na África do Sul mostram que o oposto é verdade: atletas que
ingeriam mais carboidratos tiveram significativamente menos resistência
que aqueles que recebiam “uma carga de gordura” antes de eventos
atléticos (46).
MITO #8:
A dieta do “homem da caverna” era vegetariana e/ou com baixo teor de gordura.
Nossos antepassados Neolíticos eram
coletor-caçadores, e duas escolas de pensamento desenvolveram modelos a
respeito de como seria seu tipo de dieta. Um grupo sustenta que deveria
ter sido uma dieta predominantemente animal, rica em gordura,
complementada com frutas sazonais, bagas, nozes, raízes alimentícias e
gramíneas selvagens. O outro argüiu que os povos primitivos consumiram
quantias pequenas de carnes magras e quantias grandes de vegetais. Uma
vez mais, tal noção de uma “dieta de baixo teor de gordura” é difícil de
conciliar com o que nós conhecemos das sociedades caçadores-coletores
ainda presentes na atualidade. Tribos africanas atuais consomem as
porções gordurosas de animais, especialmente órgãos como o cérebro,
fígado e língua, predominantemente. Os Aborígines, outra sociedade
caçador-coletora, também tenha uma dieta rica em gorduras animais
saturadas (47).
Exploradores como Stefansson informaram
que o povo Innuit e a as tribos norte americanas ficavam preocupadas
quando suas provisões de caribous estavam muito magras: eles sabiam que enfermidades se sucederiam se eles não consumissem gordura suficiente (48).
Índios canadenses caçariam machos caribous
e alces mais velhos, deliberadamente, quando esses animais tivessem 50
libras de gordura de traseiro, assim a tribo os comeriam com prazer. Os
nativos americanos também se absteriam de caçar bisão na estação da
primavera (quando os depósitos de gordura dos animais eram baixos,
devido a provisão de comida escassa durante o inverno), preferindo
caçá-los e os consumir no outono quando eles já tinham engordado
suficientemente.
Tristemente interessante é o modo como
às vezes são torturados os prisioneiros políticos da América do Sul e
Central: eles são alimentados uma dieta à base de carne magra e eles
morrem depressa. Por quê? Sem as vitaminas lipossolúveis contidas nos
lipídios animais, o corpo não pode utilizar e sintetizar as proteínas e
outros nutrientes presentes na carne (49).
Em suas viagens, Dr. Price nunca
encontrou uma cultura totalmente vegetariana. Dados antropológicos
apóiam isto: ao longo do globo, todas as sociedades mostram uma
preferência para comidas de origem animal e gorduras e as populações só
se tornam vegetarianas quando isso se torna necessário (50). O
antropólogo nutricional H. Léon Abrams Jr, demonstrou que foi a busca do
homem pré-histórico por animais como alimento que prosperou sua
expansão por toda a Terra, e que ele caçou algumas espécies,
provavelmente, à extinção (50).
Price também descobriu que esses povos,
em condições não emergenciais, quando consumiam mais grãos e legumes,
tinham taxas mais elevadas de decadência dentária do que aqueles que
consumiram mais produtos animais (51). Evidências arqueológicas dão
suporte a este achado: crânios de povos pré-históricos que eram
principalmente vegetarianos têm dentes que contêm cáries e abscessos e
mostram evidências de tuberculose (50, 51).
Baseado em todas essas evidências, é
certo que as dietas de nossos antepassados, os progenitores de
humanidade, incluíam uma alimentação amplamente não vegetariana, e que
era rica em gordura animal saturada.
MITO #9:
O consumo de carne e gordura saturada aumentou no século XX, com um aumento correspondente em doença de coração e câncer.
Estatísticas elementares não confirmam
tal especulação. O consumo de manteiga reduziu de 18 lb (8.165 kg) por
pessoa/ano em 1900, para menos de 5 lb (2.27 kg) por pessoa/ano
atualmente (52). Adicionalmente, as populações ocidentais, entusiasmadas
pelas agências governamentais de saúde, reduziram o consumo de ovos,
nata, banha, carne de boi e carne de porco. O consumo de frango aumentou
nas últimas décadas, mas o frango tem baixo teor de gordura saturada (a
pele da galinha contém principalmente gordura poliinsaturada).
Além disso, uma pesquisa nos livros de
receitas publicados no último século mostra que as pessoas de tempos
mais antigos comeriam bastante comida de origem animal e rica em gordura
saturada. Por exemplo, no livro “Baptist Ladies Cook Book” (Monmouth, Illinois, 1895) (Livro de culinária das senhoras batistas)
virtualmente toda receita pede manteiga, nata ou banha! Receitas com
legumes junto com creme de leite são muito numerosas. Um exame do Livro “Searchlight Recipe Book”
(Capper Publications, 1931) também mostra receitas semelhantes: pastas
de fígado, pepinos em creme de leite, corações refogados em manteiga,
etc. Os judeus britânicos, como é mostrado pelo Livro ”Jewish Housewives Cookbook”
(London, 1846), também tinham dietas rica em nata, manteiga, ovos, e
gordura de cordeiro e de carne de boi. Por exemplo, uma receita de waffle
alemão precisa de uma libra inteira de manteiga (453,5 gramas, NT)! Uma
receita para Torta de Ostra do livro Batista de receitas pede um litro
de nata e uma dúzia de ovos, e assim por diante.
Não parece, pois, que o consumo de carne
ou gordura saturada tenha aumentado nesse século. Porém, o que
realmente aumentou muito foi o consumo de margarina e de outros ácidos
graxos trans, comidas artificiais, e empacotadas, óleos
vegetais processados, leite homogeneizado, pasteurizado e UHT, produtos
agrícolas e de pecuária criados comercialmente, e açúcar refinado.
Estes, junto com exposição para um número crescente de venenos
ambientais, são nossos reais culpados das epidemias modernas de câncer e
de doença do coração (e outras doenças crônicas) (53).
MITO #10:
Produtos de soja são os substitutos adequados para carne e produtos de leiteria.
A multibilionária
indústria da soja ganhou imensamente com o evangelho anti-colesterol, e
anti-carne da moderna filosofia nutricional. É impressionante, há muito
pouco tempo atrás, a soja era um fenômeno asiático, mas agora os
produtos com soja proliferam no mercado americano. Enquanto os produtos
tradicionais fermentados de soja como: miso, shoyu, tempeh e natto,
definitivamente são saudáveis em moderadas quantias, os alimentos
“super-processados” à base de soja não são!
O feijão soja não fermentado têm taxas
extremamente altas de ácido fítico (54), um anti-nutriente que se liga a
minerais no trato digestivo e os leva para fora do corpo. Os
vegetarianos são conhecidos pelas suas taxas altas de deficiência de
zinco e ferro (55).
A soja também é rica em inibidores da
tripsina que retardam a digestão de proteínas. A proteína vegetal
texturizada (PVT), o “leite” de soja e proteína de soja em pó, e os
populares substitutos de carne e de leite são alimentos completamente
fragmentados produzidos com soja submetida à altas temperaturas e várias
lavagens alcalinas para extrair o conteúdo de gordura desses feijões ou
neutralizar seus potentes inibidores enzimáticos. Estas práticas
desnaturam o conteúdo protéico da soja completamente, deixando-as de
difícil digestibilidade. O MSG (glutamato monossódico), uma substância
neurotóxica, é acrescentada habitualmente à PVT para fazê-la ter sabor
similar aos vários alimentos naturais que ela tenta imitar! (56).
Em um nível puramente nutricional, a soja, como todos os vegetais, são deficientes em cisteína e metionina, vitais aminoácidos que contém enxofre (56). A soja também tem a falta de triptofano, outro aminoácido essencial (56).
Além disso, a soja não contém qualquer
percentual de vitamina A ou D, requerido pelo corpo para assimilar e
utilizar as proteínas do próprio feijão (56). É provavelmente por isto
que as culturas asiáticas que normalmente consomem soja, fazem
combinação com peixes ou caldos de peixe. O governo da Nova Zelândia
está considerando a proibição de fórmulas à base de soja do mercado e só
tornando-as disponíveis através de prescrição médica (58).
Embora pesquisa ainda seja contínua,
alguns recentes estudos indicaram os fito-estrogênios da soja poderiam
ser fatores causativos de câncer de mama e leucemia infantil (59).
Negligentemente, os fito-estrogênios da soja, ou isoflavonas, tem sido
demonstradas como depressores da função da tiróide e de causa de
infertilidade em alguns animais (60). Como médico, eu vi mais que a
maioria dos vegetarianos que atendo com problema de hipotireoidismo.
Eles, invariavelmente, recaíram nos alimentos baseados em soja como
fonte protéica.
MITO #11:O corpo humano não é projetado para consumo de carne.
Alguns grupos vegetarianos bradam que
uma vez que os humanos possuem dentes moedores semelhantes aos dos
animais herbívoros e intestinos mais longos do que os animais
carnívoros, isto provaria que o corpo humano é mais bem moldado para o
vegetarianismo (61). Este argumento não respeita várias características
fisiológicas humanas que claramente indicam um desígnio para consumo de
produto animal.
Primeiramente é a produção em nosso
estômago de ácido clorídrico (HCL), algo não encontrado nos herbívoros.
Esse ácido (HCL) ativa enzimas que quebram proteínas. Adicionalmente, o
pâncreas humano fabrica uma ampla gama de enzimas digestivas para
manejar uma larga variedade de alimentos, sejam de origem animal ou
vegetal. Enquanto os humanos podem ter intestinos mais longos que
carnívoros animais, eles não são tanto quanto o dos herbívoros; nós nem
possuímos estômagos múltiplos como a maioria dos herbívoros, nem nós
mastigamos rúmen. Nossa fisiologia definitivamente indica uma
multi-capacidade alimentar, ou típica de um onívoro, muito igual a
nossos parentes, como o gorila montês e o chimpanzé (que foram
observados comendo animais pequenos e, inclusive, em alguns casos,
outros primatas) (62).
MITO #12:
Comer carne de animais origina comportamento violento e agressividade nos humanos.
Algumas autoridades em dieta
vegetariana, como o Dr. Ralph Ballantine em “Transição para o
Vegetarianismo” (63), proclamam que o medo e o terror (veja mito #15)
experienciados na morte de um animal são, de alguma maneira,
transferidos pela sua carne e seus órgãos, se tornando uma parte da
pessoa que os consome. Além do fato de que nenhum estudo científico
existe para dar suporte a tal teoria, esses pensadores fariam bem em se
lembrar dos numerosos estudos que mostram que o baixo consumo de gordura
saturada CAUSA comportamento violento nas pessoas (veja notas do mito
#7). Além disso, em suas viagens, Dr Price observou sempre uma
felicidade extrema e natureza agradável nos povos que ele encontrava, a
maioria dos quais eram grandes comedores de carne (veja referências a
Weston Price em notas).
MITO #13:Produtos animais contêm numerosas e prejudiciais toxinas.
Um recente boletim informativo
vegetariano divulgou o seguinte: “a Maioria das pessoas não percebe que
os produtos de origem animal estão carregados com venenos e toxinas!
Carnes, peixes e ovos, tudo decompõem e se putrefazem com extrema
rapidez. Assim que um animal seja abatido, enzimas auto-destrutivas são
liberadas, enquanto causando a formação de substâncias desnaturadas
chamada ptyloamines que causam câncer.” (64) Este artigo foi
adiante, citando a “doença da vaca louca” (BSE), parasitas, salmonela,
hormônios, nitrato e agrotóxicos como as toxinas presentes nos produtos
animais.
Se a carne, os peixes e os ovos geram o carcinógeno “ptyloamina”
realmente, é muito, muito estranho que as pessoas não tenham morrido
aos rebanhos de câncer durante os últimos milhões de anos. Tais
proclamações sensacionalistas e absurdas não conseguem ser apoiados por
conhecimentos rudimentares em história.
Hormônios, nitratos e agrotóxicos estão
presentes em produtos animais produzidos comercialmente (da mesma forma
que a agricultura comercial contamina frutas, grãos e legumes) e
definitivamente são aspectos que devemos nos preocupar. Porém, um
indivíduo pode evitar estas substâncias químicas tendo o cuidado em
consumir gado “verde”, carnes orgânicas, ovos e produtos laticínios que
não contêm toxinas prejudiciais produzidas pelo homem.
Parasitas são evitadas facilmente
tomando precauções comuns na preparação dos alimentos. Carnes em
salmouras ou fermentadas, como é costume em sociedades tradicionais,
sempre estão protegidas contra parasitas. Em suas viagens, Dr. Price
sempre encontrou povos saudáveis, livres de enfermidades e sem
parasitoses comendo carne crua e produtos laticínios como parte de suas
dietas.
De modo semelhante, Dr. Francis
Pottenger, em suas experiências com gatos, demonstrou que os gatos mais
saudáveis, mais felizes eram aqueles que consumiam toda a dieta na forma
bruta. Os gatos que comem carnes cozidas e leite pasteurizado adoeciam e
morriam mais e tinham numerosos parasitas. A salmonela pode ser
transmitida através de produtos vegetais ou animais (65).
A Doença de Vaca Louca
provavelmente não é causada por vacas que comem partes animais em suas
rações, um método de alimentação que foi iniciado há mais de 100 anos. O
fazendeiro orgânico britânico Mark Purdey tem proposto, de forma
convincente, que as vacas que adquirem tal doença são as mesmas que
tiveram um específico inseticida organo-fosfatado aplicado em seu
traseiro (veja notas do mito #1) ou que pastavam em terras em que
faltava magnésio e que continham altos níveis de alumínio. Pequenos
surtos de “doença da vaca louca” também aconteciam entre as pessoas que
residem próximo às fábricas químicas e de cimento e em certas áreas com
terras vulcânicas.
Purdey teoriza que os agrotóxicos
organo-fosfatados entraram na gordura das vacas por um programa de
pulverização (de agrotóxicos), e então foi ingerido novamente pelas
vacas com alimentação com resíduos animais. Visto deste modo, são os
agrotóxicos, através da ingestão de partes contaminadas (e não por serem
porções de origem animal), que causaram essa epidemia. Como foi
apontado anteriormente, o gado bovino têm comido resíduos animais em
suas rações há mais de 100 anos. Isso nunca foi um problema antes da
introdução destes específicos agrotóxicos (66).
MITO #14:
Comer carne ou produtos de origem animal é menos espiritual do que comer apenas vegetais.
É proclamado com freqüência que aqueles
que comem carne ou produtos de origem animal são, de certa maneira,
menos desenvolvidos espiritualmente do que aqueles que não o fazem.
Embora este não seja um assunto nutricional ou acadêmico, as pessoas que
incluem produtos animais em suas refeições são freqüentemente levadas a
sentirem-se, de algum modo inferior àquelas que não o fazem. Portanto,
este tema é muito relevante.
Várias religiões mundiais não colocam
nenhuma restrição no consumo animal; e nem tampouco fizeram seus
fundadores. Os judeus comem cordeiro na sua mais santa festividade, a
Páscoa. Muçulmanos também celebram o Ramadan com cordeiro antes de
entrar em seu jejum. Jesus Cristo, como outros judeus, partilharam carne
à Última Ceia (de acordo com os Evangelhos canônicos). É verdade que
algumas formas de Budismo colocam restrições no consumo de carne, mas
quase sempre são permitidos produtos laticínios. Esses são princípios
semelhantes do Hinduísmo. Como parte da celebração de Samhain, os pagãos
Célticos abateriam os animais mais fracos dos rebanhos e secariam sua
carne para o inverno vindouro. Não é verdade, portanto, que comer
alimentos de origem animal estaria conectado com “inferioridade
espiritual”.
Não obstante, é reivindicado
freqüentemente que, uma vez que comer carne envolve a tomada de uma
vida, isso seria de alguma maneira equivalente a assassinato. Deixando
de lado as filosofias religiosas que freqüentemente permeiam este tema, é
preciso levar em conta a compreensão do instinto de sobrevivência e
como ele funciona. Os povos modernos (vegetariano e não vegetariano)
perderam contato com o que os leva a sobreviver em nosso mundo, uma
perspectiva que os povos nativos nunca perderam. Nós necessariamente não
caçamos ou limpamos nossas carnes: nós compramos bifes e costelas no
supermercado. Nós necessariamente não labutamos em campos de arroz: nós
compramos pacotes de arroz integral; e assim por diante.
Quando os Nativos americanos matavam um
animal para alimentação, eles, habitualmente, ofereceriam uma oração de
graças ao espírito do animal por dar sua vida para que eles pudessem
continuar vivos! Na natureza, vida alimenta vida. A morte sempre é
equilibrada com a criação. Isso é uma boa coisa: mas incontrolada, a
força vital fica cancerosa. Se consumo alimentar animal é visto desta
maneira, não é assassinato, mas sacrifício. Os povos modernos fariam bem
em se lembrar disto.
MITO #15:Comer produtos de origem animal é desumano.
Sem dúvida, o gado criado comercialmente
pode estar submetido à condições deploráveis onde doença e sofrimento
são comuns. Adicionalmente, algumas drogas habitualmente prescritas são
derivadas de animais (por exemplo, Premarin), (PREgnant MARes urINe, ou estrogênios conjugados naturais, são retirados da urina de éguas prenhas, NT)
submetidos à métodos torturosos. Nos Estados Unidos, pelo menos, são
isentados de impostos gado comercializado de acordo com leis de
anti-crueldade e, tipicamente, são abatidos animais de modo a não terem
níveis elevados de adrenalina, o que poderia ter efeitos prejudiciais
nas pessoas que eventualmente os consumissem. Em países como a Coréia,
são mortos animais para alimentação, como os cachorros, de modos
horrorosos, i.e., com golpes de porrete. Nossas recomendações para
consumo de comidas de origem animal definitivamente não endossam tal
pratica. Como é apontado em nossa discussão no mito #1, fazendas
comerciais de agro-pecuária produzem alimentos pouco saudáveis, sejam
tais produtos carne, leite, manteiga, nata ou ovos. Nossos antepassados
não consumiam tais comestíveis de qualidade inferior, e nós também não
deveríamos.
É possível criar animais de forma menos
desumana. É por isso que a criação de rebanhos livres em pasto orgânico
deverá ser encorajada: é mais limpa e mais eficiente, e produz animais
mais saudáveis sendo assim seus derivados. Cada indivíduo deveria fazer
todo esforço, então, para comprar gado organicamente tratado (como
também os produtos vegetais). Isso não é apenas melhor para o nosso
organismo, pois os alimentos orgânicos são mais nutritivos e são livres
de hormônios e resíduos de agrotóxicos, isso também dá suporte para
pequenos produtores o que é melhor para a economia (67).
Métodos de abate de judeus e de muçulmanos ortodoxos (kosher e hallal,
respectivamente) são semelhantes aos praticados nas fazendas orgânicas,
quando os animais são abatidos em um ambientes tranqüilos, diversamente
de seus primos produzidos em fazendas de abate tradicionais. Tais
práticas minimizam, se é que não eliminam, a liberação de hormônios de
stress prejudiciais, sendo, então, menos sofrido ao animal e mais
saudável para consumo humano. Não obstante, muitas pessoas têm problemas
filosóficos em comer carne animal, e estes sentimentos devem ser
respeitados. Produtos laticínios e ovos, entretanto, não são resultantes
da morte de um animal e são boas alternativas para estas pessoas.
O VALOR DO VEGETARIANISMO
Como uma dieta de desintoxicação, uma
alimentação baseada em vegetais é uma escolha boa. Vários estados de
saúde (por exemplo, a gota) podem, eventualmente, ser amenizados com uma
redução temporária na ingestão de produtos animais e um aumento no
consumo de vegetais. Mas tais medidas não devem ser contínuas ao longo
de vida: há nutrientes vitais só achados em produtos animais e que nós
temos que ingerir para termos uma ótima saúde. Além disso, não há
nenhuma dieta que funciona em todas as pessoas da mesma forma. Alguns
vegetarianos e vegans, na necessidade de zelar suas novas convicções se cegam a essas verdades bioquímicas.
A “individualidade bioquímica” é um tema
de valor ainda a ser mais esclarecido. Cunhado pelo bioquímico Roger
Williams, Ph.D., o termo remete ao fato de que pessoas diferentes
requerem nutrientes diferentes, baseado em um perfil genético único.
Aspectos étnicos e raciais são importantes nesse conceito. (A teoria
atual de tipo sanguíneo que influencia as necessidades alimentares é
falsa, como será discutido abaixo.) Uma dieta que funciona para uma
pessoa pode não funcionar bem em outra pessoa. Como um médico, eu vi
vários pacientes que seguem dietas com um baixo teor de gordura, ou com
baixo teor de proteína, ou dieta rica em carboidratos, com problemas de
saúde severos: obesidade, candidíase, hipotireoidismo, síndrome de
intestino irritável, anemia e fadiga generalizada. A maioria destas
pessoas eram de vegetarianos. Por causa da retórica difundida de que uma
dieta vegetariana sempre é “mais saudável” do que uma dieta que inclui
carne ou produtos de origem animal, essas pessoas não enxergam nenhuma
razão para mudar suas dietas, embora isso seja a causa dos seus
problemas. O que estas pessoas na verdade precisam para ótima saúde são
alimentos com produtos de origem animal e menos carboidratos!
Por outro lado, algumas pessoas
permanecem muito bem com um pequeno ou nenhum consumo de carne, mas
ficando saudáveis como lacto-vegetarianos ou lacto-ovo-vegetarianos. A
razão para isto é porque essas dietas são mais saudáveis
para essas pessoas, não porque essas pessoas são primariamente mais
saudáveis. Porém, uma ausência total de produtos animais, sem carne,
peixe, insetos, ovos, manteiga ou laticínios, deve ser evitado. Embora
possa levar anos, enfermidades deverão aparecer nessas pessoas. A razão
para isto é, do ponto de vista evolucionário, simples: a humanidade foi
evoluindo, tendo uma alimentação com produtos animais e gorduras como
parte de sua dieta, e nossos corpos são projetados e acostumados a isso.
Um indivíduo não pode mudar toda a história da evolução em poucos anos.
Quando se fala em uma boa nutrição, é
melhor não se afastar daquilo que foi experimentado e validado, ao invés
daquilo que não foi experimentado e é novidade. A humanidade tem
consumido produtos animais e gorduras saturadas há milhares de anos como
parte de sua dieta. Um indivíduo consciente de sua saúde hoje precisa
seguir o exemplo histórico da própria humanidade e construir um amplo
templo pelos presentes à vida providos a nós pelos nossos amigos, os
animais.
Referências e FontesMito #1:
1. Sally Fallon, Mary Enig and Patricia Connolly, Nourishing Traditions, ProMotion Publishing, USA, 1995, p. 5.
2. Purdey, Mark, “The Vegan Ecological
Wasteland,” Journal of the Price-Pottenger Nutrition Foundation
[hereafter referred to as Jnl of PPNF], Winter 1998; “Are
Organophosphate Pesticides Involved in the Causation of Bovine
Spongiform Encephalopathy (BSE)? Jnl of Nutritional Medicine 4:43-82,
1994.
3. Fallon, et al, op. cit., p. 6
4. Purdey, op cit.
5. IbidMito #2:
6. Dunne, L. The Nutrition Almanac, 3rd
ed. (McGraw Hill; New York), p. 32-33; Garrison, R. & Somer, E.
The Nutrition Desk Reference, 3rd ed., (Keats Publishing; CT), p. 126.
7. Scheer, James. Health Freedom News, (Monrovia, CA), March 1991, p. 7.
8. Smith, Allan. Soybeans: Chemistry & Technology, vol 1 (Avi Publishing Co; CT), 1972, pp. 184-188.
9. Rowland, David. Digestion: Inner Pathway to Health (Health Naturally Publications; Canada), 1996, p. 22.
10. Specker, B.L. et al., Am. J. Clin.
Nutr., 47:89-92 (1998); Van den Berg, H. et al., Lancet 1:242-3 (1998);
Abrams, H. Leon, “Vegetarianism: An Anthropological/ Nutritional
Evaluation,” Journal of Applied Nutrition 32:2, (1980) p. 59.
11. Dunne, op cit, p. 31.Mito #3:
12. Fallon and Enig, “Tripping Lightly
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13. Fallon & Enig, ibid.
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Mito #4:
16. Fallon, Sally, “Vitamin A Vagary,” Jnl of PPNF, Summer 1995; Dunne, op cit, p. 14.
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Mito #5:
18. Price, Weston. Nutrition and Physical Degeneration (Keats Publishing; CT), 1943.
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22. Smith, op. cit. See also “Vegetarian Studies — A Summary” by Smith, Jnl of PPNF, Winter 1998.
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26. Ibid. See also Price, op cit.
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Mito #6:
28. Abrams,Leon. “The Preference for
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29. Fallon and Enig, “The Oiling of
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Mito #7:
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Mito #8:
47. Abrams, H. Leon, “The Preference for . . .”; Fallon & Enig, “Australian Aborigines.”
48. Stefansson, op. cit.
49. Stefansson, op cit.; Fallon and Enig, “The Cave Man Diet,” Jnl of PPNF, Summer 1997.
50. Abrams, “Vegetarianism” and “Preference for . . .”
51. Price, op cit.
Mito #9:
52. Rizek, et al., “Fat in Today’s Food Supply,” Jnl Amer. Oil Chem. Soc., 51:244 (1974).
53. See note 29 and 30, as well papers listed at http://www.realmilk.com/.
Mito #10:
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and Mineral and Phytate Contents of Legumes Grown in Sudan,” Jnl of Food
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Tempeh, Miso and Other Soy Foods, (Keats Publishing, CT),1982; Grant,
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55. Abrams, “Vegetarianism . . .,” pp.
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Panacea or Poison?” Jnl of PPNF, Fall 1998; see also papers on
http://www.soyonlineservice.co.nz>www.soyonlineservice.co.nz</a><br>58.%20See%20<a%20href=
59. Leukemia 13:317-20 (1999); Hsieh, et al., Cancer Res, 1998, Sept 1, 58:17, 3833-8
60. Ishizuki, et al., Nippon Naibunpi
Gakkai Zasshi, 1991, May 20, 67:5, 622-9; Divi, et al., Biochem
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Mito #11:
61. “Why Not Meat? (Part 2),” Down to
Earth News, Dec/Jan 1998, pp. 1-4; Ballantine, Ralph, Transition to
Vegetarianism, Himalayan Institute Press, PA, 1994.
62. Abrams, “Vegetarianism . . .,” pp. 75-76.Mito #12:
63. Ballantine, op. cit.
Mito #13:
64. “Why Not Meat? (Part 3),” Down to Earth News, Feb/March 1999, pp. 1-3.
65. Pottenger, Francis, Pottenger’s Cats, (Price-Pottenger Nutrition Foundation, CA), 1997 (reprint).
66. Purdey, op. cit.; Sally Fallon, personal communication.
Mito #15:
67. See Biodynamics, March/April 1998,
for a report on the horrors of commercial hog farming, as well as its
drain on local economies and the environment. Also in this article are
the benefits of “free-run,” organically raised hogs. You can also check
out www.sierraclub.org/chapters/ok/cafo for a horrendous exposé on
commercial hog farming.
* por Stephen Byrnes, ND, Ph.D., RNCP, (tradução de José C. B. Peixoto médico homeopata)
Observações do autor: O autor gostaria de agradecer à Sally Fallon, MA; Lee Clifford, MS, CCN; e H. Léon Abrams, Jr., pela cordial ajuda nesse artigo.Esse artigo não foi patrocinado ou pago pela indústria frigorífica ou dos lacticínios!
Sobre o Autor: Stephen
Byrnes é médico naturopático, Phd, e consultor nutricional registrado
que desfruta de uma saúde robusta com uma dieta que inclui manteiga,
nata, ovos, carne, produtos laticínios de leite integral, e etc. Ele é o
autor de Healthy Hearts: Natural Medicine for Your Ticker (Corações Saudáveis: Medicina Natural para Seu Relógio), Digestion to the Max! (Digestão para o Max!), e Overcoming AIDS with Natural Medicine,
(Superando a AIDS com Medicina Natural) (disponível em www.amazon.com),
como também de inúmeros artigos mundialmente publicados.
(obs.: Esse artigo é de abril de 2002)[http://www.umaoutravisao.com.br/artigos2/mitosveget.html]
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